Aveiras de Cima ainda à conta com faltas de água e ruturas
Estado de coisas melhorou mas ainda é dor de cabeça
Sílvia Agostinho
25-08-2017 às 23:43 Em 2016, as constantes faltas de água aliadas a ruturas deixaram a população de Aveiras de Cima à beira de um ataque de nervos durante o verão. Os munícipes chegaram a ficar várias horas sem água nas torneiras. Depois de muitas promessas, resultado de queixas da população, o estado de coisas apenas melhorou ligeiramente. A empresa concessionária em declarações ao Valor Local confessa que de facto o problema, neste momento, apenas está parcialmente colmatado.
O eixo Aveiras de Cima- Alcoentre é um dos que se encontra no caderno de investimentos da Águas da Azambuja que aguarda, de acordo com a empresa, pelo licenciamento de entidades externas. Esse plano de investimento ronda um milhão de euros. Para já a empresa refere que tem apostado numa redundância (ou seja mais alternativas) no sistema de abastecimento de água às freguesias de Aveiras de Cima, Aveiras de Baixo e Vale do Paraíso para fazer face à questão. Ouvido pelo Valor Local, o presidente da junta de freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão, refere que “na semana passada houve novamente uma rutura no sítio do costume, junto à Oficina dos Sabores, que durou desde as seis da tarde até à uma da manhã”. Há duas semanas atrás já tinha havido outra. “O problema continua a persistir embora sem o impacto do ano passado em que tivemos quatro ou cinco”. O autarca mostra-se muito agastado com a forma de proceder do município “que promete investimento e depois não faz nada”. Sendo certo “que à junta nada foi mostrado no concreto ainda”. António Torrão lembra que as tubagens de água feitas em fibrocimento “já ultrapassaram em muito o período de vida útil de 25 anos, ao chegarem neste momento quase aos 30 e tal”. O presidente da junta diz sentir-se revoltado, e lembra que no ano passado houve quem lhe apontasse o dedo, quando o autarca levantou a hipótese de um boicote ao pagamento das faturas. “Uns senhores acusaram-me de querer fazer um levantamento, dando a ideia de que as pessoas poderiam ter de pagar milhares de euros em multas se boicotassem o pagamento da fatura naquele mês”. O vice-presidente da Câmara, Silvino Lúcio, reconhece que Aveiras de Cima necessita desta “obra infraestruturante como de pão para a boca” no sentido da substituição dos canos, e que compreenderá ainda “a picagem na Silheira (Cadaval), a entrega no Cercal, e o abastecimento via Alcoentre, Aveiras de Cima, Vale do Paraíso e Casais da Lagoa”. No fundo inverter o ciclo de entrega da água. Recorde-se que a Câmara de Azambuja chegou a avançar que até final de 2016 esta obra avançaria mas ainda continua a aguardar. O vice-presidente refere que o diálogo com as empresas de serviços como as telecomunicações, entre outras que têm as suas infraestruturas a atravessar a nacional 3 também não tem sido fácil no sentido de se começar as obras. “Tudo isto tem atrasado imenso o desenrolar normal dos trabalhos”. Silvino Lúcio dá conta ainda que as freguesias de Aveiras de Cima, Aveiras de Baixo, e Vale do Paraíso passarão a ser abastecidas pela água de Castelo do Bode terminado o investimento, e não através da Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Vale da Pedra ou seja proveniente das águas superficiais Tejo, como tem sido até agora. Face a isto o sabor da água da torneira poderá melhorar significativamente, acredita o autarca. “Sabemos que o Tejo tem muitos problemas de poluição, apesar de obviamente essa água ser tratada e corrigida ao entrar na ETA, em obediência a todos os parâmetros”, concretiza. ComentáriosSeja o primeiro a comentar...
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