Ávinho à procura da Renovação

De 10 a 12 de abril
VOLTAR
Valor Local
  • OUVIR RÁDIO
  • EDIÇÃO IMPRESSA
  • FICHA TECNICA
    • ESTATUTO
  • CONTATOS
    • ONDE ESTAMOS
  • PUBLICIDADE
  • VALOR LOCAL TV
Aveiras de Cima vai receber no fim-de-semana de 10 a 12 de abril mais uma edição da Avinho. Este é um certame já com tradições na freguesia e no concelho de Azambuja, já que congrega muito do que se faz ao longo do ano inteiro. Mas procuramos saber um pouco mais sobre o setor junto da Associação Nacional de Municípios Produtores de Vinho com sede no Cartaxo, tendo em conta que a nossa região tem conseguido muitos prémios além-fronteiras, também com vinhos de Aveiras e de Azambuja.


Já não é de agora que o presidente da junta de Freguesia de Aveiras de Cima vem reclamando mudanças e crescimento. António Torrão explicou ao Valor Local que defende mais dinâmica, mas salienta que a própria junta não tem “um papel direto no projeto. Seja na Ávinho, ou na Vila Museu do Vinho”. O presidente da junta destaca que a autarquia é apenas “um parceiro no evento, mas minoritário. Colabora naquilo que é pedido, mas não tem intervenção direta”.

O autarca coloca em causa o atual projeto, salientando que “as pessoas perderam a ligação que tinham ao evento nos primeiros três ou quatro anos do mesmo”. Antigamente, refere António Torrão “havia uma maior envolvência” e nos últimos tempos a situação mudou e as pessoas começaram a afastar-se. “É preciso usar a massa crítica e criar formas de unir e não de desunir” refere o presidente da junta, que acrescenta a necessidade de se autonomizar o projeto. António Torrão refere que há produtores que já não abrem durante a Ávinho e que se verificam algumas desistências: “Noto um desalento sobre a forma como o modelo da festa evoluiu”. O autarca destaca que “a ideia é boa e o modelo tem o seu valor, mas é preciso complementá-lo e ouvir as pessoas, bem como envolver a comunidade” afirmando que este não pode ser um projeto apenas da Câmara, Associação Vila Museu do Vinho e agricultores.

O autarca considera que o certame é importante, mas deve ouvir e envolver a comunidade, facto que não aconteceu até agora. Para António Torrão, prova disso é a alienação das associações e também da restauração em relação ao certame.

Sobre a restauração, o autarca vinca que a sua participação é muito importante. Aveiras de Cima tem muitos estabelecimentos e neste caso em concreto “as pessoas até podem ter sido contatadas, mas se calhar não com a melhor abordagem”.

A gastronomia local é uma mais valia até porque “ninguém bebe vinho sem comer” e por isso tem de existir condições para que a restauração adira ao projeto, salientando que no ano passado houve quem quisesse almoçar ou jantar em Aveiras, mas não havia sinalização. Por isso o presidente da junta defende a participação das coletividades da freguesia na confeção de refeições, através de tasquinhas.

O autarca refere que a falta de envolvência também se nota na associação de produtores que deveria ser alargada a todos os produtores de vinho do concelho e não só aos de Aveiras de Cima. “Há questões que não sei como funcionam, não sei quem faz o quê”. António Torrão diz ter dificuldades em entender qual a mais-valia da visita de grupos de turistas às adegas de Aveiras de Cima. O conhecimento e a localização da terra é uma certeza, salienta o autarca, mas considera ainda assim que a marca “Vila Museu do Vinho” não está bem aproveitada.

O presidente dá como exemplo privilegiado a saída da autoestrada, no norte na localidade, que poderia ser rentabilizada com um cartaz. “Podia haver algo a dizer que aqui é a Vila Museu do Vinho”, aludindo ao facto de a própria população ainda não ter conseguido entender o projeto. António Torrão lamenta que a Vila Museu do Vinho “não passa de uma designação”, e salienta que a própria associação devia ser mais dinâmica e defende a entrada de mais produtores na associação, e questiona – “A associação nunca mostrou as contas à junta” e não sabe onde esta aplica o dinheiro da venda das canecas.

Ao Valor Local, José Mata, produtor e presidente do conselho fiscal da associação, vincou que a mesma aplica essas verbas na realização de formações e não só. O responsável pelas contas salienta, igualmente, que as mesmas servem para pagar os conjuntos musicais e ajudam na manutenção dos pórticos que estão espalhados pela vila. Sobre a apresentação de contas, refere que as mesmas são apresentadas aos associados e à câmara, através dos planos de atividades.

Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, refutou as críticas de António Torrão salientando que o presidente da junta nunca “apresentou as suas opiniões nas reuniões da Ávinho. “Se tem tantas ideias, acho que as devia colocar em cima da mesa, para que houvesse mais inovação e alterações na Ávinho”.

Quanto ao facto de o autarca de Aveiras desconhecer o que faz a associação, Luís de Sousa diz que “fica mal não conhecer o que se faz na freguesia” e vincou que a associação já apresentou contas à Câmara Municipal e que no ano passado utilizou as verbas nos espetáculos musicais, o mesmo se irá passar este ano.

 
11 anos de Ávinho

A Ávinho é atualmente organizada pela Câmara em parceria com a junta de freguesia de Aveiras de Cima e a Associação Vila Museu do Vinho. Já são muitos os grupos oriundos de vários pontos do país e do estrangeiro que visitam a Vila Museu do Vinho. Os mesmos são convidados a participar na poda das videiras e no pisar da uva. São experiências importantes para quem nunca teve contato com a atividade, podendo igualmente provar o torricado de bacalhau. Para tal, os visitantes pagam 10 euros por pessoa mas não se vão embora sem levar uma garrafa do vinho da região.

Mas a Ávinho é muito mais. Para além da animação, os visitantes são convidados a provar o vinho das adegas aderentes. Para tal adquirem por 2 euros uma caneca que possibilita o acesso grátis às adegas e ao vinho nos restantes dias da festa.

Para além do convívio nas adegas, a Ávinho tem também um programa musical. Este ano terá como cabeças de cartaz o grupo “Virgem Suta”, 6ª feira às 23h30, e o grupo “Diabo na Cruz”, sábado às 22h00. Todavia as festas arrancam às 18h30 de sexta-feira diz 10, com a inauguração, na Praça da República, seguindo-se as primeiras visitas às adegas com a tradicional oferta de febras, pão e vinho; e a animação de rua com bandinhas populares. O serão começa com o fado, nas adegas, e completa-se com a música dos “Virgem Suta”, no Palco da República.

No segundo dia, pelas 16h00, as ruas são invadidas por milhares de visitantes para ver passar os grupos e carros alegóricos que mostram as diversas fases d’ “O Ciclo do Vinho”. A noite musical será assegurada, a partir das 22h00, pela atuação dos “Diabo na Cruz”.

O último dia, domingo, abre com uma divertida gincana de tratores – “Fórmula T”, pelas 10h00 no terreno do mercado mensal. As adegas reabrem as portas às duas da tarde, enquanto as ruas são animadas pelo Rancho Folclórico “Camponeses” de Vale do Brejo. O Largo da República volta a atrair as atenções, às 15h00 com um “bailarico à moda antiga”, e às 17h00 para a entrega de prémios do 33º Concurso de Vinhos do Município. Pelas 19h00, uma arruada da banda da Filarmónica Recreativa de Aveiras de Cima marcará o encerramento da décima primeira edição da Avinho.

Ainda no que toca á animação, há ainda fado amador itinerante pelas adegas, sexta a partir das 21h00. Já no sábado o destaque vai para o desfile etnográfico demonstrativo d’ “O Ciclo do Vinho”, às quatro da tarde.

As varandas e fachadas enfeitadas sob o tema do vinho, fruto do envolvimento da população local, bem como a divulgação dos resultados do 33º Concurso de Vinhos do Concelho de Azambuja, sendo esta uma oportunidade para conhecerem os melhores brancos e tintos entre a meia centena de vinhos concorrentes.

Picture
 

 Vinhos da região estão bem e recomendam-se


Os vinhos portugueses e nomeadamente do Tejo, entre os quais os de Aveiras e que estarão em destaque em mais uma Ávinho, estão bons e recomendam-se. Esta é a análise de José Arruda, secretário Geral da Associação de Municípios Portugueses de Vinho (AMPV), para quem este “foi um grande ano para a associação e seus associados”.

O responsável destaca entre outras atividades, a “Gala da Cidade Europeia do Vinho” que decorreu em fevereiro em Jerez de la Frontera, Espanha, e a “Gala da Cidade Portuguesa do Vinho” que decorreu em Barcelos. Todavia a juntar a estas galas estão ainda outras atividades organizadas por ambas as cidades ao longo do ano de 2014.

José Arruda lembra que em maio do ano passado foi constituída no Cartaxo a Associação das Rotas de Vinho de Portugal. Trata-se de uma “instituição que  nasceu do esforço da AMPV em colocar as Rotas de Vinho em Portugal a funcionar”, destacando que a associação ficou com três elementos na direção liderada pelo presidente da Rota da Bairrada.

José Arruda destaca, igualmente, em género de balanço, a constituição de uma outra associação a Associação Internacional de Enoturismo, bem como o Concurso Nacional das Rainhas das Vindimas com a participação de 15 municípios com as suas candidatas. O fulgor do sector confirma-se também pela entrada de novos municípios nesta associação, o que em parte prova a sua dinâmica, como os concelhos de Anadia e Armamar. No âmbito das iniciativas, José Arruda destaca que a associação está a levar a cabo o XIV Concurso Internacional "La Selezion del Sindaco 2015" que vai decorrer de 29 a 31 de maio em Oeiras.

Sobre a qualidade dos vinhos nacionais, José Arruda destaca que a presença em grandes eventos “europeus e mundiais é disso representativo”. O responsável salienta a importância que a associação dá aos temas do território e dos vinhos tendo em conta o Enoturismo e por isso diz ter a noção “de que cada vez mais a promoção dos nossos vinhos tem que ser feita com a promoção dos territórios”. 

Sobre os certames ligados ao vinho em Aveiras de Cima e Cartaxo, acrescenta que os municípios têm sido cada vez mais “os grandes promotores das nossas riquezas”, “através da diplomacia económica, dos eventos, dos seminários, conferências, concursos de vinhos e feiras”.

No que concerne, à Festa do Vinho do Cartaxo, destaca que a associação é um parceiro ativo, lembrando que AMPV foi constituída em 2007 na Festa do Vinho. “Todos os anos fazemos o nosso aniversário a 30 de Abril na Festa do Vinho. Este ano vamos ter presente a Cidade europeia do Vinho 2015 - Reguengos de Monsaraz”.

Já no que toca à Ávinho, em Aveiras de Cima, o responsável vinca que este evento pode melhorar, até porque a Ávinho, hoje em dia, é um certame “ feito de forma volante através de um périplo pelas adegas e pouco mais”. Nesse sentido, o responsável lembra que o concelho de Azambuja é associado da AMPV e por isso “estamos disponíveis para colaborar com o município no sentido de melhorar a Ávinho”.

Sobre o modelo de gestão em que a Vila Museu do Vinho é gerida pela associação de produtores, com iniciativas junto dos turistas, José Arruda considera que “que é um excelente modelo. Como em tudo na vida poderá ser melhorado e adotada aquela que é a estratégia nacional de promoção dos nossos territórios”.

Miguel António Rodrigues
26-03-2015

Importância dos Copos
Por Rodolfo Tristão, escansão

Será que apenas é importante o vinho que bebemos, deixando para segundo plano onde o bebemos?

Os copos poderão ter tanta influência para uma melhor apreciação do vinho?

Um vinho pode ser um dos melhores. Encontramo-nos expectantes em relação ao que podemos vir a encontrar. Bom aroma, damos o primeiro gole e…desilusão. Será do vinho? Talvez não. Provavelmente o copo não foi o indicado.

Quando se trata de uma bebida tão rica de subtilezas, o papel dos copos é deveras importante. Revelam as nuances da cor e de aromas, ajudando a conduzir o paladar do enófilo, auxiliando a descoberta das melhores características. Poderá ate parecer estranho, pois nunca pensamos nisso, mas o copo assume uma relevância extremamente vincada na prova de vinhos.

“ os copos funcionam para um vinho como um bom sistema de som funciona para um cantor. Um microfone de acústica deficiente pode atrapalhar ate um grande cantor lírico, do mesmo modo que um recipiente inadequado não traduz a percepção máxima de um vinho”, segundo o director da divisão de vinhos da empresa mundial de copos, o Sr. Bolonhez.

Desde 1950 que por intermédio de Claus Josef Riedel se tenta produzir o melhor copo. Desenvolveu-se o primeiro tendo como base o formato de um ovo. A ideia é criar uma espécie de câmara na qual os aromas desprendidos do vinho se concentrem.

O estudo para a criação de cada copo é feito a partir das papilas gustativas da língua humana, doce na ponta, salgado e acidulo dos lados e amargo no final da língua. A partir deste estudo fisiológico do sabor e do facto que a primeira impressão gustativa é predominante, os mestres cristaleiros criaram copos que ao levar o liquido à boca eram capazes de reduzir algumas notas amargas ou por outro lado realçar o doce da fruta.

Os copos são por isso um grande amigo para o vinho e acima de tudo para quem o vai beber. Apesar da utilização de copos estereotipados para vinhos brancos e tintos, isso muda um pouco, pois devemos utilizar o copo mediante o tipo e características que o vinho tem. Porque não beber num copo grande (copo que tem uma boca grande), um vinho branco? Sabemos que a maior qualidade do vinho é o seu aroma, logo vamos procurar o copo que o vai intensificar mais, um copo largo que vai libertar o aroma.

Experimente colocar o mesmo vinho em copos diferentes e prove! Vai ver que as sensações vão ser diferentes e o vinho pode ganhar ou perder aromas, mediante o copo onde está.

Devemos tentar sempre que possível adaptar o copo ao vinho que vamos degustar parq que possamos retirar toda a riqueza do vinho.

Com certeza vai tirar melhor partido do vinho e da refeição!!!


    Comente esta notícia

Submeter

Comentários

Achei interessante o comentário acerca da relação do copo com o vinho. Pessoalmente , quando quero apreciar um vinho , utilizo um copo de cristal muito fino , que herdei de um familiar . O vinho bebido assim sabe-me muito melhor !... Será "impressão" ou realidade . Quanto à animação na Avinho as "tasquinhas" seriam uma boa iniciativa mas ... com petiscos bem confeccionados e variados e dentro da gastronomia ribatejana , onde o torricado de bacalhau seria o Rei . Boas pingas !...



Jose Almeida

27-3-2024

Jornal Valor Local @ 2013


Telefone:

263048895

Email

valorlocal@valorlocal.pt
  • OUVIR RÁDIO
  • EDIÇÃO IMPRESSA
  • FICHA TECNICA
    • ESTATUTO
  • CONTATOS
    • ONDE ESTAMOS
  • PUBLICIDADE
  • VALOR LOCAL TV