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Avipronto vai ser alvo de investigação por parte do Ministério Público

Rui Matias do SINTAB descreve, em exclusivo, o que correu mal em todo o processo, e diz que depois da crise a empresa não queria reabrir a 11 de maio
Sílvia Agostinho
21-05-2020 às 12:33


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A GNR efetuou uma queixa-crime junto do Ministério Público por alegadas omissões no caso que envolveu a crise de Covid-19 e a empresa Avipronto. Esta participada do grupo Lusiaves em Azambuja será investigada por omissão do número de casos da doença que recorde-se infetou 129 trabalhadores. Rui Matias do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), em delcarações ao nosso jornal, diz que em causa está o hiato de tempo entre os primeiros casos e o desencadear das primeiras ações no terreno por parte das autoridades de Saúde.
​O sindicalista confidencia ainda, ao nosso jornal, que a empresa não estava com pressa para reabrir as suas portas, na passada segunda-feira, dia 11 de maio, depois do encerramento de uma semana, e que terão sido as autoridades de saúde a fazer os contactos com os trabalhadores não infetados e a superintender todo o processo.

Rui Matias recorda que foi o sindicato a despoletar o primeiro auto de notícia junto da GNR, que envolveu logo de seguida a entrada em ação da Direção Geral de Saúde (DGS), Câmara Municipal de Azambuja,  e Proteção Civil local, mas todo este processo que passou por aquelas entidades "ao invés de ter demorado 24 horas levou uma semana". Por isso "a GNR e bem, e numa perspetiva de defender o nome da sua instituição, entende que o Ministério Público deve acionar todos os meios para fiscalizar o que aquela força de segurança considera serem omissões por parte da administração da Avipronto". 

Rui Matias recorda que, por mais de uma vez, os delegados sindicais que trabalham dentro da empresa alertaram e sinalizaram devidamente os primeiros casos junto do diretor da fábrica e do diretor de produção. Todo este histórico foi reportado a quem de direito antes do eclodir da crise a um de maio  com o conhecimento dos primeiros infetados. Houve uma omissão de nove dias pelo menos, entre a informação que os responsáveis da empresa obtiveram e a primeira ação no terreno.

O sindicalista dá conta que já um mês antes tinham aparecido os primeiros casos, relacionados com trabalhadores asiáticos, em inícios de abril. A empresa foi dispensando esses trabalhadores que deram positivo no teste Covid, mas não foram tomadas medidas em relação aos restantes funcionários. Recorde-se que nesta empresa de comercialização de aves laboram 140 pessoas.

A atitude da empresa, salienta, mudou por completo com esta crise  com uma parametrização ao máximo, atualmente, de todos os trabalhadores, com testes a confirmar e a reconfirmar o estado de saúde dos que ali laboram. "Emendou a mão um pouco tarde, estão a fazer o que já deviam ter feito". Nesta altura não estão a trabalhar na empresa muito mais do que 20 trabalhadores  em funções de manutenção. "No fundo a fábrica está parada".
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Quanto à reabertura no dia 11 de maio,  que na passada semana fez aumentar em mais nove o número de trabalhadores com a Covid-19, esclarece: "A empresa não fez pressão para reabir e na minha opinião nem queria voltar ao serviço", isto tendo em conta que houve quem argumentasse que a empresa estava a pressionar a Direção Geral de Saúde para voltar a laborar. "Posso assegurar que foi mesmo assim que se passou. A DGS tinha um leque de trabalhadores que deram negativo, entre 20 a 30 pessoas, mas a empresa alegava que não se sentia confortável para reabrir. Contudo como tinha a possibilidade, assim o fez". Nesta altura do campeonato, há todo um compasso de espera até que a fábrica possa laborar em pleno porque muitos dos 129 trabalhadores continuam a testar positivo à presença do vírus. Rui Matias dá conta de uma nova forma de estar da empresa que está a encarar o regresso com "vontade de aplicar muito daquilo que é já a experiência em países como a Alemanha com mais distância de segurança entre trabalhadores, com outro tipo de organização e a forma como cada pessoa vai passar a fazer a gestão do seu dia de trabalho". Sindicato e administração "estão a estudar um novo modelo de trabalho nas linhas com mais distanciamento, mas tudo isto tem muitos custos", salvaguarda.

Na próxima semana, o SINTAB vai reunir-se com os trabalhadores da empresa que possam estar aptos a estarem presentes, com o objetivo "de debatermos o regresso ao local de trabalho". "Estamos a falar de senhoras, na sua maioria, com muitos anos de casa, muitas delas já com mais de 50 anos, que já são avós, e que estão muito preocupadas". Uma população mais vulnerável à doença e com sequelas físicas e psicológicas mais difíceis de ultrapassar face ao surto que agitou esta indústria do concelho de Azambuja. 

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