Azambuja adere a programa de combate ao insucesso escolarO novo programa está vocacionado para primeiro, segundo e terceiro ciclos.
Sílvia Agostinho
29-03-2018 às 16:00 À semelhança de outros municípios da Lezíria do Tejo, Azambuja também aderiu, no âmbito do Portugal 2020, a um programa que visa combater o insucesso escolar nas escolas da região. Com o nome Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar visa através da colocação de técnicos no terreno, nomeadamente, psicólogos diminuir as causas deste fenómeno. Ao nível do terceiro ciclo, a taxa de insucesso é particularmente visível neste concelho.
A vereadora com o pelouro da Educação no município, Sílvia Vítor, refere que o programa “Azambuja Integra” já tinha como função desempenhar esse tipo de aproximação junto da comunidade escolar. Contudo o programa não estava a funcionar em pleno nos últimos tempos. Entretanto foi reformulado “com o objetivo de trabalhar na intervenção precoce em interação com as instituições particulares de solidariedade social ao nível do pré-escolar” com reforço de horas no que respeita à terapia da fala uma vez detetada esta necessidade. Já o novo programa está vocacionado para primeiro, segundo e terceiro ciclos. Ao todo serão quatro técnicos que também poderão vir a integrar, esporadicamente, o outro programa. Serão dois psicólogos clínicos, um animador sociocultural, e um educador social. Quanto aos fatores do insucesso escolar no concelho, Sílvia Vítor atribui em parte ao desinteresse pela escola que se vai instalando nos alunos, a que se junta, por vezes, a condição socioeconómica dos pais . “Vamos ver como este projeto também conseguirá motivar os nossos alunos no sentido de os levar a fazer outras opções”, refere. Embora o abandono escolar não seja uma questão, “há muitas crianças com necessidades educativas especiais, e como não houve intervenção precoce, mais complicado se torna querer que obtenham sucesso escolar”. Uma vez no terreno, os psicólogos desenvolverão “atividades de mentoria (que tem como objetivo ajudar o aluno a alcançar os seus objetivos). Terão como objetivo ainda desenvolver as capacidades sócio emocionais do aluno em contexto de sala de aula também com a família presente e comunidade escolar”. Outras atividades de psicologia direcionar-se-ão para os alunos enquanto grupo, divididos segundo as problemáticas, e assim serão trabalhados. O apoio parental é outra das vertentes. Estimular os pais poderá revelar-se como uma “tarefa mais ou menos difícil, mas no fundo traduz-se numa oportunidade única, e creio que terão todo o interesse em participar no sentido do sucesso escolar dos seus educandos”. Algumas famílias com mais problemas já são acompanhadas pelos serviços sociais. Já quanto ao educador social vai implementar um programa de “boot camp” de inovação e criatividade “que pode decorrer dentro ou fora da escola”. Dinamizará ainda um espaço municipal com a designação de “Sala do Futuro” virado para a robótica e alta tecnologia bem como um laboratório móvel de inovação e aprendizagem que estará ao serviço de dez municípios da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT). O animador sociocultural trabalhará a nível do mindfullness (espécie de treino mental). Estas são abordagens que têm surgido em voga nas mais diferentes áreas e considera-se que a Educação pela forte carga de exigência e stress possa vir a ser beneficiada também. Os técnicos estão no terreno a partir deste mês de abril por um período de três anos escolares, mais de 30 meses. ComentáriosSe o projeto for para continuar tudo bem, parabéns, se for um projeto político, que não trabalhe as necessidades reais das crianças/jovens, é pena... Porque na minha modesta opinião os projetos não podem ser temporários, têm de ser contínuos, adaptados e vivos.
Elisabete Tristão Azambuja 05/04/2018 13:35 |
PUB
|
Leia também
As Marcas da Nossa SaudadeOs anos 50 do século passado foram em Portugal uma década de ouro no que a marcas diz respeito. Um pouco por todo o país floresceram muitas empresas que ainda hoje estão no ativo, ou pelo menos no nosso imaginário
|
Processo legionella- "Aquela fábrica está muito degradada"Três anos passados do surto de legionella, e depois do processo ter-se tornado público ouvimos testemunhas privilegiadas daqueles dias que abalaram o concelho de Vila Franca de Xira e o país.
|
50 Anos das Cheias - As memórias de uma tragédia nunca apagadasNa madrugada de 25 para 26 de novembro chuvas torrenciais inundam a região de Lisboa. Na primeira pessoa apresentamos os relatos de quem viveu esta tragédia por dentro e ainda tem uma história para contar 50 anos depois.
|