Azambuja aprova adesão à “Águas do Tejo Atlântico”
O governo socialista quer reverter o processo de fusão de sistemas municipais de água e saneamento levado a cabo pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, ao criar 19 grandes sistemas no país
Sílvia Agostinho
22-12-2016 às 16:26 A Assembleia Municipal de Azambuja aprovou a adesão de Azambuja ao novo sistema de abastecimento de água e saneamento “Águas do Tejo Atlântico”, no dia sete de dezembro, por cisão do atual sistema. Antes em reunião de Câmara, a Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, através do vereador António Jorge Lopes, considerando que o documento foi apresentado de forma repentina e pouco conclusiva quanto aos interesses do concelho de Azambuja exortou no sentido de serem incluídos os mesmos pressupostos que há ano e meio atrás ilustraram a posição do município aquando da constituição da “Águas de Lisboa e Vale do Tejo”, nomeadamente, e entre outros pontos: as obras em alta no norte do concelho. A sugestão acabou por não ser aceite.
O vereador David Mendes, da CDU, também mostrou sérias reservas sobre o documento, nomeadamente, considerou que “a proposta não é real pois fixa as tarifas tendo em conta valores virtuais – número de população e capacitações mal calculadas”. O eleito não tem dúvidas – “ que tudo isto tem como objetivo pagar as dívidas colossais da Águas de Portugal”. Tendo em conta este quadro, “devíamos poder escolher fazer parte ou não desta nova empresa. Somos submetidos a uma prepotência que não é aceitável”, referiu. “Temos uma informação técnica de duas páginas em que não se fez uma análise crítica com o argumento de que só tínhamos 10 dias para a aprovar”, juntou António Jorge Lopes. Luís de Sousa, presidente da autarquia, voltou a focar que os investimentos em falta vão arrancar de uma vez por todas, nomeadamente, em Vila Nova de São Pedro, Espinheira e Casais das Boiças. Os municípios que fazem parte do sistema em alta em questão “Águas de Lisboa e Vale do Tejo”, que vai agora criar este novo braço – no qual se vão passar a incluir os 12 municípios do Oeste, os municípios da Área Metropolitana de Lisboa, e ainda Mafra, Azambuja e Rio Maior – têm vindo a receber desde finais de outubro para aprovação, nos respetivos órgãos autárquicos, o documento em causa remetido pelo ministério do Ambiente, tendo em conta a nova empresa no qual figuram os estatutos, o contrato de concessão, a estrutura acionista e o acordo parassocial. O governo socialista quer reverter o processo de fusão de sistemas municipais de água e saneamento levado a cabo pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, ao criar 19 grandes sistemas no país. Na área de Lisboa e Oeste, a atual empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo resultou da fusão das Águas do Oeste, SANEST e SIMTEJO. A proposta apresentada prevê que a Águas de Portugal detenha mais de 50 por cento do capital da “Águas do Tejo Atlântico”, o que não estará a agradar a todos os municípios nomeadamente Loures, que defende que os municípios deverão deter a maioria do capital da empresa.
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