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Azambuja: Biosurfit entrou em insolvência
A empresa está a contas com uma dívida ao Banco Europeu de Investimento (BEI) no valor de 19,6 milhões de euros. 

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Empresa recebeu a visita do primeiro-ministro, António Costa, em 2019

| 30 Dez 2020 10:08
Sílvia Agostinho

A Biosurfit, empresa com sede em Azambuja desde 2017, ligada à biotecnologia e ao fabrico de análises rápidas entrou em insolvência e o futuro próximo passa por uma assembleia de credores marcada para o início do ano. A vinda desta empresa para Azambuja, onde já residia o seu administrador, João Garcia da Fonseca, significou um passo em frente para o concelho dado o seu caráter de vanguarda, tendo a sua instalação sido acarinhada pelos vários setores políticos e sociais locais. Foi, ainda, a primeira start-up portuguesa a beneficiar do fundo de apoio 200M.

Mas para já fica a ideia de que a empresa não conseguiu, até à data, apanhar o comboio da pandemia, no que seria uma oportunidade de negócio sem igual. Recorde-se que em março, o Valor Local adiantou que a Biosurfit se preparava para tomar a dianteira nos testes rápidos na deteção do Sars- Cov-2, através dos seus exames de anticorpos com máquinas fabricadas para o efeito, e com uma parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa. 

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Jornal Valor Local · Azambuja: Biosurfit está insolvente

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Numa notícia avançada pelo jornal “Público”, no início deste mês, é referido que a Biosurfit está a contas com uma dívida ao Banco Europeu de Investimento (BEI) no valor de 19,6 milhões de euros. O empréstimo foi arriscado dado que se baseou nos denominados “venture debts”, com juros mais altos para compensar o risco mais elevado, a que se soma outra dívida de 6,3 milhões de euros ao parceiro sueco, a Boule Diagnostics que no final de 2018 investiu cinco milhões de euros na Biosurfit em troca de 25 por cento do capital da empresa portuguesa e ficou com o exclusivo comercial dos produtos que nunca chegou a vender, de resto. O fundo 200M financiou com outros cinco milhões de euros esta aventura portuguesa.

O “Público” continua a adiantar que a Boule já terá dado sinal para abandonar o projeto sedeado em Azambuja. Outros parceiros também não estarão disponíveis para continuar como a Portugal Ventures, maior acionista com 34 por cento de capital.  A Biosurfit tenta agora cortar onde pode e já negociou a rescisão com parte dos colaboradores. O valor das indemnizações entre antigos funcionários e fornecedores ascende aos 200 mil euros.  O Valor Local contactou João Garcia da Fonseca mas sem sucesso. O jornalista de Economia e colaborador da Rádio Valor Local, Jorge Laureano Jacinto, dissecou que o que provavelmente correu mal na Biosurfit, à luz dos dados existentes, foi a ausência de uma estratégia de distribuição eficaz. Durante o programa "Hora Local" da nossa estação, estranhou que “outras empresas que não desenvolviam este tipo de tecnologia tenham passado a fazê-lo” tendo em conta a conjuntura da pandemia mas a Biosurfit ficou, à partida, para trás, quando já operava no mercado dos testes rápidos. Para o jornalista, a empresa falhou no marketing e na distribuição “quer no mercado nacional quer no estrangeiro”. Por outro lado, “é evidente que no seu conselho de administração faltava know-how neste domínio”. “Julgavam que bastava ter um ótimo produto, mais o apoio do Governo e do parceiro sueco, mas não foram suficientes”.
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A empresa pretende lançar em breve um novo produto – um teste quantitativo de anticorpos Covid-19, que permite avaliar o nível de imunidade no que a Biosurfit considera ser um trunfo na gestão das fases posteriores da pandemia.

Tecnologia da Biosurfit

A Biosurfit nasceu em 2006 e prometia revolucionar o mercado das análises em todo o mundo, fracassada que foi a experiência de uma congénere america, a Theranos que nunca conseguiu cumprir com o que durante anos anunciou: fornecer resultados de análises em poucos minutos, ao contrário da empresa portuguesa. A Biosurfit está focada em equipamentos de análises sanguíneas que em apenas cinco minutos fornecem um diagnóstico a partir de uma gota de sangue, sendo que os seus principais clientes são os médicos e estabelecimentos hospitalares. A tecnologia da Biosurfit baseia-se num equipamento de leitura – “Spinit Reader” - e na utilização de discos descartáveis – “Spinit Disposables”. Mediante a utilização de uma gota de sangue, esta tecnologia consegue disponibilizar resultados precisos de deteção de diversos marcadores em apenas 15 minutos (inflamação, hemograma, diabetes, lípidos, coagulação).
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