Azambuja estuda caminhos do Turismo ReligiosoA entidade de turismo vai marcar duas rotas temáticas no território do concelho, a do Barroco e a da Cultura Avieira
Sílvia Agostinho
02-10-2018 às 17:35 Numa organização conjunta do Valor Local e da Junta de Freguesia de Azambuja, falou-se pela primeira vez da dinâmica do turismo religioso na vila de Azambuja tendo em conta o fenómeno dos muitos peregrinos que anualmente passam pela localidade ribatejana em causa. O Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo que todos os anos se realiza e que tem despertado as atenções é outro dos acontecimentos do qual o concelho pode tirar mais partido do ponto de vista turístico. O debate teve lugar durante as festas da freguesia no Centro Comercial Atrium em Azambuja no passado dia 1 de setembro.
O vereador da Câmara de Azambuja, António José Matos, convidado do nosso debate, deu conta das ações da autarquia em concertação com a Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo, nomeadamente, com a disponibilização de mais informação sobre os Caminhos de Santiago, com novas marcações e sinalética tendo em vista ajudar o peregrino nos seus trajetos. O responsável lembrou ainda as potencialidades do cruzeiro pois os próprios “avieiros reconhecem que ninguém os recebe tão bem como os azambujenses”. Pedro Beato, técnico da entidade de turismo que tem a seu cargo a coordenação dos Caminhos de Santiago, reforçou que Azambuja é uma das entradas da região no que se refere a este tipo de aposta. No território da entidade de turismo estão a ser alvo ainda do processo de marcação de terrenos e sinalética o percurso Almodôvar- Santiago do Cacém, e daqui até Azambuja- Cartaxo e Santarém. “Temos as quatro dioceses a trabalhar connosco, para além da União de Misericórdias e o Conselho Jacobeu”. “Estamos a apoiar-nos nestas estruturas no que concerne à dimensão histórica, técnica e patrimonial que suporta a opção de se fazer o itinerário de modo a que os caminhos fiquem certificados pelo Turismo de Portugal, Direção Geral do Património Cultural, e Conselho Jacobeu”, informou o responsável. No mês de outubro, serão iniciadas as marcações, e a par desta ação no terreno, será disponibilizada mais informação como “roteiros, flyers, e brochuras bem como um site”. A par disto, Azambuja vai conhecer duas rotas temáticas: a do barroco e a da Cultura Avieira. Outra das novidades, neste caso criada a nível local, prende-se com um lava pés que a junta de freguesia pretende construir, anunciado pela presidente da autarquia, Inês Louro. De facto, o território de Azambuja vai conhecendo alguma efervescência quando o tema são as rotas religiosas. E o comércio, nomeadamente, a restauração vai sentindo os efeitos. Disso mesmo nos deram conta alguns empresários do setor no final do nosso debate. Mais descrente, o economista e antigo presidente de Câmara, Joaquim Ramos, convidado do nosso colóquio, acredita que o futuro desta aposta no concelho passará antes pela organização de eventos em torno do cruzeiro religioso e outros não passando tanto pelo atravessamento do concelho pelos peregrinos que normalmente “apenas compram mais uns pensos na farmácia e mais umas queijadas na pastelaria”, continuando no dia a seguir a sua peregrinação. “Devemos concentrar, talvez, os nossos esforços na procissão dos avieiros, e nesse dia fazermos ali várias atividades como uma prova gastronómica do Tejo. São estes acontecimentos de índole religiosa que podem de facto gerar mais movimento”, concretizou. Pedro Beato tentou desmistificar um pouco a ideia do economista quanto ao turismo de rotas, alegando que não estamos perante um fenómeno ao estilo papa quilómetros, e explicou alguma cientificidade inerente – “Falamos de um turismo com base nos dados do Conselho Jacobeu em que 75 por cento destes viajantes querem estar nos melhores sítios, comer nos melhores restaurantes e nos melhores alojamentos, e querem visitar as localidades porque vão com tempo”. O pároco de Azambuja e Vila Nova da Rainha, Paulo Pires, também convidado do nosso debate, deu a achega – “ De facto reparo que muitos dos que chegaram a Azambuja regressam mais tarde porque querem visitar melhor e passam dias de férias aqui no nosso concelho”.
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