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Manuel Ferreira é médico de clínica geral há 40 anos e vê agora uma segunda vaga da pandemia a agravar os problemas psicológicos e de dinâmica familiar da população. Segundo o médico, a quantidade de pessoas que estão a tomar antidepressivos aumentou desde há oito meses. As depressões têm sido, na sua opinião, uma consequência do isolamento que tem afetado em particular a terceira idade, principalmente, os idosos que se encontram institucionalizados e que têm, assim, as visitas limitadas.
A grande falha apontada é a falta de resposta dos centros de saúde. Manuel Ferreira afirma que, legalmente, deveria existir um psicólogo clínico por centro de saúde e que tal não acontece. Para além disso, há a questão dos médicos de família que gera preocupação por parte do médico, ao ver que, agora, ainda mais do que antes, “há muitas limitações na disponibilidade” daquele tipo de clínicos. Em Azambuja, depois da reforma de dois dos principais médicos, Manuel Ferreira diz existirem pelo menos 3000 pessoas sem direito a este serviço de saúde. O médico de clínica geral recorda ainda quando o centro de saúde contava com 13 médicos que, inclusive, dispunha de um serviço de atendimento permanente. Atualmente, diz que os centros de saúde não proporcionam serviços básicos, como “dar pontos”. Estes casos simples são, assim, reencaminhados para o Hospital de Vila Franca de Xira o qual fica sobrecarregado. O problema principal apontado por Manuel Ferreira é exatamente a falta de capacidade de resposta dos centros de saúde que deveriam ser uma das primeiras linhas de defesa da população. O médico diz que as pessoas ligam para a linha de saúde 24 que por sua vez reencaminha o contacto telefónico para os centros de saúde, que não dispondo de recursos nem de meios técnicos ou humanos para dar resposta à quantidade de chamadas, não conseguem estabelecer contacto com as pessoas. Segundo Manuel Ferreira, se se exige que não haja consultas presenciais, “devem ser assegurados os contactos telefónicos”. “Para isso a solução deve passar por um maior investimento por parte do Estado nos funcionários”, declara. O médico defende, ainda, o uso de máscara na rua e está convicto que esta pandemia “acabará” antes do verão do próximo ano. Manuel Ferreira recorda que apesar do investimento na saúde ter aumentado, as despesas seguiram o mesmo caminho com o crescimento contínuo na população idosa em Portugal, o que deve ser tido em conta pelo Estado, de forma a que se consiga implementar melhorias nas respostas médicas. |
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muito bom sao coisas que nao interessam falar aos politicos
Júlio Canha
Azambuja
25/11/2020 às 07:50
Estou plenamente de acordo com o Sr Dr Manuel Ferreira !
Augusto Pimpão
Casais da Lagoa/Azambuja
22/11/2020 às 21:38
Júlio Canha
Azambuja
25/11/2020 às 07:50
Estou plenamente de acordo com o Sr Dr Manuel Ferreira !
Augusto Pimpão
Casais da Lagoa/Azambuja
22/11/2020 às 21:38
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