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Azambujense Rodrigo Freixo e o poder de sonhar
Foi Relações Públicas, jornalista, realizador de documentários, e fez por fim carreira no marketing
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Hoje é o CEO da VMLY&R, uma das maiores agências de marketing em Portugal
|02 Abr 2021 12:07
​Sílvia Carvalho d'Almeida

"Um rapaz simples que veio de uma pequena vila portuguesa". É desta forma que Rodrigo Freixo, azambujense, se descreve na sua página do Linkedin. Começou a sua carreira aos 14 anos no jornalismo local. Viajou pelo mundo e viveu nalgumas das maiores cidades da Europa, no entanto, fiel às suas origens, chegou mesmo a encurtar uma viagem pela Austrália para ir à Feira de Maio. Hoje é o CEO da VMLY&R, uma das maiores agências de marketing em Portugal. Em entrevista ao Valor Local contou-nos um pouco do seu percurso e sobre a sua ligação à terra que o viu nascer.

Aos 40 anos, Rodrigo tem um percurso imparável. Foi Relações Públicas, jornalista, realizador de documentários, e fez por fim carreira no marketing. Caracteriza-se como "uma pessoa inconstante" e que está "sempre à procura de coisas novas, de explorar, um curioso". O jornalismo foi desde sempre o seu sonho. "Quando tinha seis anos e perguntavam o que queria ser eu dizia que queria ser jornalista. Recordo-me de ter sido reconhecido na primária por uma composição de 7 páginas que o professor afixou na escola. Repeti o nome Joãozinho 50 vezes, mas ainda assim ele adorou e percebeu essa apetência. Um bocadinho mais tarde agarrei na máquina de escrever dos meus pais e comecei a fazer o jornal do prédio. Já desde tenra idade tinha bem definido o que queria ser".

Depois, ganhou num concurso de cultura geral um voucher com o qual comprou "uma máquina de fotografar amarela", o que fez com que desse " largas à imaginação" para explorar ainda mais este gosto por documentar. Ainda durante a pré-adolescência conheceu Miguel Rodrigues (diretor de informação do nosso jornal) que o puxou para a as "lides" do jornalismo local. "Eu andava sempre agarrado ao Miguel,  até fizemos juntos um programa na rádio Ateneu. Eu adorava a loucura de estar em direto, isso fez crescer ainda mais a minha paixão". Mas o seu percurso não foi fácil. "Eu sabia que sendo de uma família humilde e não estando numa metrópole tinha de me esforçar o dobro dos outros para chegar a algum lado." Trabalhou no Mc Donalds, em call centers, a apanhar tomate, e em campanhas da Sugal. Frequentava a universidade à noite e ao mesmo tempo tentava trabalhar em jornalismo. "Cheguei a trabalhar muitas vezes de graça. O jornalismo não é uma profissão fácil. Mas o que eu queria era estar metido neste meio.

Crescer profissionalmente e fazer coisas nesta área". A grande oportunidade surgiu quando começou a trabalhar no grupo Impresa, no qual esteve cerca de 9 anos. Passou pela TV Mais, Caras, colaborou com o Expresso, Visão, e SIC, e foi um dos responsáveis pelo site da Caras quando o jornalismo online ainda começava a dar os primeiros passos. Foi eleito por Francisco Balsemão "para um grupo de jovens de elevado potencial" dentro da empresa, a quem este dava formação e "uns incentivos extra". Pelo mais escreveu dois livros, um sobre o colunista social Carlos Castro, e outro sobre uma roadtrip que fez pela Austrália. Tinha o sonho de se tornar jornalista de guerra, mas "isso acabou com o desaparecimento de algumas figuras do jornalismo nacional. Deixámos de fazer esse tipo de investigação. Comecei a perder a paixão pelo jornalismo." Foi para  Barcelona atrás da atual esposa e mãe dos seus dois filhos, e decidiu investir noutro objetivo, os documentários. Tirou um mestrado nesta área, e realizou o filme “Volver la vista Atrás”, para a televisão nacional Espanhola (TVE).

Mas a tentativa de tornar o seu documentário em algo mais sensacionalista fê-lo entrar em desacordo com a empresa e foi-lhe cancelado o financiamento. "Eu acreditava na utopia de que podíamos viver de documentários, de uma coisa que é interessante, que mostra a vida tal como ela é, e que entra num registo sem influências." Começou então a trabalhar em publicidade, por mero acaso, como copywriter, e foi progredindo dentro da empresa. "Foi um esforço intenso para entrar nesse mundo em que percebi que podia fazer a diferença em muitos dos projetos que fazemos. Fui convidado para ir para Londres, daí para a Suécia, corri o mundo inteiro, e aqui estou."

Para o atual CEO, foi "muito difícil" sair da Azambuja para ir morar para Lisboa. "Azambuja é uma terra incrível, mas independente, vive muito em torno de si. Lisboa é o sítio onde vamos comprar algo que não encontramos. Azambuja é uma terra onde crescemos de uma forma tão livre, natural, com pessoas ótimas à nossa volta, com o rio ali ao lado. Temos tudo ali, não precisamos de mais. Mas eu queria mais. Foi muito complicada a adaptação, não me senti bem, tinha saudades de Azambuja, mas fui crescendo e adaptando-me, porque tinha aquele sonho, aquela ambição."

Conquistou um lugar ao sol, mas não esquece a terra natal. "Para onde quer que vá digo sempre que venho de Azambuja, não de Lisboa. Tenho saudades de tudo: dos meus amigos, da vida de bairro, de agarrar na bicicleta e andar à volta da horta do Maia, de momentos sobretudo feitos por pessoas e pela envolvente. Continuo a acompanhar Azambuja de muito perto e a visitá-la frequentemente, os meus pais continuam a viver aí."
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Quando lhe perguntamos se a vida correspondeu às suas expetativas, responde: "As expectativas vão sendo criadas ao longo do tempo, conforme o que a vida nos proporciona. Se pensar nas expetativas que tinha há 20 anos atrás, a minha vida superou-as. Olhando para trás sinto orgulho, mas também que há ainda muito para explorar".

Comentários

Nao tenho o prazer de conhecer a pessoa em questão, mas tenho uma grande vaidade de ser um bom amigo de um pai que tem um filho com tamanhos talentos. Desejo que a vida lhe sorria, na proporção da sua dedicação!... Parabéns, Dr. Rodrigo Freixo.
Jeremias Moura
02-04-2021 15:05

Boas Rodrigo. Tal como tu muitos tivemos de abandonar Azambuja, sempre a nossa terra, para ir à conquista de outros horizontes. Saudades da Horta do Maia, dos torneios de futebol entre bairros, das pistolas de caricas das bikes, tempos que já não voltam. A Feira de Maio, será sempre aquele momento de encontro de amigos que estará no nosso ADN. A minha esposa diz-me o que nós achamos intereasante estar na Feira de Maio, eu respondo as nossas raízes. Fico feliz pelo teu percurso profissional. Aquele abraço
Rui Sousa
02-04-2021 13:31

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Olá frexo espero q tenhas mto sucesso mta paz amor e alegria mereces isso e mto mais...Abraco da Santa terrinha Azambuja.
Miguel Monteiro
02-04-2021 07:10


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