Azambujense Rui Antunes dá cartas no mundo da publicidade
O jovem publicitário já esteve no principal palco da publicidade a nível mundial, em Cannes Sílvia Agostinho 25-10-2015 às 18:25 Tem 25 anos, e é um dos novos talentos da publicidade a nível nacional, contando já no seu currículo com um “Gold Young Lions Portugal” bem como outros prémios. O azambujense Rui Antunes esteve presente também por estes dias num dos maiores palcos europeus do mundo da publicidade, o “European Creativity Festival” em Barcelona. Neste evento participaram cerca de 20 talentos de toda a Europa, sendo que Rui Antunes foi o representante de Portugal a par de uma outra colega. Contudo o seu percurso não foi fácil até chegar a uma das mais importantes multinacionais presentes em Portugal, a Ogilvy há apenas três anos.
O publicitário conta que depois de ter tirado o curso e de ter feito estágio numa pequena empresa de Relações Públicas de Odivelas, esteve durante um ano a tentar a sua sorte nesta área, sem sucesso, pelo que à semelhança de outros jovens teve de se fazer à vida como se diz na gíria e fez outros trabalhos como ajudar a mãe no café, ou mesmo na apanha da pêra rocha. “Houve alguma desmotivação, mas depois de ter enviado muitos currículos do género –‘Toma lá e dá-me cá um emprego’ percebi que não ia conseguir ser chamado para trabalhar numa área como esta, percebi que tinha de mudar de estratégia”. Para seduzir o mercado, Rui Antunes enviou, primeiro, “remédios de criatividade”, basicamente tentou receitar de uma forma imaginativa às grandes agências o seu currículo e a sua história pessoal em forma de medicamento, mas em vão. Então, Rui Antunes recorreu a um jogo do imaginário infantil e a sorte sorriu-lhe. Foi o monopólio que lhe permitiu sair da casa de partida: “Basicamente em todas as casas, havia um pouco da minha história passada, presente e até futura, o jogo apresentava também o que eu pretendia fazer dali a cinco anos”. Foi então chamado para trabalhar na Ogilvy, apesar de ter estado a trabalhar durante um ano apenas com as ajudas de custo pagas. Rui Antunes recorda que o sonho de um dia poder “saber o que se passa por trás dos anúncios que vimos na televisão” vem desde a altura em que frequentava o nono ano, e por isso nunca desistiu deste sonho mesmo quando após acabar o curso percebeu que este é um mercado onde nem todos conseguem vencer. “Recentemente estive num jantar de curso, em que entre 20 pessoas, apenas três estavam a trabalhar na área”. Quanto à competição na sua profissão, desmistifica um pouco a ideia de que este é um mundo demasiado agressivo, pelo menos em Portugal – “As picardias em que queremos ser os melhores são relativamente saudáveis, penso que não se pode falar em desonestidade entre colegas, ao contrário do Brasil, por exemplo, onde as relações entre pessoas da mesma empresa são muito mais tensas nesse aspeto, até porque lá as ideias valem muito dinheiro”. A campanha de publicidade que idealizou enquanto copywriter (profissional que escreve o texto) para a Rádio Renascença é um dos seus trabalhos mais visíveis e um dos que mais se orgulha – “Fiz a campanha dos elogios, em que os locutores da rádio eram colocados em contacto com os ouvintes e lhes dirigiam palavras simpáticas”. O anúncio passava-se dentro de um táxi, num barbeiro, ou num salão de beleza. Rapidamente se percebeu do potencial desta ideia, e o Continente aliou-se ao espírito dos elogios com a Renascença “e fizeram umas emissões em direto nos supermercados”. “As pessoas sentiram-se bem com o anúncio, até porque estávamos em crise e dar um elogio a alguém, ou um cumprimento era benéfico. A Renascença ficou extremamente agradada com a ideia”. Outro dos trabalhos que se constituíu para Rui Antunes como um especial desafio prendeu-se com um conceito inovador que o Correio da Manhã levou para o seu site; o de responsive ou seja a adaptação do site de forma automática para poder ser lido com o mesmo conforto para computador, tablet e outros dos novos dispositivos. “Fizemos um anúncio em que convidámos as pessoas a dobrar as páginas do jornal para que confirmassem essa adaptação”. O processo de debate das ideias com o cliente é outro dos desafios que enfrenta todos os dias na sua profissão porque “também há clientes com más ideias, que tentam fazer o óbvio e como a publicidade não é uma ciência exata, até tendo em conta que estamos em época de crise, torna-se difícil convencê-los do contrário.” A empresa que “nos procura tenta sempre não gastar muito dinheiro”, e isso é um desafio para o publicitário, até porque é impossível “garantirmos que com a nossa ideia, o cliente vai ter sucesso”, algo que é sempre determinado pelo mercado. A possibilidade de no ano passado ter estado no mais importante festival de publicidade do mundo, em Cannes, foi também uma experiência que o marcou. “Fui representar Portugal como jovem criativo, não consegui ganhar lá, porque são muitos em competição, sendo que apenas temos 48 horas para pensar numa ideia, fazer o filme, e mostrar. Foi sem dúvida a minha experiência profissional mais importante. Estão lá as maiores estrelas do mundo da publicidade”. Rui Antunes deixou para já de lado a hipótese de tentar a sorte no estrangeiro, dado que conseguiu realizar o sonho de trabalhar numa grande empresa em Portugal, mas desmistifica a ideia de que a profissão de publicitáriao é bem paga – “Se calhar há 20 anos era, e essas pessoas talvez tenham conseguido manter o bom salário, mas quem entra de novo na profissão dificilmente é bem pago em Portugal, mesmo que ganhe prémios”. |
Três meses depois da Fusão das Águas: Câmaras de Alenquer e Azambuja exprimem incertezas quanto ao futuro
Contra a falta de médico: População de Alcoentre admite boicotar presidenciais Escola da Armada, em Vila Franca de Xira, “desespera” por um novo futuro Vereador da CDU na Câmara de Azambuja quer mais ação do executivo na Educação, e na recuperação do esteiro e da praia fluvial PSD de Alenquer propõe IMI familiar em reunião de Câmara |
Comentários
Seja o primeiro o dar a sua opinião...