Benavente: Polícia Judiciária investiga as famosas bicicletas compradas pela Câmara
O facto de a população não estar a usufruir de um bem tendo em conta que houve dinheiros europeus envolvidos é alvo de questionamento por parte daquela entidade
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| 04 Jan 2021 15:56
Sílvia Agostinho A Polícia Judiciária está a investigar o caso das famigeradas bicicletas que a Câmara de Benavente adquiriu em 2016 mas que as tem guardadas nos estaleiros à espera de melhores dias. O presidente da Câmara, Carlos Coutinho, foi confrontado pelo vereador do PS, Pedro Pereira, acerca desta investigação tendo em conta “um post” que o eleito socialista viu “nas redes sociais” que denunciava aquele facto. O presidente da autarquia disse que esse era mais um dos processos contra a Câmara na mira da PJ e que se sentia tranquilo quanto a mais uma investigação.
Recorde-se que foram adquiridas 24 bicicletas para quatro estações de atracagem instaladas ao longo do percurso das ciclovias em Benavente e Samora Correia bem como o software de gestão do sistema de utilização. Este investimento foi de 90 mil euros, comparticipado em 75 por cento pelos fundos europeus. O projeto das ciclovias está, nesta altura, praticamente pronto depois de sucessivos atrasos. Numa entrevista ao nosso jornal em finais de 2018, Carlos Coutinho esperava inaugurar a obra em 2019 mas só passados dois anos é que as ciclovias vão entrar ao serviço em conjunto com as bicicletas que já levam quatro anos de estaleiro. Recentemente o município referiu na comunicação social que faz as respetivas manutenções mas, nesta altura, perdeu a garantia dos equipamentos e entretanto a empresa que os vendeu entrou em insolvência. A Polícia Judiciária questiona, grosso modo, o facto de a população não estar a usufruir de um bem tendo em conta que houve dinheiros europeus envolvidos, sem que a compra tenha atingido até à data o fim a que se destina. O presidente da Câmara garantiu que está tudo encaminhado para que, no mais curto espaço de tempo, as bicicletas possam ir para a rua e até deu a entender que vai adquirir mais face ao “sucesso” que se estima que o projeto possa vir a alcançar. Coutinho explicou que não gostou do que viu noutros concelhos “com as bicicletas a serem disponibilizadas sem as ciclovias feitas, com sucessivos atos de vandalismo e de estrago do material”. Sendo assim referiu que arriscou ao manter as bicicletas na “garagem” até à conclusão da obra das ciclovias, e porque na altura o Programa Estratégico de Desenvolvimento Urbano do Feder previa uma majoração de meio milhão a juntar aos 5 milhões que a Câmara alcançara por via daquele apoio, desde que fosse executada uma das componentes, sendo que na altura apenas a aquisição das bicicletas se afigurava como o único item possível de adiantar. Quanto às bicicletas, estarão ao dispor da população nas zonas dos centros históricos do concelho (também alvo da ação do PEDU-PAMUS), e nas de maior concentração de equipamentos e serviços. |
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