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Bombeiros de Azambuja: "90 por cento das chamadas são para suspeitos de Covid-19"Todos os casos com sintomas são tratados como suspeitos. O stress e o confinamento não ajudam
Miguel A. Rodrigues
06-04-2020 às 15:59 |
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Os bombeiros de Azambuja têm intensificado, nas últimas semanas, o transporte de doentes suspeitos de Covid-19. Ao todo, segundo o comandante dos bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia, "cerca de 90 por cento das chamadas são agora de suspeitos de covid".
Os doentes são triados pela linha saúde 24 e pelo INEM, e por precaução, todos os doentes que tiverem algum tipo de patologia associada à doença ou apresentarem sinais mais aproximados, são tratados como suspeitos por defeito, cabendo depois às autoridades de saúde fazerem os respetivos testes. Muitos dos doentes estão stressados devido ao recolhimento e afastamento social, e não são poucos os que "dizem ter sintomas que não têm ou aumentam os sintomas para serem atendidos no hospital", refere Ricardo Correia, que desta forma, e face ao alarme e ao grau de stress instalado, não é difícil chegar-se a esta percentagem de chamadas, "mas a verdade é que só temos três casos no concelho", elucida. Segundo o comandante dos voluntários de Azambuja, a corporação já antes da fase de mitigação fazia o transporte, no entanto tal intensificou-se nesta altura até pela escassez de transporte verificada na primeira fase o que obrigava as pessoas a irem ao hospital pelos seus próprios meios, colocando-se em risco a si e aos outros. Ricardo Correia salienta que os bombeiros de Azambuja estão na primeira linha do combate à pandemia, e que mesmo tendo em conta que o valor que o INEM paga para o transporte deste tipo de doentes não cubra a totalidade do serviço, garante: "Estamos cá para servir a população e para o que der e vier". De acordo com Ricardo Correia, o INEM paga sensivelmente dois euros para material descartável neste tipo de serviços, um valor "muito aquém" do necessário, pois as máscaras chegam já a valores "que rondam os sete euros e meio no mercado". Tendo em consideração estes factores, bastará fazer as contas até porque com este números "somos nós que estamos a financiar o sistema". Ainda assim os bombeiros de Azambuja precaveram-se antes da pandemia. "Tínhamos em armazém cerca de 400 máscaras e álcool gel sem saber se um dia precisaríamos ou não desse material", conta o comandante que faz questão de agradecer à Câmara de Azambuja e às empresas que têm feito chegar alguns equipamentos de proteção individual, que não sendo os ideais, são os possíveis. Ainda segundo o comandante dos bombeiros, os primeiros equipamentos entregues pelo Ministério da Administração Interna só deram para uma manhã. "Foram seis batas apenas" e mais recentemente receberam mais algumas, mas se não fosse o facto de existir material em armazém e as ofertas dos mecenas, a situação podia ser mais complicada. Bombeiros resguardam-se para salvar vidas Os bombeiros de Azambuja têm trabalhado com equipas distintas o problema do Covid-19. O comandante dos bombeiros diz que em média depois de quinze dias ao serviço, a equipa fica quinze dias em casa "para dar tempo de aparecerem, se existirem, os sintomas da doença". O operacional sustenta que os bombeiros estão a fazer todos os serviços, no entanto existem agora regras mais apertadas até nos acidentes de viação. As vítimas são tratadas como se tivessem o covid-19 por defeito. Ou seja os bombeiros fazem um inquérito e vestem fatos de proteção individual, pois nunca se sabe se num acidente pode estar um potencial infetado. Esta tem sido uma das formas de autoproteção dos voluntários de Azambuja, também já replicadas noutras instituições de norte a sul do país. Urgências dos Hospitais a meio gás Ricardo Correia garante que nos serviços efetuados pelos bombeiros tem notado uma diminuição de pessoas nas urgências dos hospitais. O operacional salienta que com a pandemia, as pessoas "têm tendência a ficar em casa e com isso tratarem dos seus problemas sem entupir as urgências". e isso traduz-se numa diminuição de pessoas nesses serviços. Situação que tem verificado quer no hospital de Vila Franca quer no de Santa Maria: "Essas unidades têm muito menos pessoas nas urgências. Ainda ontem fui a Santa Maria e assustei-me com a pouca azáfama, comparada com a dos dias antes da pandemia", refere o comandante. |
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Não tenho como falar sobre isso está a telefonar para os Bombeiros muitas vezes sem motivo algum eles estão todos em Serviços só pura Máldade que Deus os abençoe Amèm Gratidão Gratidão Gratidão 🙏🙏❤️
Ana Maria Martins
Azambuja
06/04/2020 19:08
Ana Maria Martins
Azambuja
06/04/2020 19:08
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