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Bombeiros de Azambuja e Cruz Vermelha de Aveiras falam em tempos fora do comum à espera de macas nos hospitais
Há cada vez mais meios alocados para o socorro mas a pandemia não parece dar tréguas

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O operacional salienta que isso também acontece em Vila Franca de Xira e que isso leva a uma gestão mais complexa dos veículos de socorro.
| 27 Jan 2021 15:35
Miguel António Rodrigues

Com a Covid-19 a bater recordes em Portugal e na Europa, os hospitais de referência começam a perder a capacidade para o internamento hospitalar. A falta de profissionais devido ao cansaço e à doença começa a ser uma preocupação e a falta de meios também se nota. Ricardo Correia, comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja, confirma  que há alturas em que as macas ficam retidas nos hospitais durante horas. O operacional salienta que isso também acontece em Vila Franca de Xira e que isso leva a uma gestão mais complexa dos veículos de socorro.

Com efeito as imagens das ambulâncias em fila de espera à porta dos hospitais são uma realidade. Ao contrário do que muitos esperariam, não se tratam de fake-news ou de montagens, mas antes de imagens reais que atormentam todos mas sobretudo os profissionais.

Em Vila Franca de Xira, a espera das ambulâncias é uma realidade. O hospital já tem várias enfermarias dedicadas à Covid-19, e começou a enviar doentes para outras unidades de saúde, por falta de espeço.

A situação é “caótica” e é assumida ao Valor Local por alguns dos profissionais daquela unidade de saúde, que pedem anonimato porque o objetivo “não é o de lamuriarmo-nos, mas o de salvar doentes”. A realidade da falta de espaço já se notava antes da covid, mas com o fluxo mais significativo de doentes ao hospital, “a situação agravou-se em muito”.

É por isso que todos os atos médicos estão a ser reagendados. A ordem vem da Direção Geral de Saúde, mas os próprios profissionais do hospital sabem que é o melhor caminho, até porque, também em Vila Franca de Xira, há médicos de outras especialidades a darem “uma mãozinha” no covidário, como chamam às enfermarias dedicadas ao vírus.

Quanto ao estado de coisas nos corpos de bombeiros, a situação, segundo o comandante de Azambuja, é grave. “Há dias pela primeira vez tive de dar ordens para que a ambulância regressasse sem a maca ao quartel para que fosse deixada no hospital a servir no fundo de equipamento hospitalar”. Trata-se de tempo que é hipotecado aos bombeiros que não podem fazer serviço noutros lados. “Prende-se ali uma equipa de duas pessoas, que chegam a passar em média seis horas nesses sítios, e não podemos fazer mais nada”.
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Ricardo Correia esclarece que em Azambuja há cinco ambulâncias de socorro e cada maca que fica no hospital é menos um veículo e uma equipa ao serviço das populações. “Não podemos correr o risco, como tenho ouvido de alguns colegas, que chegam a ficar com a frota toda inoperacional, devido a estas situações”.

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Jornal Valor Local · RICARDO CORREIA

O ato de “emprestar” as macas aos hospitais não é novo para qualquer corporação de bombeiros, mas o aumento da afluência às unidades de saúde devido à pandemia, está a sentenciar uma situação complicada na operacionalidade dos corpos de bombeiros, com apelos à gestão da logística das frotas e das equipas e também à criatividade para se continuar a trabalhar.

Esta é de resto uma situação que se aplica aos bombeiros de todo o país e às delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.

Em Aveiras de Cima, o panorama não é diferente. Pedro Vieira, coordenador local, sublinha ao Valor Local a sua preocupação quanto aos tempos que vivemos. O responsável também fala em tempos de espera significativos - “Ainda na passada sexta-feira estivemos lá quase cinco horas à espera da maca”.

Pedro Vieira diz igualmente que a situação da espera das ambulâncias tem vindo a agravar-se, mas salienta que ao contrário do hospital de Santa Maria em que a triagem é feita nas ambulâncias, em Vila Franca de Xira, “a triagem vai correndo bem”. A única queixa dos operacionais está relacionada com a falta de macas. Pedro Vieira, assim como, Ricardo Correia, diz que os tempos de espera se devem à falta daqueles equipamentos. E até que as macas do próprio hospital fiquem disponíveis, no caso de estarmos a falar de doentes acamados, os mesmos permanecem nas mesmas.
 
Cruz Vermelha fez 450 testes em quatro dias
 
No entanto a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima está a levar a cabo um serviço único e reconhecido pelos seus pares e também pelas chefias. Trata-se do centro de testes à Covid-19 que entre sábado passado e esta terça-feira já levou a cabo mais de 450 testes.
Este é um espaço que funciona por marcação e nos últimos dias têm sido muitos os que aparecem sem marcar, o que faz com que os números aumentem exponencialmente. A juntar a isto, estão algumas empresas que aproveitam para levar os seus funcionários a fazerem os testes. O valor de 20 euros é acessível e por isso, particulares, empresas grandes, médias e pequenas “correm” para aquele centro de testes em Aveiras de Cima que trabalha as terças, quintas e sábados.

Tal como o comandante dos bombeiros de Azambuja, Pedro Vieira considera importante a vacinação dos profissionais. Ricardo Correia diz não compreender por que razão os bombeiros não foram vacinados na mesma altura dos médicos e enfermeiros porque se eles “estão na linha da frente, nós estamos à frente da linha da frente” refere o operacional que diz aguardar a vacina.

No mesmo registo, Pedro Vieira diz que “é vergonhoso que não tenhamos sido vacinados”. “Vamos à casa dos doentes, transportamos os doentes e estamos com os doentes. Isto não devia ser prioritário?”, pergunta o operacional.
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