Bombeiros de Salvaterra querem arrumar contas do passado

Os Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos estão a arrumar as contas com o passado. É certo que esse passado foi complicado, mas a direção eleita há três anos e reeleita recentemente, “tem tentado colocar nos carris” a única corporação de bombeiros daquele concelho
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Nuno Antão, presidente da Assembleia Geral (AG) , ouvido pela nossa reportagem, visto que o presidente dos bombeiros Alírio Belchior se encontrava no estrangeiro, vincou que o passado da casa não foi propriamente fácil, todavia, “não sendo isenta de culpas da situação financeira dos bombeiros, não agiu com má-fé ou dolo”. “Poderá ou não ser discutível se houve má gestão até à tomada de posse da nova direção”, acrescentou.

“Tivemos dois mandatos difíceis do ponto de vista da tranquilidade entre dirigentes que culminou com a demissão do tesoureiro que bloqueou a gestão dos bombeiros”. Esta foi uma situação “complicada”, pois segundo Nuno Antão, “os meios disponíveis em termos estatutários não permitiram a gestão imediata da casa. A situação arrastou-se então durante quase três intermináveis meses, e o caminho foi no sentido de um novo ato eleitoral.”

O presidente da Assembleia Geral destacou que as contas têm vindo a ser consolidadas e que depois de uma herança de quase meio milhão de euros em dívidas, os bombeiros renegociaram o valor,  e nesta altura, segundo Nuno Antão, os valores já rondam os 300 mil euros. Foi uma “redução significativa” nas contas dos voluntários de Salvaterra que “têm vindo a fazer pagamentos à medida do possível”, havendo casos, segundo o presidente da Assembleia Geral, “em que os pagamentos rondam os 100 ou os 50 euros a algumas entidades.”

Contudo, nem todos os problemas se prendiam com as contas. A operacionalidade dos voluntários nunca esteve em causa, mas a imagem que passava para a comunidade contrariava essa operacionalidade, nomeadamente, o célebre desafio do balde de gelo, que considera que foi empolado nas redes sociais e aproveitado politicamente.

Neste domínio, Nuno Antão, que destaca a separação entre o trabalho do comando e o da direção, considera que foi “fundamental a saída do anterior comandante”. Segundo o responsável, a anterior direção aceitou um acordo por mútuo acordo com o antigo operacional, tendo-lhe pago perto de nove mil euros de indemnização.

A moralização das “tropas” era de resto um assunto premente naquela associação, já que como refere o presidente da AG, “a imagem e a moral dos voluntários carecia de disciplina e outras regras.”

Durante meses, foi nomeado um comandante interino. O atual número dois do comando esteve no ativo como principal comandante durante meses, até que Paulo Dionísio completasse os cursos de que precisava para assumir as rédeas do corpo ativo. Segundo o comandante que deixou os Bombeiros Municipais de Santarém, existiu a necessidade de colocar novas regras. Regras nem sempre bem aceites pelo corpo ativo, que viu sair alguns elementos, entretanto substituídos por novos bombeiros. Por isso Paulo Dionísio que dá como fundamental a imagem dos voluntários na comunidade, refere que “essas saídas não foram notadas”.

“Conseguimos implementar regras muito importantes, tomadas como aceitáveis pela grande maioria dos bombeiros”. Paulo Dionísio refere que existe uma campanha para novos recrutas que vai começar já em março. “Temos já doze inscrições e vamos em breve relançar a escola de infantes e cadetes, que será o futuro deste corpo de bombeiros”, a qual permanecia inativa desde há muito tempo nos bombeiros de Salvaterra de Magos.

Com efeito, o comandante diz apostar na ligação à comunidade. “Os bombeiros voltaram a fazer o transporte de doentes não urgentes, até porque essa é também uma missão daquela associação.”, salienta. Segundo o comandante, “só o facto de haver esse serviço já aproxima os bombeiros da comunidade, levando a um respeito mútuo, quer no trabalho do dia-a-dia dos voluntários, quer quando os bombeiros precisam da população”. E neste caso, são importantes os donativos da população para os bombeiros de Salvaterra de Magos.

Paulo Dionísio que mostra a sua preocupação quanto à extensa mancha florestal do concelho, refere, no entanto, que os bombeiros de Salvaterra “são o corpo de bombeiros do distrito de Santarém que está melhor equipado”. Os voluntários possuem “uma boa viatura de combate a fogos urbanos e industriais, adquirida através de fundos comunitários”, mas também “bons veículos de combate a incêndios florestais, entre outras.”

Há no entanto a carência de uma ambulância, já que nesta altura um dos veículos se encontra inoperacional. E esta é uma preocupação dos bombeiros de Salvaterra, já que a sinistralidade da Estrada Nacional 114 e 118 se torna uma preocupação, “com trânsito bastante intenso e perigoso.”

Há, no entanto, também motivos de orgulho, já que o novo comandante reabriu o núcleo de mergulho. Com um braço de Tejo bastante significativo, Paulo Dionísio, também ele mergulhador, salienta a importância deste núcleo para o concelho de Salvaterra de Magos. Prova disso foi a participação num simulacro recentemente levado a cabo ao nível distrital junto à Ponte D. Amélia, em que o balanço foi “claramente positivo”.

Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, João Oliveira, com o pelouro da proteção civil, o facto de os bombeiros locais estarem a fazer um novo percurso é positivo. João Oliveira refere por exemplo que os bombeiros beneficiam agora de uma nova postura junto da população de todo o concelho. Antes, refere o vereador: “Os bombeiros eram vistos só como de Salvaterra, mas agora estão cá voluntários por exemplo da Glória, de Muge e de Marinhais” e essa abertura às restantes localidades daquele concelho “é muito importante” vincando “o aumento da qualidade da prestação de serviços à população.”

Ao Valor Local, o vereador destacou o trabalho que os voluntários têm feito nos últimos meses, referindo que são a única corporação de bombeiros daquele concelho. João Oliveira vinca que o valor do subsídio previsto para os bombeiros ronda os 120 mil euros anuais. Todavia, o responsável evidencia que esse não é um valor estanque, pois a autarquia sempre que solicitada participa com algumas verbas para assuntos mais emergentes e urgentes, como foi o caso do pagamento da reparação de um motor de uma ambulância.

O autarca refere igualmente que a Câmara participou na aquisição da viatura de combate a fogos urbanos e industriais no âmbito da CIMLT, bem como nos seguros dos voluntários e na aquisição de equipamento de proteção individual.

Miguel António Rodrigues
27-02-2015
 

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