Bombeiros denunciam “situação caótica” nas Urgências do Hospital de VFX
Em causa está a retenção das macas dos bombeiros, deixando as ambulâncias inoperacionais durante várias horas. Administração refuta esta situação e diz que há uma constante pressão desde que a unidade passou a EPE.
|16 Nov 2021 19:10
(Atualizada às 19:55 com declarações da administração do HVFX) Miguel António Rodrigues Os bombeiros da área servida pelo Hospital de Vila Franca de Xira (Vila Franca de Xira, Alenquer, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Benavente e Azambuja) consideram caótico o estado em que se encontra a funcionar aquela unidade de saúde, nomeadamente, ao nível das urgências.
Numa carta aberta às autoridades de saúde e à comunicação social, os bombeiros consideram que seis meses passados depois do fim da PPP e início da gestão pública seria suficiente que a administração conseguisse colmatar algumas das lacunas organizativas naquele setor, “através da implementação dos novos métodos”, refere a carta assinada pelas várias corporações. Isso não tem acontecido segundo os signatários do documento uma vez que “a um ritmo vertiginoso somos cada vez mais confrontados com situações desumanas, que escapam à compreensão de todos, e que não são confortáveis nem para os utentes que transportamos nem tão pouco para os operacionais dos corpos de bombeiros que comandamos”. Em causa está a demora na devolução aos bombeiros das macas em que chegam os doentes, o que chega a demorar horas, o que significa, ao mesmo tempo, a inoperacionalidade das ambulâncias durante esse tempo. Em causa está também a falta de macas e cadeiras de rodas do próprio hospital. Os comandantes salientam e vincam que “estes tempos de espera causam impactos vários nos recursos humanos das nossas instituições, que vão desde o simples aumento injustificado de horas de trabalho como até à dificuldade de satisfação de necessidades mínimas como a logística alimentar”. Por outro lado, lamentam que o facto possa reduzir “os meios disponíveis para fazer face a um eventual acidente grave ou catástrofe” e recordam no mesmo documento que “existem dias num passado bem recente em que os Corpos de Bombeiros chegam a ter a sua frota de emergência médica toda bloqueada, por falta de recursos já mencionados para dar o seguimento normal às vítimas de doença súbita, acidentados transportados entre outros” Para os comandantes “são constrangimentos que são do conhecimento público e estão a chegar ao Governo, à ARS e à administração do Hospital Vila Franca de Xira” ainda assim e apesar de reconhecerem a existência de “sinais de tentativa de resolução do problema, certo é que cada vez mais se agrava, sabendo todos nós antecipadamente e até com a relação histórica, que o período de maior afluência às urgências por razões de doença súbita (como a gripe por exemplo) se aproxima”. Nesse propósito, os comandantes, solicitaram com carater de urgência uma reunião com a administração “fim de serem apuradas quais as medidas concretas que vão ser levadas a cabo pelo Hospital para a resolução deste problema. Na edição impressa do Valor Local de outubro, despertámos esta questão junto do conselho de administração do Hospital de Vila Franca de Xira, tendo em conta que a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima, ouvida pelo nosso jornal, também se referiu à retenção das macas por longos períodos. Carlos Andrade Costa, administrador, referiu que não tivera conhecimento deste tipo de situações nas últimas semanas. “Contudo, há períodos em que a maca pode ter um tempo de retorno maior por força da pressão dos serviços de urgência. Mas isso acontecia no passado e, pontualmente, poderá acontecer agora”, foi referido. Conselho de Administração estranha carta aberta dos corpos de Bombeiros Em resposta à carta aberta, o Conselho de Administração do Hospital de Vila Franca de Xira, diz ter ficado surpreendido pela mesma. Numa nota à comunicação Social, o hospital salienta que "nunca nenhuma corporação de bombeiros da área de referência do HVFX, alguma vez fez chegar qualquer tipo de constrangimento que refere a dita carta ao conselho de administração. Por outro lado vinca que "não existe falta do equipamento referido no serviço de urgência do hospital" e explica que "já durante o verão, e para colmatar eventuais necessidades na época de inverno que se aproxima, o atual conselho de administração adquiriu mais macas para o serviço de urgência" reforçando que "não existem equipamentos em falta, como sejam macas ou cadeiras de rodas". Tendo em conta os esclarecimentos acima proferidos pelo hospital, a administração que considera "estranha" a carta aberta, refere que em causa estará "mais um fator que se inscreve na constante pressão que tem existido sobre a transição do Hospital de Vila Franca de Xira da gestão privada para a gestão pública". A nota enviada ao Valor Local, acrescenta ainda que na sua opinião "não há razões, não há falta de macas, bem como não há falta de cadeiras de rodas. Existe sim uma afluência muito expressiva aos serviços de urgência como em qualquer hospital público, e como é do conhecimento geral" rematou. |
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