Câmara de Alenquer apresenta estudo sobre o Pintar e Cantar dos Reis
Do estudo levado a cabo sobre esta tradição resultou a publicação de um livro e a criação de 11 documentários vídeo
Sílvia Agostinho
26-07-2016 às 17:53 Alenquer quis ao longo do mês de julho dar mais um pontapé de saída na candidatura da tradição do “Pintar e Cantar dos Reis” a património mundial da humanidade. Tiveram lugar três apresentações públicas em que foi dado a conhecer o estudo e inventariação desta tradição pela Cooperativa Cultural –Memória Imaterial
Do estudo levado a cabo sobre esta tradição resultou a publicação de um livro e a criação de 11 documentários vídeo (um geral, com cerca de 50 minutos e dez respeitantes às localidades onde a tradição se mantém, com cerca de seis minutos cada). O vereador da Cultura, Rui Costa, salientou a forma como a tradição se consegui solidificar nos últimos anos, ou seja desde que os “reizeiros” se uniram no objetivo de colocar a outro nível o cantar e pintar dos reis que já foi considerado “Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal”. O próximo passo será o do reconhecimento nacional, e posteriormente internacional. Filomena Sousa da cooperativa cultural encarregue de fazer o levantamento da tradição reforçou durante a apresentação que os rituais do “Cantar e Pintar dos Reis” possuem algumas variações consoante as localidades: (Catém, Casal Monteiro, Ota, Abrigada, Olhalvo, Pocariça, Mata e Penafirme, Cabanas de Torres e Paúla). A tradição pode estar ligada, entre outros aspetos, à presença dos franciscanos no concelho “que trouxeram esta representação do Auto dos Magos” que incluíam desfiles e peditórios pelas ruas. De alguma forma também se pode associar os desenhos pintados pelos reizeiros nas casas “aos antigos rituais romanos de bênção do giz e das casas”. A manifestação celebrada no concelho de Alenquer implica a participação quer dos cantores-reiseiros que anualmente, na noite de 5 para 6 de janeiro, se reúnem para Pintar e Cantar os Reis nas suas localidades. Sem ensaios ou combinações elaboradas, o grupo junta-se espontaneamente e parte pelas ruas da povoação. Os membros que vão pintar seguem à frente e, em silêncio, munidos das tintas, pincéis e lanternas pintam as fachadas, os muros e as entradas das casas com os tradicionais desenhos dos Reis. Mais atrás seguem, em maior número, os cantores – o coro liderado pelo apontador. Durante toda a noite alguns elementos do grupo desenham diferentes símbolos nas fachadas junto às portas, na entrada das casas - o desenho de vasos e corações com flores alusivos à composição do agregado familiar; os desenhos representativos das profissões e doutras atividades dos habitantes; o desenho da “Estrela do Oriente”; as inscrições alusivas aos Reis e a "Era" (o ano da celebração). As cores tradicionalmente utilizadas no ritual são o vermelho almagre e o azul de anilina.
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