Câmara de Azambuja à procura do Santo Graal no alto do concelhoRevitalizar as freguesias a norte foi um dos objetivos do périplo
Miguel António Rodrigues
02-12-2019 às 20:47 A Câmara Municipal de Azambuja quer encontrar uma fórmula pra revitalizar o alto concelho, nomeadamente as freguesias de Alcoentre, Manique, Maçussa e Vila Nova de São Pedro. Nesse sentido, a autarquia promoveu, uma visita a estas freguesias onde juntou uma comitiva composta por técnicos da câmara, vereadores e uma empresa que terá como missão encontrar o elo de ligação “entre o alto e baixo concelho” segundo o vereador António José Matos.
Em conversa com o Valor Local, António José Matos, salientou que o alto concelho “está deprimido” e a economia local não funciona tão bem como em Azambuja ou Aveiras de Cima, e na sua opinião urge a necessidade de se encontrar “uma cola que una todo o concelho” algo que poderá na opinião do vereador estancar a aparente desertificação deste território. Para António José Matos “faltam pessoas, faltam negócios, e no fundo falta tudo”. No entanto considera que o território “tem muitas potencialidades individuais, como a gastronomia, o turismo de natureza e aventura e o próprio património edificado” que é uma das mais-valias desta parte do concelho de Azambuja. Durante a manhã, a comitiva visitou locais históricos do concelho guiada pelo historiador José Machado Pereira, que fez uma explicação e um enquadramento de toda a potencialidade de locais como a ermida ou a igreja de Alcoentre, onde está sepultado D. Afonso Sanches, Príncipe de Portugal, filho do rei D. Dinis e D. Aldonça Rodrigues da Telha, ou os edifícios de Pina Manique e Casa da Câmara em Manique do Intendente. As explicações do historiador, foram de resto o mote para entender a potencialidade histórica do concelho, que pode ter nesta vertente, um incremento significativo para combater a desigualdade em relação ao resto do território. De acordo com o vereador António José Matos, a matéria-prima existe e tem qualidade, no entanto, o que falta é encontrar a forma de a potenciar, reconhecendo que o território não será um local de turismo de massas. António José Matos diz haver planos para a Casa da Câmara em Manique do Intendente, nomeadamente, transformar o espaço numa biblioteca municipal e num centro de interpretação de Pina Manique, e criar, ainda, um local para conferências. Por outro lado, o vereador reconhece a necessidade de se criar um evento semelhante à Avinhou ou à Feira de Maio no alto concelho. “Não queremos fazer aqui uma festa só pela festa. Tem de ter um chapéu e estamos a trabalhar nisso. Temos de perceber o que é identitário daqui e o que nos distingue” salienta. O vereador refere que há edifícios com muito potencial, como uma quinta histórica em Tagarro, no entanto, também frisa a urgência da reabilitação de alguns edifícios, como é o caso da Casa da Câmara, onde a autarquia está estudar a forma de reabilitar os frescos existentes nas salas principais de um edifício que serviu nos últimos anos como posto da GNR. Mas no alto do concelho existe também um “Calcanhar de Aquiles”. Trata-se do terreno onde está o Castro de Vila Nova de São Pedro. O espaço é particular e há mais de 30 anos que a Câmara quer comprar o terreno. As negociações não têm sido fácies, até porque tem sido complicado chagar à fala com os proprietários. No entanto, a autarquia que para já adormeceu a ideia de expropriação do terreno, avançou com o aluguer do mesmo por dois anos com promessa de venda por parte do proprietário. António José Matos preferiu não se alongar sobre o assunto, mas refere que não tem ainda uma resposta por parte da família com quem a autarquia está a negociar o espaço onde nada pode ser construído e que por isso está sujeito a muitas condicionantes.
ComentáriosA Herdade da Hera agradece do coração a visita, da referida comitiva, ao nosso espaço, mesmo que em modo de correria. Lamentamos porém que não ter sido mencionada uma única empresa na reportagem, dando realmente a ideia que não existe nada no Alto do Concelho, apesar de termos sido em 2018 um ponto de paragem de visitantes de mais de 24 nacionalidades.
Pena temos nós que não haja nenhuma divulgação das pequenas empresas nesta localidade, perpetuando a falta de interesse populacional. Teremos que continuar a procurar por vias externas para chegar aos nossos visitantes, e continuar a trabalhar para ser sempre melhor no que fazemos. Apesar de termos sido galardoados por uma revista internacional de turismo, ainda não temos qualificações para aparecer numa publicação regional. Esperamos então pelo dia em que o desenvolvimento chegue "cá acima". Desejos de um óptimo 2019. Atentamente Eng. Vanessa Santos Vanessa Santos Póvoa de Manique 09/01/2019 15:31 Nota: O Valor Local não guarda nem cede a terceiros os dados constantes no formulário. Os mesmos são exibidos na respetiva página. Caso não aceite esta premissa contate-nos para redacao@valorlocal.pt
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