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Câmara de Azambuja condecora Miguel Duarte… mas depois do julgamentoMarcelo Rebelo de Sousa homenageou o jovem azambujense, mas Luís de Sousa diz que há mais "Miguéis Duartes" no concelho
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Sílvia Agostinho
31-10-2019 às 19:33 |
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A Câmara de Azambuja está na disponibilidade de homenagear Miguel Duarte, o jovem que se tornou conhecido dos portugueses, na sequência da sua participação numa missão de socorro aos migrantes do Mediterrâneo, tendo sido posteriormente acusado pela justiça italiana por auxílio à imigração ilegal, mas sob algumas reservas. Numa das últimas reuniões de Câmara, este tipo de reconhecimento por parte do município foi sugerido por um munícipe, que lamentou o silêncio sobre esta matéria e quando o próprio presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, louvou o esforço de Miguel Duarte e também ele prestou a sua homenagem ao jovem.
Em resposta ao munícipe André Salema, Luís de Sousa, presidente da Câmara, referiu que o jovem “merece ser reconhecido”, mas qualquer tipo de homenagem “possivelmente só depois do julgamento”. O autarca não foi de meias tintas, e disse mesmo que “em Azambuja há mais Miguéis Duartes, pessoas que também merecem ser homenageadas, e como tal e tendo em conta o julgamento... vamos devagarinho ”. Contudo, admitiu inscrever o nome do jovem de 26 anos na cerimónia de homenageados da sessão solene do feriado municipal do ano que vem, por ocasião do Dia da Espiga. Há vários anos que o município desistiu de fazer esta sessão de homenagem, isto porque Luís de Sousa referiu que, atualmente, já escasseiam os nomes para homenagear no concelho. O autarca terá mudado de opinião entretanto tendo em conta este anúncio. |
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Miguel Duarte é aluno de Matemática no Instituto Superior Técnico, e sentiu o apelo para se envolver no resgate aos refugiados e migrantes no Mediterrâneo em 2016, então com 24 anos, a bordo do navio Iuventa, juntamente com mais nove pessoas no âmbito da organização não governamental alemã Jugend Rettet. É acusado de auxílio à imigração ilegal pelo governo italiano. Em 2018, foi acusado ainda de tráfico humano e posse de armas de fogo. Estas acusações foram retiradas mas mantida a que diz respeito ao apoio à imigração clandestina. Lançou uma ação de crowdfunding destinada a custear as suas despesas e as dos restantes companheiros relativamente ao processo de que são acusados. Imediatamente uma onda de solidariedade para com a causa do azambujense varreu o país, com os diversos governantes a manifestarem apoio a Miguel Duarte que conseguiu angariar 25 mil euros, quando o objetivo inicial era de apenas cinco mil euros.
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