Câmara de Azambuja lamenta perda da EPAC
A empresa que ocupa o espaço não está a cumprir o protocolo
Sílvia Agostinho
01-04-2016 às 22:43 Durante as últimas reuniões de Câmara de Azambuja, esteve em discussão a necessidade da autarquia passar a dispor de uma sala de espetáculos que possa albergar atividades municipais de maior dimensão, sem a necessidade de ter de alugar tendas. O antigo espaço da EPAC junto a uma das rotundas da vila de Azambuja serviu durante anos para esse fim, mas neste momento aquele espaço de 600 m2 encontra-se afeto à prática de atividades desportivas de uma coletividade, e para fabrico de cerveja por parte de um particular, que requalificou todo o espaço em troca da cedência gratuita das instalações.
Ao Valor Local, Luís de Sousa, presidente do município, sem querer colocar em causa a ocupação atual da EPAC, não deixa de sentir pena por já não poder usar aquele espaço. “Foi uma decisão de quem cá estava antes, e não posso fazer nada, embora fizesse parte do executivo, e nisso assumo as minhas responsabilidades”. De acordo com o protocolo assinado pela empresa MMCL Cervejeiros e o município, a empresa não está a cumprir no imediato o item relacionado com a criação de um museu da cerveja que devia ter sido instalado “no prazo máximo de um ano a contar da última data de aprovação dos processos de licenciamento”, sendo que a MMCL Cervejeiros já labora no local pelo menos desde 2014. Também não têm sido realizadas atividades junto das escolas como previsto, o que o proprietário José Costa reconhece – “Esse processo está um pouco atrasado, mas queremos começar a desenvolver esse projeto”. Já quanto ao museu da cerveja refere que a coleção de objetos relacionados com o fabrico da bebida está a ser efetuado. A empresa de acordo com o protocolo tem também de criar 10 postos de trabalho, sendo que até à data apenas possui três. Contudo, o protocolo não indica uma data limite para esse fim. “Provavelmente ainda não conseguiram alcançar o que desejariam em termos do negócio. Já falei com o proprietário sobre as visitas das escolas. Reconheço que a Câmara também ainda não se mexeu nesse sentido de promover as visitas. Quanto ao museu temos de conversar para que seja uma realidade, dado que está no protocolo”, sintetiza o presidente da autarquia, Luís de Sousa, que lembra que se a Câmara tivesse dinheiro, na altura, teria feito as obras necessárias na EPAC “e hoje não tinha necessidade de andar a pensar num nova obra que vai sair mais cara”. À época, em 2012, a decisão da Câmara foi contestada pela oposição. Jorge Lopes, vereador da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, referiu que o edifício estava valorizado em 500/600 mil euros para venda “e agora propõe-se que esse património seja entregue a uma empresa a custo zero que vai fazer ao longo dos anos 115 mil 530 euros de obras, e que vai gastar por mês 481 euros”, pode ler-se numa ata do município. o edifício da EPAC foi comprado no final dos anos 90 pelo antigo presidente da Câmara, Carlos Alberto Oliveira, já falecido, por 200 mil euros com o intuito de transferir para o local as oficinas municipais, o que não aconteceu.
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