|
Câmara de Salvaterra aplica 300 mil euros em medidas Covid-19Hélder Esménio garante que a autarquia está a atuar de perto junto dos lares de idosos que funcionam ilegalmente. Distribuição massiva de máscaras pela população é vista como medida demagógica pelo autarca
Sílvia Agostinho
26-04-2020 às 17:52 |
|
|
O concelho de Salvaterra de Magos regista, ao dia de hoje, sete casos confirmados de pessoas infetadas com Covid-19. Há ainda cinco casos recuperados e um óbito. Apesar de a doença ser de elevado contágio, o presidente da Câmara de Salvaterra, Hélder Esménio, acredita que tem sido possível minimizar os efeitos da pandemia no concelho “porque as pessoas têm respeitado a necessidade de manterem o distanciamento social”. O autarca refere que tem apostado na entrega de material de proteção como máscaras, luvas, entre outros, junto das instituições particulares de solidariedade social, movimento associativo, e entidades de socorro no concelho, mas admite que “distribuir máscaras a toda a população seria demagógico e populista”. “Centramo-nos nas pessoas que efetivamente não têm meios para adquirir esse material através da ação social da Câmara”.
Uma das grandes batalhas neste concelho passa pela proliferação de várias estruturas ilegais que acolhem idosos. Neste campo, Esménio afiança que tem existido um trabalho no terreno, e que estarão sinalizadas mais de 30 estruturas, nas quais se incluem as que laboram à margem da lei. “A primeira coisa que fizemos foi dar-lhes de comer, perdoe-me a expressão. Com o apoio dos bombeiros contactámos essas entidades e aferimos da necessidade de equipamento de proteção individual.” “Entregámos ainda procedimentos e ferramentas que podem ajudar no seu funcionamento nesta altura”. Por outro lado, “foi possível testar com recurso a zaragatoas lares onde surgiram casos, como foi o exemplo da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra, tanto trabalhadores e utentes” com “resultados encorajadores”. Nos últimos dias, foi ainda testada uma comunidade em Marinhais em que 50 pessoas deram negativo, após ter sido dado a conhecer um caso positivo que, entretanto, foi dado como curado. Os testes com zaragatoas foram adquiridos à Faculdade de Farmácia pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e estão a prosseguir em vários concelhos, nos lares de idosos, da região, nomeadamente, também em Salvaterra de Magos. Medidas Covid-19 no terreno Paralelamente, e segundo Hélder Esménio decorrem as ações de limpeza do espaço público. Ao mesmo tempo que foram reforçadas as ações de apoio domiciliário junto dos idosos em articulação com a rede social, nomeadamente, os que se encontravam em centro de dia, ou os que caíram em situação de vulnerabilidade e isolamento social. Neste município, no âmbito das medidas Covid-19, foram restringidos alguns serviços camarários, “mas decidiu-se manter a funcionar o espaço do cidadão, os postos CTT responsabilidade da Câmara, e o balcão único de atendimento com o objetivo de transmitir alguma tranquilidade às pessoas em situações que sejam mais urgentes”, dá conta o autarca. Os demais serviços estão disponíveis através de contacto telefónico. A Câmara manteve ainda alguns serviços de limpeza e de construção civil e por isso há obras que não pararam “como medida de estímulo às empresas e à economia local”. O município criou ainda três locais de “retaguarda para receber doentes covid-19 em caso de necessidade em pavilhões desportivos do concelho” em Salvaterra, Marinhais, e Glória como zonas de isolamento profilático. Quanto a demais medidas sociais implementadas, a Câmara isentou durante três meses o pagamento das rendas municipais, mensalidades da universidade sénior e piscinas municipais. Forneceu ainda mais apoio nas refeições escolares. Ao todo, este esforço financeiro da Câmara ronda os 300 mil euros. “Até ao fim do ano, estes números vão sofrer uma atualização, mas para já e feitas as contas para estes primeiros meses é essa a verba que estamos a aplicar”, descreve Esménio. Proibição de divulgação de número de casos por freguesia quando há menos do que três infetados A meio do estado de emergência, a Direção Geral de Saúde mudou a agulha e proibiu a divulgação do número de casos por freguesia sempre que esse valor seja inferior a três pessoas infetadas. Alguns municípios acataram a recomendação. Outros nem tanto. Hélder Esménio não compreende a posição das entidades do Estado. “Devíamos ter acesso à informação para desenvolver um conjunto de ações preventivas e até de auxílio às pessoas. Respeito a posição. Mas se tivéssemos mais informação podia ser mais benéfico para todos. Nós autarcas estamos habituados a lidar com dados sigilosos, e não tinha mal nenhum termos acesso à informação”. |
PUB
|
|
|
Deixe a sua opinião sobre este artigo!
Seja o primeiro a comentar...
Nota: O Valor Local não guarda nem cede a terceiros os dados constantes no formulário. Os mesmos são exibidos na respetiva página. Caso não aceite esta premissa contacte-nos para redacao@valorlocal.pt