Câmara de Vila Franca não desiste de processar município de Arruda por causa dos acessos do hospitalPresidente da autarquia, diz compreender a posição do município vizinho, e atira responsabilidades para o seu antecessor no cargo
Miguel A. Rodrigues
18-08-2017 às 11:33 A Câmara de Vila Franca de Xira vai, ao que tudo indica, até às últimas consequências quanto à dívida de 200 mil euros que o município de Arruda deve no que respeita aos acessos ao hospital que serve mais quatro concelhos da região: Vila Franca, Azambuja, Alenquer e Benavente. A Câmara de Arruda assumiu esse compromisso ainda no mandato anterior e até à data é a única Câmara que ainda não pagou. Alberto Mesquita já falou em levar o caso a tribunal.
Confrontado com este ponto de situação André Rijo, presidente da autarquia, ao jornal "Chafariz de Arruda" diz compreender a posição do município vizinho, e atira responsabilidades numa primeira instância para o seu antecessor no cargo que geriu o dossier dos acessos e assumiu responsabilidades. Sendo que também foi referido à época, em setembro de 2013, que a Câmara apenas pagaria após resolvido um diferendo com a ARS-LVT quanto ao muro de suporte do centro de saúde de Arruda, que ainda está em tribunal. Neste caso estão envolvidos 100 mil euros a que a autarquia de Arruda terá direito mas que a ARS nega. Face ao imbróglio jurídico, tendo em conta que o processo continua a arrastar-se nos tribunais, o autarca de Arruda tem tentado gerir o caso com o presidente da Câmara de Vila Franca, argumentando que face à dívida do seu município não tem sido possível pagar “tudo ao mesmo tempo”. André Rijo quereria ainda discutir com Alberto Mesquita outros dados do acordo, nomeadamente, o facto de Arruda estar hoje mais longe do hospital do que antes. (O novo edifício situa-se em Povos a uns escassos quilómetros do antigo.) Contudo André Rijo acha que esta “é uma questão fulcral na determinação do rácio da dívida”. Por fim o autarca pediu um plano de prestações suave que não comprometesse as finanças da Câmara de Arruda e “todo um trabalho de sustentabilidade da dívida”. “Fizemos algumas propostas ao senhor presidente Alberto Mesquita que as rejeitou. Não critico, ele estará a defender os seus interesses.” Sendo assim, as negociações entre os dois concelhos estão “congeladas”. “Entretanto o senhor presidente teve a cortesia de me informar que desencadearia os procedimentos legais, e portanto estamos a aguardar”. Alberto Mesquita ouvido pelo Chafariz confirma esta intenção tendo em conta “que o município tem de defender os seus interesses” apesar “de o atual presidente de Arruda ser um excelente autarca e uma excelente pessoa com quem mantemos boas relações, como também já mantínhamos com o presidente Carlos Lourenço”. Mesquita refere que a Câmara de Arruda apresentou um plano de pagamentos mas que este era composto por prestações muito curtas e muito diluídas no tempo, o que tornava impossível aceitar a proposta. A autarquia de Vila Franca avança para tribunal até porque “essas instâncias existem para isso mesmo, para dirimir este tipo de conflitos”. Quanto ao resto afiança que as relações institucionais com o município de Arruda não ficaram até à data comprometidas.
A empreitada de construção dos acessos à unidade hospitalar em causa, inaugurada em abril de 2013, foi adjudicada pelo valor de três milhões 172 mil euros.
Os custos da empreitada foram repartidos entre as Câmaras de Vila Franca de Xira (que também cedeu os terrenos), Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Benavente. À execeção de Arruda os outros já liquidaram a sua parte. ComentáriosSeja o primeiro a comentar...
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