Café Versátil: Presidente da Câmara de Azambuja assegura que vai rever horário do estabelecimento
Tem sido alvo de críticas por parte de moradores que vivem na envolvente da igreja e largo da Câmara. Quase todos os fins de semana, proprietário mete coluna de música na rua até às duas da manhã
|30 Maio 2022 11:59
Sílvia Agostinho O presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio admite rever o horário do Café Snack Bar "Versátil". A garantia foi deixada ao Valor Local após ter sido instado sobre a forma como labora esta unidade comercial situada no Largo do Município de Azambuja, pela vereadora do Chega, Inês Louro, na última reunião de Câmara.
Inês Louro recebeu dois emails de moradores a queixarem-se do barulho, e interrogou o presidente da Câmara sobre o assunto. Inês Louro referiu-se a duas queixas formais, entre outras, que tem recebido, de forma informal, ao longo dos últimos tempos. Os moradores no Largo da Câmara; Ruas dos Campinos; D. Rolim de Moura, Moniz da Maia e adjacentes, queixam-se que o referido café "faz festas na rua até altas horas da madrugada". "Não é possível de forma alguma que exista uma casa a fazer isto. Reconheço que o café tem dinamizado Azambuja, mas não pode ser à custa do sacrifício alheio", demonstrou a autarca. A vereadora para além de ter pedido acesso à licença passada pela Câmara ao café, questionou ainda sobre a ocorrência de atividades de vandalismo ou desacato que possam já ter surgido, tendo em conta toda a envolvência que rodeia o funcionamento do café, com grande concentração de pessoas. A vereadora também advogada explicou ao Valor Local que no caso de existirem essas queixas formais, o café pode ser encerrado coercivamente pelas autoridades. O presidente da Câmara desvalorizou a exposição da vereadora, remetendo responsabilidades quanto à emissão da licença para o balcão do empreendedor, mas referiu que está atento às críticas dos moradores. As festas que são recorrentes aos fins de semana e feriados têm sido realizadas ao abrigo de uma licença que permite que o estabelecimento comercial esteja aberto até às 02h00 da manhã. No entanto, o entendimento relativo a esta autorização choca com a lei, porque alegadamente a licença serve para o interior do café e não para o exterior, onde pode funcionar a esplanada, mas sem recurso a música alta como acontece. (Aliás estando o foco de som no exterior, conforme nos é dito por um conjunto de moradores, encontra-se o estabelecimento completamente ao arrepio do decreto-lei 278/2007 de 01 de Agosto, dado que é proibida a realização de atividades ruidosas entre as 20h00 e as 8h00 da manhã junto a edifícios de habitação como é, alegadamente, o caso). O Valor Local sabe que esta queixa tem sido exposta ao longo dos últimos meses por moradores da zona em causa junto do presidente da Câmara, mas sem que nada aconteça. Ouvidos pelo Valor Local argumentam "que o presidente e os fiscais da autarquia são frequentadores do espaço" e como tal "continuam a assobiar para o lado". Os emails, enviados à autarquia, nomeadamente aos vereadores da oposição e do PS são dois como referimos acima. Ambos relatam situações de grandes aglomerados de pessoas que ultrapassam em muito os limites da esplanada e do estabelecimento. O Valor Local sabe que a autarquia tem em curso um plano para alterar o regimento de abertura dos estabelecimentos, contudo o assunto ainda está em estudo. Ao Valor Local, Silvino Lúcio refere que antes de fazer alguma coisa vai falar com o proprietário do café. Embora o presidente de Câmara admita que “muita gente acha que é o melhor espaço que temos em Azambuja”, sublinha também que está preocupado com a situação, alegando que vai, agora, pedir à GNR uma fiscalização do estabelecimento, para a verificação das licenças. O ruido produzido neste café assemelha-se a uma discoteca ao ar livre, ou como ouvimos dizer um autêntico "Bairro Alto", e os moradores interrogam-se sobre a alegada veracidade da existência da licença, pois trata-se de um local urbano onde mora uma fatia considerável da população de Azambuja. A própria GNR tem sido sistematicamente contactada pelos moradores, mas transfere responsabilidades para o município. Certo é que nas noites em que o café está com mais atividade há relatos de vandalismo em viaturas. Uma moradora que não quis ser identificada mas que reside na Rua Engenheiro Moniz da Maia refere - "No outro dia deram cabo dos pneus de vários carros, e houve algazarra pela madrugada dentro que não deixou ninguém dormir". O nosso jornal pôde testemunhar que há moradores incomodados com o estado de coisas mas perante a inoperância da GNR e da Câmara, até à data, acreditam que não há nada que se possa fazer "porque pelos vistos o senhor do café é mais importante do que as pessoas". Ouvido pelo Valor Local, o proprietário do café diz que tem as licenças necessárias e que "tem o cuidado de baixar o som a partir de determinada hora", algo que os moradores rejeitam, dizendo que até às duas da manhã a coluna debita música. (Um dos frequentadores faz as necessidades entre a casa do pároco
e a antiga casa do falecido antigo presidente da Câmara, Joaquim Ramos) (Grande aglomerado de frequentadores impossibilita o descanso aos moradores que residem junto ao espaço. Quando o proprietário coloca música a situação passa a incomodar os moradores de outras ruas próximas)
O Valor Local falou com outra moradora que reside nas proximidades do café e que também pediu para não ser identificada, pois teme "estragos no carro" como já aconteceu nos últimos tempos. Salienta que a própria GNR não sabe como atuar nestas alturas. Quase todas as semanas, telefona para o posto da GNR de Azambuja, que lhe refere a existência da tal licença até às duas da manhã, "no entanto o barulho ultrapassa, muitas das vezes, esse horário". Quando argumenta que essa licença a existir será para o interior do estabelecimento e não para o exterior, a GNR assegura que a patrulha vai passar no local, "mas isso quase nunca acontece". Já o proprietário defende-se e diz que o som esteve mais elevado em noites que coincidiram com a atuação de dj's, "o que só aconteceu três vezes neste ano". Mais uma vez os moradores dizem que assim não é, sendo raro o fim de semana em que não há barulho.
Numa das últimas madrugadas, um dos moradores captou um vídeo onde se vê um dos frequentadores do espaço a urinar junto à moradia onde reside o pároco local. O nosso jornal também teve acesso ao email que a moradora, que não quis ser identificada, enviou aos membros do executivo. Nele pode ler-se que o café não tem pejo em vender álcool a menores. Neste aspeto, é nos dito pelo café: "Foge ao nosso controlo se quem o adquire o distribui a menores pois, como é do conhecimento geral, não temos serviço de esplanada". Quanto à falta de civismo e educação das pessoas "a mesma não pode ser apontada a este estabelecimento pois temos sempre a casa de banho ao dispor dos nossos clientes. Falta ainda referir que, para além de sermos um estabelecimento comercial, no nosso entender, prestamos um serviço público à população em geral pois já várias atividades/encontros foram dinamizados com a nossa colaboração e apoio", para além de que "possibilitamos aos pais dos nossos jovens ficarem mais tranquilos, que assim não têm de sair da terra para se divertirem". Refere o Versátil que está disponível para encontrar soluções para resolver este estado de coisas e colaborar com as entidades nesse sentido. Comentários Boa tarde, Parece=me um pouco redutor todo este alarido quando a queixa esteja baseada em apenas 2 emails e provavelmente da mesma pessoa, quando na vossa noticia se fala de "múltiplas queixas", Talvez haja 1 ou 2 moradores menos satisfeitos, mas será que já tentaram dialogar com os donos do estabelecimento? Gostaria também de salientar o facto de ser este estabelecimento acusado de venda de álcool a menores, então pergunto eu , e os pais destes menores onde estão? A dormir descansados porque sabem que os seus filhos estão em Azambuja com os amigos e que não andam para ai de carro se um lado para o outro, sujeitos a acidentes conforme infelizmente aconteceu no passado. Seguramente que este vizinho(a) deve estar incomodado, mas com diálogo e boa vontade tudo tem solução. Nuno Berto 30/05/2022, 16:08 |
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