Em 2005 foi lançada a candidatura avieira a património nacional. De lá para cá, os seus proponentes têm desencadeado uma série de iniciativas com vista a esse objetivo, desde seminários, contatos com as comunidades, trabalhos científicos, e projetos variados. Mais recentemente lançou-se a ideia de uma candidatura a património da Unesco. No meio de tudo isto, João Serrano afirma-se chocado com a atitude da Entidade Regional de Turismo do Alentejo que passou a gerir também o Ribatejo que na sua opinião quer retirar a liderança deste projeto ao Instituto Politécnico de Santarém que trabalha no terreno há precisamente uma década.
“A Entidade quer ficar com o projeto e coordená-lo, dizem que têm o conhecimento do seu lado, derivado aos seus projetos no Alentejo para o cante e para o chocalho”. O tom de indignação sobe – “Mas e o nosso trabalho fica onde? Ficamos para trás novamente?”, e alerta – “Todos devem fazer parte do projeto”. João Serrano explica que a entidade quer “por os seus especialistas no terreno, aproveitar tudo o que já foi feito, e simplesmente serem eles a coordenar. Não é assim que se trabalha”. Diz mesmo que os próprios avieiros “não estão a gostar do rumo que isto está a tomar, e quando perdemos os principais atores, o espírito da candidatura também se perde. Corremos o risco de a candidatura se descaracterizar por completo”. E vinca novamente – “Os avieiros não estão mesmo nada satisfeitos”.
João Serrano sustenta que a candidatura não é só de duas ou três pessoas do Ribatejo e por isso exige respeito aos senhores da entidade de turismo. “Há muito trabalho feito no terreno, e a continuidade deve ser assegurada. O facto de o Alentejo querer vir agora assumir o controle disto é do pior regionalismo que existe. Temos competências técnicas e a responsabilidade legítima de querermos levar por diante as duas candidaturas”.
Por tudo isto não tem dúvidas – “Estão a assumir uma atitude que mais parece um elefante numa loja de vidros.” Numa reunião que houve entre a candidatura e a entidade, a atitude foi de tal modo perentória que “afirmaram preto no branco que queriam coordenar a candidatura porque têm dinheiro e técnicos”.
A intenção é clara: “Politicamente querem tirar os proveitos deste projeto, os ribatejanos têm de ser respeitados, não nos retirem a nossa identidade”. Por isso aconselha a entidade a parar para pensar, reiterando que não há mal entendidos com a mesma. “É tudo uma questão de se respeitar o nosso Know How e as pessoas que durante tantos anos deram a sua alma a este projeto”.
O Valor Local pediu uma entrevista à Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo na pessoa do seu presidente, Ceia da Silva, para abordagem das questões do Tejo tendo o turismo como mote, incluindo as críticas de João Serrano, mas não nos foi dada qualquer resposta a demonstrar interesse ou a falta dele.
Sílvia Agostinho
07-08-2015
16:55
“A Entidade quer ficar com o projeto e coordená-lo, dizem que têm o conhecimento do seu lado, derivado aos seus projetos no Alentejo para o cante e para o chocalho”. O tom de indignação sobe – “Mas e o nosso trabalho fica onde? Ficamos para trás novamente?”, e alerta – “Todos devem fazer parte do projeto”. João Serrano explica que a entidade quer “por os seus especialistas no terreno, aproveitar tudo o que já foi feito, e simplesmente serem eles a coordenar. Não é assim que se trabalha”. Diz mesmo que os próprios avieiros “não estão a gostar do rumo que isto está a tomar, e quando perdemos os principais atores, o espírito da candidatura também se perde. Corremos o risco de a candidatura se descaracterizar por completo”. E vinca novamente – “Os avieiros não estão mesmo nada satisfeitos”.
João Serrano sustenta que a candidatura não é só de duas ou três pessoas do Ribatejo e por isso exige respeito aos senhores da entidade de turismo. “Há muito trabalho feito no terreno, e a continuidade deve ser assegurada. O facto de o Alentejo querer vir agora assumir o controle disto é do pior regionalismo que existe. Temos competências técnicas e a responsabilidade legítima de querermos levar por diante as duas candidaturas”.
Por tudo isto não tem dúvidas – “Estão a assumir uma atitude que mais parece um elefante numa loja de vidros.” Numa reunião que houve entre a candidatura e a entidade, a atitude foi de tal modo perentória que “afirmaram preto no branco que queriam coordenar a candidatura porque têm dinheiro e técnicos”.
A intenção é clara: “Politicamente querem tirar os proveitos deste projeto, os ribatejanos têm de ser respeitados, não nos retirem a nossa identidade”. Por isso aconselha a entidade a parar para pensar, reiterando que não há mal entendidos com a mesma. “É tudo uma questão de se respeitar o nosso Know How e as pessoas que durante tantos anos deram a sua alma a este projeto”.
O Valor Local pediu uma entrevista à Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo na pessoa do seu presidente, Ceia da Silva, para abordagem das questões do Tejo tendo o turismo como mote, incluindo as críticas de João Serrano, mas não nos foi dada qualquer resposta a demonstrar interesse ou a falta dele.
Sílvia Agostinho
07-08-2015
16:55
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