
Cartaxo unido em torno do Fandango
É uma candidatura de um concelho mas também de toda uma região. A dança folclórica e tradicional Fandango tem na opinião de responsáveis, e dos seus intérpretes todas as condições para ser elevado à categoria maior do reconhecimento universal; e como tal o símbolo de qualidade da Unesco. Este é um desiderato que irmanou os diversos ranchos folclóricos do Cartaxo, o município que tem a coordenação da candidatura, que falam e já agora dançam no mesmo compasso.
Para Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, que teve a ideia de fazer esta candidatura, a qual foi de imediato acolhida por parte da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo expressa que “o fandango é a expressão que melhor identifica a nossa cultura e as nossas raízes”, sendo ainda “uma das expressões mais acarinhadas pelas pessoas da nossa região”. Ingredientes mais do que suficientes na sua opinião para levar a cabo esta empreitada. O autarca recusa protagonismos, e mesmo quando se lhe coloca a questão de que outros projetos, como o dos avieiros, terem salientado, a dada altura, que a entidade de turismo lhes quis roubar esse mesmo protagonismo, não se sente incomodado com tal perspetiva.
O concelho do Cartaxo distingue-se pela “singularidade” de todas as freguesias possuírem o fandango no seu repertório, quer na sua manifestação mais tradicional, quer assumindo outras nuances. Todos os grupos possuem um especial orgulho por serem representantes desta dança quando vão a espetáculos fora da região, nomeadamente no Norte, onde atuam na maioria das vezes. A continuidade da tradição do fandango não será problema no que ao concelho do Cartaxo diz respeito, apesar de alguns grupos se debaterem com problemas de rejuvenescimento dos seus elementos. “Penso que esta candidatura será decisiva para o salvaguardar deste património”, não tem dúvidas, Pedro Ribeiro.
É uma candidatura de um concelho mas também de toda uma região. A dança folclórica e tradicional Fandango tem na opinião de responsáveis, e dos seus intérpretes todas as condições para ser elevado à categoria maior do reconhecimento universal; e como tal o símbolo de qualidade da Unesco. Este é um desiderato que irmanou os diversos ranchos folclóricos do Cartaxo, o município que tem a coordenação da candidatura, que falam e já agora dançam no mesmo compasso.
Para Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, que teve a ideia de fazer esta candidatura, a qual foi de imediato acolhida por parte da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo expressa que “o fandango é a expressão que melhor identifica a nossa cultura e as nossas raízes”, sendo ainda “uma das expressões mais acarinhadas pelas pessoas da nossa região”. Ingredientes mais do que suficientes na sua opinião para levar a cabo esta empreitada. O autarca recusa protagonismos, e mesmo quando se lhe coloca a questão de que outros projetos, como o dos avieiros, terem salientado, a dada altura, que a entidade de turismo lhes quis roubar esse mesmo protagonismo, não se sente incomodado com tal perspetiva.
O concelho do Cartaxo distingue-se pela “singularidade” de todas as freguesias possuírem o fandango no seu repertório, quer na sua manifestação mais tradicional, quer assumindo outras nuances. Todos os grupos possuem um especial orgulho por serem representantes desta dança quando vão a espetáculos fora da região, nomeadamente no Norte, onde atuam na maioria das vezes. A continuidade da tradição do fandango não será problema no que ao concelho do Cartaxo diz respeito, apesar de alguns grupos se debaterem com problemas de rejuvenescimento dos seus elementos. “Penso que esta candidatura será decisiva para o salvaguardar deste património”, não tem dúvidas, Pedro Ribeiro.
Um dos próximos passos da candidatura prende-se com a escolha do coordenador científico, que está a ser articulada com a ERT. Alguns nomes já foram contactados, nomeadamente através da Federação Portuguesa de Folclore, aguardando-se para breve uma reunião com o ministro da Cultura. Pedro Ribeiro enfatiza ainda a perspetiva de contacto com os demais concelhos com tradição nesta dança, “envolvendo os respetivos presidente de Câmara”.
Para o autarca, esta não tem de ser vista como uma candidatura contra o preconceito que alguns terão em relação ao folclore: “Só amamos o que conhecemos, e muita gente não conhecerá o fandango, por isso espero que esta candidatura também possa abrir essa janela”. Para já não existem calendários quanto ao que se pode seguir, nem prazos quanto à elaboração do dossier técnico, até porque ainda falta escolher o coordenador científico. “O mais importante para já é conhecer as nossas raízes, a etnografia da nossa região.”
A candidatura do fandango a património da Unesco tem servido para uma intensificação de esforços por parte dos ranchos folclóricos do concelho do Cartaxo em torno deste objetivo. Dina Lopes, porta-voz, do Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Pontével diz mesmo que se notava alguma desunião, mas que com esta ideia de um dia poderem vir a receber a chancela da Unesco, os vários ranchos acabam, nesta altura, por remarem todos para o mesmo lado. “Foi com muita alegria que recebemos esta notícia porque o folclore anda esquecido, e normalmente é falado de forma pejorativa”; junta o representante do Rancho Folclórico da Casa do Povo da Ereira, ouvido nesta reportagem, Nuno Franco, que faz parte também das novas gerações do folclore no concelho.
Para os vários elementos dos grupos folclóricos do Cartaxo, o fandango tem “uma mística muito própria”, e é sempre uma felicidade quando conseguem mostrar a mestria dos seus passos de dança onde atuam, quer seja no norte ou até no estrangeiro. Como o fandango não há igual, “e só uma vez é que vi algo parecido com o nosso fandango do meio alqueire, dançado por um grupo russo”, conta Carlos Albuquerque do Rancho Folclórico “Os Campinos” de Vila Chã de Ourique. Esta freguesia abraçou um tipo de fandango muito particular, mais técnico, trazido para a localidade por “uma personagem ligada ao universo dos ranchos”. “Esta variante é dançada em cima do meio alqueire, e a mulher transporta uma garrafa na cabeça ao mesmo tempo que dança”, refere Carlos Albuquerque. Atualmente o grupo tem dois pares de fandanguistas, num total de 27 elementos do rancho. O Rancho Folclórico Ceifeiras do Porto de Muge, Valada, conta também com dois pares de fandanguistas, e Rui Martins, representante deste grupo, refere que chegaram a ter uma das melhores cantadeiras , “a dona Maria Margarida a quem envio desde já um beijinho”. Quanto à candidatura do fandango não se afirma muito esperançado mas prefere não tecer muitos comentários.
Tem sido difícil o rejuvenescimento do rancho, “pois antigamente integrar um grupo destes era uma maneira que as pessoas tinham de passear e irem para os bailaricos e hoje isso não acontece, qualquer um pode ir a uma discoteca mais próxima”, refere o representante de Vila Chã de Ourique. “É muito difícil existir uma continuidade no nosso rancho, estamos com dificuldades em encontrar pares. Pensámos em contactar as escolas e talvez conseguir trazer crianças na faixa etária dos cinco até aos dez anos que possam assegurar a longevidade do grupo”, dá a conhecer Carlos Albuquerque. “O mais fácil é mobilizar os nossos filhos, e os seus amigos, porque quando falamos de pessoas que nada têm a ver com o folclore torna-se difícil trazê-las para o rancho”, acrescenta Dina Lopes.
Para outros ranchos também não é tarefa fácil conseguir assegurar que mais se juntem, mas em algumas localidades não se pode dizer que o fandango e o folclore em geral não se encontre de boa saúde, e com intérpretes assegurados para o futuro como é o caso de Vítor Fernandes, do Rancho Folclórico de Vale da Pinta, 33 anos – “Tem existido algum rejuvenescimento, novas gerações têm crescido no nosso grupo. No fundo somos uma família”. Com a candidatura do fandango a património da humanidade, o sentimento partilhado entre o grupo é de “muito agrado”, porque significa “a manutenção dos nossos costumes e tradições”. Este rancho tem quatro fandanguistas, que adotaram o fandango dito tradicional, ou ribatejano, “em que todos o dançamos de forma mais ou menos diferente, com algumas variações”, que na sua opinião enriquecem a apresentação do grupo.
Para o autarca, esta não tem de ser vista como uma candidatura contra o preconceito que alguns terão em relação ao folclore: “Só amamos o que conhecemos, e muita gente não conhecerá o fandango, por isso espero que esta candidatura também possa abrir essa janela”. Para já não existem calendários quanto ao que se pode seguir, nem prazos quanto à elaboração do dossier técnico, até porque ainda falta escolher o coordenador científico. “O mais importante para já é conhecer as nossas raízes, a etnografia da nossa região.”
A candidatura do fandango a património da Unesco tem servido para uma intensificação de esforços por parte dos ranchos folclóricos do concelho do Cartaxo em torno deste objetivo. Dina Lopes, porta-voz, do Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Pontével diz mesmo que se notava alguma desunião, mas que com esta ideia de um dia poderem vir a receber a chancela da Unesco, os vários ranchos acabam, nesta altura, por remarem todos para o mesmo lado. “Foi com muita alegria que recebemos esta notícia porque o folclore anda esquecido, e normalmente é falado de forma pejorativa”; junta o representante do Rancho Folclórico da Casa do Povo da Ereira, ouvido nesta reportagem, Nuno Franco, que faz parte também das novas gerações do folclore no concelho.
Para os vários elementos dos grupos folclóricos do Cartaxo, o fandango tem “uma mística muito própria”, e é sempre uma felicidade quando conseguem mostrar a mestria dos seus passos de dança onde atuam, quer seja no norte ou até no estrangeiro. Como o fandango não há igual, “e só uma vez é que vi algo parecido com o nosso fandango do meio alqueire, dançado por um grupo russo”, conta Carlos Albuquerque do Rancho Folclórico “Os Campinos” de Vila Chã de Ourique. Esta freguesia abraçou um tipo de fandango muito particular, mais técnico, trazido para a localidade por “uma personagem ligada ao universo dos ranchos”. “Esta variante é dançada em cima do meio alqueire, e a mulher transporta uma garrafa na cabeça ao mesmo tempo que dança”, refere Carlos Albuquerque. Atualmente o grupo tem dois pares de fandanguistas, num total de 27 elementos do rancho. O Rancho Folclórico Ceifeiras do Porto de Muge, Valada, conta também com dois pares de fandanguistas, e Rui Martins, representante deste grupo, refere que chegaram a ter uma das melhores cantadeiras , “a dona Maria Margarida a quem envio desde já um beijinho”. Quanto à candidatura do fandango não se afirma muito esperançado mas prefere não tecer muitos comentários.
Tem sido difícil o rejuvenescimento do rancho, “pois antigamente integrar um grupo destes era uma maneira que as pessoas tinham de passear e irem para os bailaricos e hoje isso não acontece, qualquer um pode ir a uma discoteca mais próxima”, refere o representante de Vila Chã de Ourique. “É muito difícil existir uma continuidade no nosso rancho, estamos com dificuldades em encontrar pares. Pensámos em contactar as escolas e talvez conseguir trazer crianças na faixa etária dos cinco até aos dez anos que possam assegurar a longevidade do grupo”, dá a conhecer Carlos Albuquerque. “O mais fácil é mobilizar os nossos filhos, e os seus amigos, porque quando falamos de pessoas que nada têm a ver com o folclore torna-se difícil trazê-las para o rancho”, acrescenta Dina Lopes.
Para outros ranchos também não é tarefa fácil conseguir assegurar que mais se juntem, mas em algumas localidades não se pode dizer que o fandango e o folclore em geral não se encontre de boa saúde, e com intérpretes assegurados para o futuro como é o caso de Vítor Fernandes, do Rancho Folclórico de Vale da Pinta, 33 anos – “Tem existido algum rejuvenescimento, novas gerações têm crescido no nosso grupo. No fundo somos uma família”. Com a candidatura do fandango a património da humanidade, o sentimento partilhado entre o grupo é de “muito agrado”, porque significa “a manutenção dos nossos costumes e tradições”. Este rancho tem quatro fandanguistas, que adotaram o fandango dito tradicional, ou ribatejano, “em que todos o dançamos de forma mais ou menos diferente, com algumas variações”, que na sua opinião enriquecem a apresentação do grupo.
Nuno Franco, o mais novo dos fandanguistas com quem falámos, com apenas 18 anos, conta que para si estar no rancho é algo especial, apesar de os pais não terem “achado muita piada” ou de os amigos “considerarem que isto é uma seca”. “Um dia experimentei e gostei”. No rancho da Ereira, cinco homens dançam o dito fandango ribatejano, bem como o do vara pau. “Ainda podemos vir a colocar o fandango do bairro no nosso repertório porque etnograficamente é correto”, diz.
Uma das freguesias onde o fandango se encontra mais vivo é em Pontével, onde 15 pares dançam desde o ribatejano, ao do meio alqueire, passando pelo do bairro. “Foi-nos tirada a designação do fandango do vara pau porque segundo a federação, a designação correta será a de Jogo do Pau, que se fazia nos bailes e nas tabernas quando havia disputas”.
Ouvido pela nossa reportagem, o presidente da ERT, Ceia da Silva, refere que este processo de candidatura do fandango ainda demorará o seu tempo natural, “até porque o cante levou cinco anos a ser considerado como património cultural e imaterial da Unesco”. “Fizemos para o fandango uma candidatura ao Portugal 2020, e estamos numa fase de recolha e de estudo acerca desta tradição”. Na sua opinião, e até porque integrou dois comités da Unesco, “o fandango tem todas as condições para alcançar o estatuto em causa, não apenas enquanto dança, mas porque faz parte de uma cultura mais vasta em que se insere, por exemplo, o touro e o campino”.
página anterior - página seguinte
Uma das freguesias onde o fandango se encontra mais vivo é em Pontével, onde 15 pares dançam desde o ribatejano, ao do meio alqueire, passando pelo do bairro. “Foi-nos tirada a designação do fandango do vara pau porque segundo a federação, a designação correta será a de Jogo do Pau, que se fazia nos bailes e nas tabernas quando havia disputas”.
Ouvido pela nossa reportagem, o presidente da ERT, Ceia da Silva, refere que este processo de candidatura do fandango ainda demorará o seu tempo natural, “até porque o cante levou cinco anos a ser considerado como património cultural e imaterial da Unesco”. “Fizemos para o fandango uma candidatura ao Portugal 2020, e estamos numa fase de recolha e de estudo acerca desta tradição”. Na sua opinião, e até porque integrou dois comités da Unesco, “o fandango tem todas as condições para alcançar o estatuto em causa, não apenas enquanto dança, mas porque faz parte de uma cultura mais vasta em que se insere, por exemplo, o touro e o campino”.
página anterior - página seguinte
Comentários
O falar e dissertar sobre a dança mais tipica do Ribatejo, não é para uma qualquer pessoa, isto porque!... para se falar dessa e doutras danças, teriam que as ter executado com rigor e mestria, depois há os pseudo-folcloristas, que sabem de tudo menos de folclore. Porque no antigamente, a palavra folclore era tratada com respeito, hoje qualquer papagaio falar TUDO ISTO É FOLCLORE, como se de batatas se tratasse. Primeiro dignificamos, as terras, os usos e costumes, para que se mantenha viva a chma do FOLCLORE regional e do Fandango, enquanto dança Ribatejana, mas oriunda da Galiza. Já falei demais. Abraço a todos
Xico Russo
Pontével
01/11/2016 15:13
Xico Russo
Pontével
01/11/2016 15:13