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Castro de Vila Nova de São Pedro: “Há trabalho para mais uma geração”

A conservaçao do espaço, novas descobertas e tornar o Castro visitável são  objetivos futuros
Sílvia Agostinho/Miguel António Rodrigues
30-07-2018 às 21:23
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Uma das grandes novidades da segunda campanha de escavações arqueológicas em curso, até à última sexta-feira, no Castro de Vila Nova de São Pedro prende-se com a descoberta de um pequeno sistema cársico com a predominância de algares e pequenas reentrâncias que podem no final conduzir a uma sala subterrânea com água. Este complexo tipo cavernas poderá chegar a Torre Penalva, embora os arqueólogos prefiram ser cautelosos com esta informação. As escavações foram levadas a cabo pelas equipas da Associação dos Arqueólogos Portugueses e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), com a colaboração de 17 alunos dos 1º e 2º ciclos do curso de Arqueologia da FLUL e também da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa.

A equipa liderada por José Arnaud, presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, está também a efetuar o reconhecimento das muralhas exteriores, e correspondente cartografia. Neste campo, a descoberta de uma segunda e terceira muralhas no local já era esperada, o que está a produzir o consequente alargamento do campo de ação deste estudo protagonizado pelos especialistas, que se encontram no terreno. O objetivo passa ainda pela datação por radiocarbono e outros métodos atuais dos achados detetados “para que possamos caracterizar com ainda mais exatidão a forma de vida destes antepassados de há 5500 anos atrás”, refere José Arnaud, que evidencia que o radiocarbono pode levar à compreensão das várias épocas do Castro e às suas diferentes camadas através de uma datação mais precisa e sequencial.

 O Castro ainda tem “trabalho para mais uma geração”, consubstancia o arqueólogo. Os vestígios da sua edificação referem-se a 2600 anos A.C até 1300 A.C.

O trabalho de campo que está a ser efetuado compreende a investigação científica, mas também a criação de técnicas de conservação, tendo em conta que a densificação da vegetação existente no local não tem contribuído para a manutenção nas melhores condições do Castro. Por último, a partilha em condições ótimas de visitação com a população em geral, e no fundo com quem queira conhecer este património, é outro dos objetivos. A valorização turística do local far-se-á com a colocação de painéis explicativos e com a criação de um circuito de visita “que evite que as pessoas andem por cima das pedras”.

Sendo um povoado Calcolítico dos mais importantes da Europa é também o berço da arquitetura militar, onde também são visíveis vestígios do que terão sido trocas comerciais à época com a predominância de algum marfim no local, oriundo do norte de África. Para os arqueólogos europeus este local tem um significado especial dado que aquando das campanhas de Afonso do Paço, no século passado, “se enviou muita informação para os colegas estrangeiros”. O Castro de Vila Nova de São Pedro já deu origem a 10 teses de mestrado e doutoramento. 

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As “eternas” negociações com a proprietária para um projeto “importantíssimo”

O vereador da Cultura, António José Matos, sublinha “o empenho da Câmara para que este património passe da esfera científica para o da visitação com a possibilidade de sinalética no local”. No cerne da questão está sempre o tão falado contrato de arrendamento com os atuais proprietários dos terrenos em relação ao qual nunca houve boas notícias, e quando as negociações começaram há mais de uma década. Até hoje nunca foi possível chegar a acordo embora a esperança nunca morra. Há vários meses que o vereador da Cultura fala em “conversações a decorrer a bom ritmo” mas até à data nada foi apresentado ainda em concreto, embora Matos prefira reportar-se apenas ao tempo em que está na Câmara, desde o final do ano passado, para fazer um balanço – “Há luz ao fundo do túnel ainda não chegámos foi ao fundo do túnel”. A autarquia pouco mais vai adiantando. A Câmara chegou a falar na disponibilidade, no mandato passado, para chegar aos 200 euros mensais de renda, mas como novo território de escavações tem sido desbravado, é possível que neste momento os valores já sejam outros, estando em causa três parcelas de terreno. Recorde-se que a oposição PSD chegou a adiantar a figura da expropriação mas o executivo PS tem recusado essa ideia.
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Matos adianta que está na calha um projeto para um museu virtual do Castro, com candidatura em breve aos fundos estruturais, na internet que contará com centenas de fotografias dos materiais que estão no museu do Carmo, no museu municipal, e no fundo o que de mais significativo tem sido encontrado. O sonho é ainda transformar a antiga escola primária local numa espécie de museu no âmbito de uma Área de Reabilitação Urbana a concretizar e um Centro Interpretativo do Castro.

Durante os trabalhos de campo, a União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro colaborou com este projeto arqueológico "VNSP3000 - Vila Nova de S. Pedro no 3º Milénio" a nível logístico “com transporte, refeições, desmatações, maquinaria, ferramentas e gasolina”, referiu José Avelino, presidente da junta. A Câmara Municipal de Azambuja também “desenvolveu um esforço no sentido de poder acompanhar e proporcionar tudo o que é material logístico para a equipa que aqui se encontra”, referiu também o vereador Silvino Lúcio


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Comentários

Surpreendida mas ao mesmo tempo feliz por ter tomado conhecimento, que finalmente, decidiram fazer alguma coisa pelo castro. A limpeza era mais que necessária e urgente mas o retomar das escavações, para mim, foi uma alegria. Espero que o problema que persiste há anos, relativamente às negociações com os atuais proprietários, façam os progressos necessários para que este assunto fique definitivamente "arrumado"! Bons trabalhos aos envolvidos neste projecto. 
Maria Ribeiro
Paris
31/07/2018 10:44
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