Cimpor acusada de continuar a usar explosivos junto a À-dos- Melros
Moradores continuam a não ter descanso, e registaram enormes rebentamentos nos últimos dias mesmo depois de a Direção Geral de Energia e Geologia ter proibido a empresa de o fazer junto à pequena povoação do concelho de Vila Franca
|15 Dez 2022 17:31
A Cimpor está proibida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) de fazer rebentamentos nas imediações de À-dos-Melros na Pedreira do Bom Jesus, no concelho de Vila Franca de Xira. Contudo segundo o Valor Local apurou, nos últimos dias, junto da população esses rebentamentos continuam a ser efetuados com grande estrondo, o último dos quais foi registado às 11h41 do dia 12 de dezembro. Têm-se sucedido várias explosões. Julieta Carvalho, moradora na localidade, enumera rebentamentos ainda nos dias 29 e 30 de novembro, cinco e sete de dezembro a diversas horas registadas pelos habitantes e já depois de a empresa ter recebido a notificação por parte da DGEG.
Adelino Cabaço, um dos moradores, ouvido pelo Valor Local, recorda que "ainda nos dias 24 e 25 de novembro houve dois grandes rebentamentos" pelo que desconfia igualmente até que ponto a empresa vai cumprir o emanado pela DGEG, porque a julgar pelos últimos dias a Cimpor está a ignorar o que o organismo estatal indicou. Numa das últimas reuniões de Câmara de Vila Franca de Xira, o presidente da autarquia, Fernando Paulo Ferreira, tinha informado que o uso de explosivos foi interditado, "enquanto a empresa não apresentar um estudo de segurança sobre a sua utilização". O autarca falava "numa enorme conquista, embora não definitiva, mas eficaz dado que esta decisão administrativa tem efeitos imediatos". Face aos novos dados recolhidos pelo Valor Local tentámos obter esclarecimentos por parte de Fernando Paulo Ferreira mas não foi possível até ao momento. Em reunião de Câmara, o autarca tinha adiantado ainda que vai prosseguir com a ação popular contra a Cimpor, aguardando conclusões da vistoria do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. “Recolhidos todos os elementos, e caso a suspensão não seja suficiente ou não se torne definitiva, veremos os termos concretos desta ação popular sempre em articulação com as pessoas e com a associação recém-criada”. Na sua página de Facebook, a Associação para Salvarmos a Aldeia das Pedreiras (ASAP) acrescenta ser necessário um estudo sobre possíveis soluções “que garantam a estabilidade da encosta sobranceira a À-dos-Melros, independentemente de existirem ou não trabalhos de extração na área designada por Casal A2” Refere ainda a associação que “os danos reportados nas habitações e estruturas edificadas, serão objeto de avaliação/estudo por entidade competente na área da geotecnia para avaliação das causas ou mecanismos envolvidos, designadamente: assentamentos diferenciais das fundações, particularmente quando varia a capacidade de carga dos terrenos que as suportam (devido a heterogeneidades litológicas ou ao grau de saturação dos terrenos), variações sazonais de volume (ciclos de expansão / contração) dos materiais de construção (especialmente da madeira quando presente), entre outros.” |
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