Coligação quer expropriação de terrenos do Castro de Vila Nova de São Pedro
O monumento classificado como de interesse nacional permanece ao abandono, sendo difícil até para os habitantes do concelho conseguirem descortinar a sua localização
Sílvia Agostinho
01-08-2016 às 12:08 A Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra apresentou, durante uma das últimas reuniões de Câmara de Azambuja, uma proposta tendo em vista a expropriação dos terrenos onde se situa o Castro de Vila Nova de São Pedro, mas o executivo socialista achou por bem pedir um compasso de espera tendo em conta que após mais de 10 anos de negociações com os proprietários espera, agora, que se consiga finalmente chegar a acordo. Até outubro, o município ficará na expetativa quanto a esta matéria. Daqui a três meses, se nada acontecer, Luís de Sousa, presidente da autarquia, referiu que está disponível para se avaliar de novo a proposta.
Recorde-se que o monumento classificado como de interesse nacional permanece ao abandono, sendo difícil até para os habitantes do concelho conseguirem descortinar a sua localização face ao emaranhado de silvas para grande desgosto da população e da comunidade científica. A Câmara escuda-se no facto de não poder intervir em terreno alheio. Esta é uma questão que tem andado ao sabor de disputas e partilhas familiares há vários anos, bem como de sucessivas promessas e anúncios da autarquia sem grande sucesso. O município tem até à data rejeitado o instrumento da expropriação, sendo que o vereador da Cultura, António Amaral, aconselhou a se ir fazendo o caminho nesta matéria com alguma cautela, “pois tudo indica que será desta” que a família vai conseguir fazer as partilhas. A bola está mais uma vez do lado dos proprietários, mas “as coisas estão bem encaminhadas”, quis sossegar – Luís de Sousa, que tem-se reunido com os mesmos que têm manifestado, nas suas palavras, “interesse em que o património seja recuperado”. Em cima da mesa, estará ainda, e ao que tudo indica o pagamento de uma espécie de renda mensal a rondar os 100 euros (valor que ainda não é definitivo) por parte do município aos proprietários que não estão disponíveis para vender o terreno. Foi comentado nesta reunião de Câmara que o valor do terreno não deverá exceder os 3600 euros, e como tal uma renda a médio longo prazo poder ser visto como algo mais vantajoso. O vereador da Coligação, Jorge Lopes, defendeu que a via da compra do terreno seria a mais desejável tendo em vista uma eventual candidatura a fundos comunitários, mas sem especificar que tipo de projetos se poderiam levar a cabo naquele local, que recorde-se está indicado para sofrer obras de limpeza e de sinalização, que até deverão ser em parte custeadas pela associação dos arqueólogos.
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