Com dois anos de pandemia como vai ser o Natal nos lares de idosos da região
Sílvia Carvalho d’Almeida
24-12-2021 às 09h12
No destaque deste mês quisemos saber como será o Natal dos mais idosos que se encontram nos lares da região. Porque, especialmente nesta época de encontros familiares, de festa e de alegria, não nos podemos esquecer daqueles que se encontram em situação mais vulnerável, muitas vezes de doença, e que não poderão estar com as suas famílias, tendo em conta a situação pandémica que vivemos.
Em 2020, passaram-se momentos difíceis, com grandes surtos de infeção de Covid-19 nos lares, contudo e com o início da vacinação logo em janeiro, 2021 decorreu de forma mais tranquila, mas não deixaram de surgir notícias a dar conta de alguns focos da doença um pouco por toda a parte. O lar da Misericórdia de Alhandra foi notícia em 2020, pois aquando da segunda vaga no último trimestre desse ano, um surto terminou na morte de 26 utentes, num total de 86 infetados, a que se somaram mais 30 trabalhadores. Este ano a situação foi relativamente tranquila. Tal como nos conta José Joaquim Alves, provedor da instituição: “Não tivemos nada a salientar, apenas dois casos que foram rapidamente debelados”. Na maior parte deste ano, os utentes puderam ter visitas dos seus familiares, o que neste momento não é permitido devido ao agravar da situação pandémica, e por orientação da Direção Geral de Saúde (DGS). Todos os idosos e funcionários do lar estão vacinados com a terceira dose da vacina, e este processo decorreu “muito bem”, na opinião do provedor. No entanto, todos os cuidados são poucos para esta população, que se encontra muitas vezes debilitada por comorbilidades graves.
Estar afastado da família, especialmente numa fase da vida e numa época em que há uma maior tendência para o saudosismo, parece ser o maior desafio, sendo que há famílias que já não se abraçam há muito tempo. José Joaquim Alves diz que “temos de nos pôr na pele dos outros” e perceber que é quase inevitável que nesta situação, os idosos se sintam um pouco mais tristes do que o habitual”. No entanto, explica que os lares deixaram de ser há muito tempo “apenas lares” para passarem a unidades de cuidados continuados. Isto é uma grande mudança no paradigma, “já que a ideia que se tinha dos lares até aqui é que se tratavam de depósitos onde se deixavam os mais velhos que não tinham utilidade para a sociedade”. O provedor explica ainda que muitos dos utentes possuem patologias como demência, o que não lhes permite ter uma noção clara de tudo o que se está a passar, e os que ainda estão lúcidos, têm receio de saírem do ambiente protegido do lar e contrair a doença, pelo que a aceitação das medidas foi pacífica. Pelo que nos diz, as famílias continuam a querer visitar os seus idosos, e estes sabem disso.
Sílvia Carvalho d’Almeida
24-12-2021 às 09h12
No destaque deste mês quisemos saber como será o Natal dos mais idosos que se encontram nos lares da região. Porque, especialmente nesta época de encontros familiares, de festa e de alegria, não nos podemos esquecer daqueles que se encontram em situação mais vulnerável, muitas vezes de doença, e que não poderão estar com as suas famílias, tendo em conta a situação pandémica que vivemos.
Em 2020, passaram-se momentos difíceis, com grandes surtos de infeção de Covid-19 nos lares, contudo e com o início da vacinação logo em janeiro, 2021 decorreu de forma mais tranquila, mas não deixaram de surgir notícias a dar conta de alguns focos da doença um pouco por toda a parte. O lar da Misericórdia de Alhandra foi notícia em 2020, pois aquando da segunda vaga no último trimestre desse ano, um surto terminou na morte de 26 utentes, num total de 86 infetados, a que se somaram mais 30 trabalhadores. Este ano a situação foi relativamente tranquila. Tal como nos conta José Joaquim Alves, provedor da instituição: “Não tivemos nada a salientar, apenas dois casos que foram rapidamente debelados”. Na maior parte deste ano, os utentes puderam ter visitas dos seus familiares, o que neste momento não é permitido devido ao agravar da situação pandémica, e por orientação da Direção Geral de Saúde (DGS). Todos os idosos e funcionários do lar estão vacinados com a terceira dose da vacina, e este processo decorreu “muito bem”, na opinião do provedor. No entanto, todos os cuidados são poucos para esta população, que se encontra muitas vezes debilitada por comorbilidades graves.
Estar afastado da família, especialmente numa fase da vida e numa época em que há uma maior tendência para o saudosismo, parece ser o maior desafio, sendo que há famílias que já não se abraçam há muito tempo. José Joaquim Alves diz que “temos de nos pôr na pele dos outros” e perceber que é quase inevitável que nesta situação, os idosos se sintam um pouco mais tristes do que o habitual”. No entanto, explica que os lares deixaram de ser há muito tempo “apenas lares” para passarem a unidades de cuidados continuados. Isto é uma grande mudança no paradigma, “já que a ideia que se tinha dos lares até aqui é que se tratavam de depósitos onde se deixavam os mais velhos que não tinham utilidade para a sociedade”. O provedor explica ainda que muitos dos utentes possuem patologias como demência, o que não lhes permite ter uma noção clara de tudo o que se está a passar, e os que ainda estão lúcidos, têm receio de saírem do ambiente protegido do lar e contrair a doença, pelo que a aceitação das medidas foi pacífica. Pelo que nos diz, as famílias continuam a querer visitar os seus idosos, e estes sabem disso.
Situação diferente é aquela de abandono em que muitos se encontram, especialmente nesta época de festas. Os relatos de pessoas mais velhas deixadas em hospitais continuam a crescer, sendo Portugal um dos países com maior índice de abandono de idosos. José Joaquim Alves conta-nos que estão constantemente a ser contatados pelo hospital, com pedidos para “irmos buscar pessoas em situação de alta médica, abandonadas pelas famílias” o que na sua opinião é um problema da nossa sociedade. As camas que têm no lar, em acordo com a Segurança Social, e que muitas vezes se destinam a estes casos, “estão quase sempre cheias”. A instituição está já no seu limite máximo de 120 camas. O provedor considera que “há que criar condições para que cada vez menos pessoas sejam encaminhadas para os lares”, devendo-se apostar antes em melhor apoio domiciliário, “mais expressivo e eficaz”, até porque é diferente ir para uma unidade de cuidados continuados quando “não há mesmo outra opção” do que fazê-lo por sistema.
Os utentes que se encontram no lar da Misericórdia de Alhandra, não se poderão queixar, contudo, de falta de cuidados. Para este Natal, José Joaquim Alves conta-nos que “temos uma festinha programada, só com eles, nem os funcionários estarão presentes. Vamos pôr um pouquinho de música, com alguém que vai lá tocar acordeão, também o professor de musicoterapia fará um programa com eles tudo para que os idosos se sintam, bem e em casa”.
Os utentes que se encontram no lar da Misericórdia de Alhandra, não se poderão queixar, contudo, de falta de cuidados. Para este Natal, José Joaquim Alves conta-nos que “temos uma festinha programada, só com eles, nem os funcionários estarão presentes. Vamos pôr um pouquinho de música, com alguém que vai lá tocar acordeão, também o professor de musicoterapia fará um programa com eles tudo para que os idosos se sintam, bem e em casa”.
Provedor da Misericórdia de Vila Franca enfatiza o abandono de idosos nos hospitais
Já provedor da Misericórdia de Vila Franca de Xira, Jorge Carvalho, conta-nos que nos lar da instituição, também haverá festas de Natal, “com animação, muita música de acordeão e de guitarra, e fado”. Apenas os utentes e as funcionárias estarão presentes, estando este ano também as famílias interditas ao espaço. No entanto, os familiares poderão acompanhar as festas através das redes sociais da instituição, nomeadamente, o Facebook e Instagram, e “ver as dinâmicas deste ano, sendo que as fotos publicadas têm a aprovação prévia” dos mesmos, de acordo com as regras de proteção de dados. Haverá poesia, canto, e “o que cada um quiser e puder trazer”. Serão os idosos que se encontram numa situação mais favorável de saúde a participarem mais ativamente na festa de Natal tendo em conta que muitos outros utentes não o vão poder fazer. Tal como nos indica o provedor, “há muitos idosos que se encontram acamados, e outros com Alzheimer”. A instituição, que possui este centro, também dá apoio domiciliário, e este ano, estará a fazê-lo a novos e velhos utentes.
A procura por lares nesta altura do ano é também maior, segundo Jorge Carvalho, e isto deve-se mais uma vez ao facto de muitos idosos serem abandonados em urgências de hospitais. “Os hospitais estão cheios de pessoas que não precisam de lá estar. Sou constantemente contatado pelo Hospital de Vila Franca de Xira com casos destes, o que se acentua nesta época do ano.” Esta situação seria ainda mais grave, segundo o provedor da instituição, se não existisse o enorme número de lares ilegais um pouco por toda a parte, o que no fundo significa que “não têm acordo com a segurança social”. Jorge Carvalho não põe em causa o tratamento dado aos idosos nessas estruturas ainda que clandestinas. “Em muitos delas, os utentes são bem tratados”. Sente, sobretudo, que o Estado não está a dar uma resposta suficiente a este problema. Revela ainda que nalguns casos os familiares que o contatam “não tentam descartar-se das suas responsabilidades” para com os idosos. “Na maioria dos casos, não é isso que acontece. Sabemos das dificuldades que por vezes é ter uma pessoa nesta situação em casa. Os filhos trabalham, e não se podem ocupar dos muitos cuidados que estas pessoas precisam. Os idosos caem com facilidade, não comem pela sua mão, o que torna tudo muito mais complicado”.
Para Jorge Carvalho, e relativamente ao facto de neste ano, à semelhança do anterior, as visitas a casa dos familiares por parte dos idosos também estarem proibidas, refere que é natural um maior sentimento de tristeza nos idosos nesta altura do ano, e dá o exemplo de quando esteve em África na guerra colonial, em que passou dois Natais longe dos seus familiares, e sentiu muito a sua falta. Isto para dizer que “os idosos sentem tal como nós, pelo menos aqueles que ainda têm o discernimento e as capacidades cognitivas intactas, e por isso apercebem-se de que estes são tempos excecionais”. “Este é um período em que especialmente nós de sangue latino, gostamos de estar todos juntos, e celebrar, e neste momento as saídas são perigosas porque nunca se sabe o que pode acontecer. Podemos ficar infetadas por um simples abraço, e temos de ter cuidados redobrados.”
Já provedor da Misericórdia de Vila Franca de Xira, Jorge Carvalho, conta-nos que nos lar da instituição, também haverá festas de Natal, “com animação, muita música de acordeão e de guitarra, e fado”. Apenas os utentes e as funcionárias estarão presentes, estando este ano também as famílias interditas ao espaço. No entanto, os familiares poderão acompanhar as festas através das redes sociais da instituição, nomeadamente, o Facebook e Instagram, e “ver as dinâmicas deste ano, sendo que as fotos publicadas têm a aprovação prévia” dos mesmos, de acordo com as regras de proteção de dados. Haverá poesia, canto, e “o que cada um quiser e puder trazer”. Serão os idosos que se encontram numa situação mais favorável de saúde a participarem mais ativamente na festa de Natal tendo em conta que muitos outros utentes não o vão poder fazer. Tal como nos indica o provedor, “há muitos idosos que se encontram acamados, e outros com Alzheimer”. A instituição, que possui este centro, também dá apoio domiciliário, e este ano, estará a fazê-lo a novos e velhos utentes.
A procura por lares nesta altura do ano é também maior, segundo Jorge Carvalho, e isto deve-se mais uma vez ao facto de muitos idosos serem abandonados em urgências de hospitais. “Os hospitais estão cheios de pessoas que não precisam de lá estar. Sou constantemente contatado pelo Hospital de Vila Franca de Xira com casos destes, o que se acentua nesta época do ano.” Esta situação seria ainda mais grave, segundo o provedor da instituição, se não existisse o enorme número de lares ilegais um pouco por toda a parte, o que no fundo significa que “não têm acordo com a segurança social”. Jorge Carvalho não põe em causa o tratamento dado aos idosos nessas estruturas ainda que clandestinas. “Em muitos delas, os utentes são bem tratados”. Sente, sobretudo, que o Estado não está a dar uma resposta suficiente a este problema. Revela ainda que nalguns casos os familiares que o contatam “não tentam descartar-se das suas responsabilidades” para com os idosos. “Na maioria dos casos, não é isso que acontece. Sabemos das dificuldades que por vezes é ter uma pessoa nesta situação em casa. Os filhos trabalham, e não se podem ocupar dos muitos cuidados que estas pessoas precisam. Os idosos caem com facilidade, não comem pela sua mão, o que torna tudo muito mais complicado”.
Para Jorge Carvalho, e relativamente ao facto de neste ano, à semelhança do anterior, as visitas a casa dos familiares por parte dos idosos também estarem proibidas, refere que é natural um maior sentimento de tristeza nos idosos nesta altura do ano, e dá o exemplo de quando esteve em África na guerra colonial, em que passou dois Natais longe dos seus familiares, e sentiu muito a sua falta. Isto para dizer que “os idosos sentem tal como nós, pelo menos aqueles que ainda têm o discernimento e as capacidades cognitivas intactas, e por isso apercebem-se de que estes são tempos excecionais”. “Este é um período em que especialmente nós de sangue latino, gostamos de estar todos juntos, e celebrar, e neste momento as saídas são perigosas porque nunca se sabe o que pode acontecer. Podemos ficar infetadas por um simples abraço, e temos de ter cuidados redobrados.”
Lar de Vale do Paraíso refeito do surto de Covid do início do ano
No lar da Associação Nossa Senhora do Paraíso, e segundo Olga Capão, diretora técnica da instituição, este ano de período pandémico foi “muito complicado”, com o aparecimento de um surto em janeiro, onde “apenas um dos utentes não ficou infetado”. E sobretudo, porque “as instituições não têm instalações preparadas para tal”. Refere que tiveram de fazer alterações nas salas e como tal “colocámos os idosos positivos num andar e os negativos num andar distinto, e à medida que mais casos se verificavam, íamos transferindo os utentes, o que aconteceu, portanto, na maioria dos casos.” Os principais sintomas verificados foram febres, sendo estas debeladas com antipiréticos, e a maioria dos idosos sentia muitas dores no corpo. No entanto, apenas dois utentes faleceram entre os que contraíram a doença.
Acabou por ser um surto mesmo em cima do início da vacinação, sendo que este processo decorreu tranquilamente, “sem nenhum percalço”, e todos os idosos têm a segunda dose da vacina, uma vez que quem esteve infetado, a maioria, não necessita do reforço da terceira dose. Lidar com esta situação foi difícil, pois também algumas funcionárias ficaram doentes, e outras afastaram-se da instituição, com receios da Covid. No entanto, a diretora técnica ressalva que não foram apenas os meios humanos que faltaram neste período, com treze pessoas a cargo, mas também os meios físicos. Embota tivesse existido “algum apoio da Câmara Municipal, Junta de Freguesia de Vale do Paraíso, e da Proteção Civil que foi entregar equipamentos de proteção individual, e outro tipo de materiais necessários, mas ainda assim insuficientes”.
Neste Natal, os idosos não poderão sair da instituição, excetuando-se os casos em que terão necessidade de ir a atos médicos, por períodos inferiores a 24 horas, que não implicam isolamento, mas poderão receber visitas dos seus familiares através de uma parede de acrílico, podendo assim matar saudades que nesta época mais ainda se fazem sentir. Olga Capão conta que muitos utentes “não se apercebem do que se está a passar, e os que se apercebem acabam por aceitar, pois a família vai explicando o que se passa”. Contudo são poucos os que na sua instituição se encontram completamente lúcidos.
Houve, há semelhança dos outros lares, uma festa de Natal com troca de presentes com o tradicional carneiro, e haverá uma procissão ao ar livre, que decorre todos os anos, por esta altura, a Nossa Senhora do Paraíso. De resto, na Consoada haverá o tradicional bacalhau. Para a diretora técnica, o que os idosos realmente mais apreciam é a procissão, colocando-se muitas vezes às janelas para verem o cortejo passar. No entanto, explica que esta é uma altura do ano especialmente “sentimental e dada a emoções, porque as pessoas estão afastadas das suas famílias, sendo que até há dois anos era habitual irem passar as festas a casa.”
Relativamente ao abandono de idosos não sente que o lar onde exerce funções tenha mais procura por este motivo. Argumenta que a região onde o lar se insere é “rural, e por isso os seus habitantes ainda são “muito amigos do seu amigo”, ou seja, “cuidam muitos dos seus idosos, dizendo que estas situações de abandono se verificam mais nas grandes cidades onde as pessoas não têm tanto tempo para tal.”
No lar da Associação Nossa Senhora do Paraíso, e segundo Olga Capão, diretora técnica da instituição, este ano de período pandémico foi “muito complicado”, com o aparecimento de um surto em janeiro, onde “apenas um dos utentes não ficou infetado”. E sobretudo, porque “as instituições não têm instalações preparadas para tal”. Refere que tiveram de fazer alterações nas salas e como tal “colocámos os idosos positivos num andar e os negativos num andar distinto, e à medida que mais casos se verificavam, íamos transferindo os utentes, o que aconteceu, portanto, na maioria dos casos.” Os principais sintomas verificados foram febres, sendo estas debeladas com antipiréticos, e a maioria dos idosos sentia muitas dores no corpo. No entanto, apenas dois utentes faleceram entre os que contraíram a doença.
Acabou por ser um surto mesmo em cima do início da vacinação, sendo que este processo decorreu tranquilamente, “sem nenhum percalço”, e todos os idosos têm a segunda dose da vacina, uma vez que quem esteve infetado, a maioria, não necessita do reforço da terceira dose. Lidar com esta situação foi difícil, pois também algumas funcionárias ficaram doentes, e outras afastaram-se da instituição, com receios da Covid. No entanto, a diretora técnica ressalva que não foram apenas os meios humanos que faltaram neste período, com treze pessoas a cargo, mas também os meios físicos. Embota tivesse existido “algum apoio da Câmara Municipal, Junta de Freguesia de Vale do Paraíso, e da Proteção Civil que foi entregar equipamentos de proteção individual, e outro tipo de materiais necessários, mas ainda assim insuficientes”.
Neste Natal, os idosos não poderão sair da instituição, excetuando-se os casos em que terão necessidade de ir a atos médicos, por períodos inferiores a 24 horas, que não implicam isolamento, mas poderão receber visitas dos seus familiares através de uma parede de acrílico, podendo assim matar saudades que nesta época mais ainda se fazem sentir. Olga Capão conta que muitos utentes “não se apercebem do que se está a passar, e os que se apercebem acabam por aceitar, pois a família vai explicando o que se passa”. Contudo são poucos os que na sua instituição se encontram completamente lúcidos.
Houve, há semelhança dos outros lares, uma festa de Natal com troca de presentes com o tradicional carneiro, e haverá uma procissão ao ar livre, que decorre todos os anos, por esta altura, a Nossa Senhora do Paraíso. De resto, na Consoada haverá o tradicional bacalhau. Para a diretora técnica, o que os idosos realmente mais apreciam é a procissão, colocando-se muitas vezes às janelas para verem o cortejo passar. No entanto, explica que esta é uma altura do ano especialmente “sentimental e dada a emoções, porque as pessoas estão afastadas das suas famílias, sendo que até há dois anos era habitual irem passar as festas a casa.”
Relativamente ao abandono de idosos não sente que o lar onde exerce funções tenha mais procura por este motivo. Argumenta que a região onde o lar se insere é “rural, e por isso os seus habitantes ainda são “muito amigos do seu amigo”, ou seja, “cuidam muitos dos seus idosos, dizendo que estas situações de abandono se verificam mais nas grandes cidades onde as pessoas não têm tanto tempo para tal.”
Presidente da ALI foca contradições na lei para as visitas
Para o Presidente da Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI), João Ferreira Almeida, “os lares são muito suscetíveis de contágio, uma vez que há funcionárias a entrarem e a saírem todos os dias, e muitas vezes a andar de transportes públicos, o que é um risco acrescido, sobretudo se não houver um grande rigor no cumprimento das medidas de prevenção”. De resto e num balanço da vacinação, refere que a entrada em cena das vacinas “revelou-se bastante eficaz não na prevenção dos contágios, mas na redução da taxa de mortalidade dentro destas casas”.
Descuidos podem acontecer em qualquer altura, “mas não são a maioria dos casos”. Houve grandes surtos durante o primeiro trimestre do ano, que “felizmente já estão longe de serem a realidade”. As medidas de precaução como uso de máscara e desinfetante para as mãos são essenciais para evitar que isto aconteça. A vacinação está quase completa nos lares da associação, excetuando-se nos casos em que por as pessoas terem contraído a doença não devem ser vacinadas.
As visitas continuam permitidas, mas neste momento é obrigatória a apresentação de teste, com uso de máscara. Na maioria dos casos, com uma barreira física para prevenir os contactos. Esta situação é “desagradável, mas inevitável”, desabafa. Isto implica que as festas que se organizavam nesta época com as famílias não serão possíveis. Já as visitas a casa poderão acontecer por períodos inferiores a 24 horas, facto com o qual João Ferreira Almeida não concorda, pois “há uma contradição muito grande ao exigir a apresentação de um teste negativo aquando das visitas dos familiares, mas já não ser preciso apresentar este teste se os buscar para saírem, o que não tem sentido nenhum. Não sabemos como as pessoas se vão comportar, dificilmente resistirão a beijos e abraços, o que se torna numa situação muito difícil de controlar.” Isto é especialmente contraditório, uma vez que se o familiar se apresentar dois dias depois no lar para visitar o parente, terá que apresentar teste.
O processo de vacinação decorreu, segundo a sua opinião, “muitíssimo bem”, o que não poderia ter acontecido desta forma se a comandar a operação não estivesse o Almirante Gouveia e Melo, pois este “fez um trabalho fantástico”. O facto de ser um militar do exército, fez com que tivesse imprimido “uma dinâmica e uma organização”, que não teria sido possível “se de outra pessoa se tratasse”. Conclui, dizendo que é típico do exército “planear, organizar e coordenar” desta maneira tão eficaz, e que o papel do Almirante foi assim “essencial”.
Para o Presidente da Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI), João Ferreira Almeida, “os lares são muito suscetíveis de contágio, uma vez que há funcionárias a entrarem e a saírem todos os dias, e muitas vezes a andar de transportes públicos, o que é um risco acrescido, sobretudo se não houver um grande rigor no cumprimento das medidas de prevenção”. De resto e num balanço da vacinação, refere que a entrada em cena das vacinas “revelou-se bastante eficaz não na prevenção dos contágios, mas na redução da taxa de mortalidade dentro destas casas”.
Descuidos podem acontecer em qualquer altura, “mas não são a maioria dos casos”. Houve grandes surtos durante o primeiro trimestre do ano, que “felizmente já estão longe de serem a realidade”. As medidas de precaução como uso de máscara e desinfetante para as mãos são essenciais para evitar que isto aconteça. A vacinação está quase completa nos lares da associação, excetuando-se nos casos em que por as pessoas terem contraído a doença não devem ser vacinadas.
As visitas continuam permitidas, mas neste momento é obrigatória a apresentação de teste, com uso de máscara. Na maioria dos casos, com uma barreira física para prevenir os contactos. Esta situação é “desagradável, mas inevitável”, desabafa. Isto implica que as festas que se organizavam nesta época com as famílias não serão possíveis. Já as visitas a casa poderão acontecer por períodos inferiores a 24 horas, facto com o qual João Ferreira Almeida não concorda, pois “há uma contradição muito grande ao exigir a apresentação de um teste negativo aquando das visitas dos familiares, mas já não ser preciso apresentar este teste se os buscar para saírem, o que não tem sentido nenhum. Não sabemos como as pessoas se vão comportar, dificilmente resistirão a beijos e abraços, o que se torna numa situação muito difícil de controlar.” Isto é especialmente contraditório, uma vez que se o familiar se apresentar dois dias depois no lar para visitar o parente, terá que apresentar teste.
O processo de vacinação decorreu, segundo a sua opinião, “muitíssimo bem”, o que não poderia ter acontecido desta forma se a comandar a operação não estivesse o Almirante Gouveia e Melo, pois este “fez um trabalho fantástico”. O facto de ser um militar do exército, fez com que tivesse imprimido “uma dinâmica e uma organização”, que não teria sido possível “se de outra pessoa se tratasse”. Conclui, dizendo que é típico do exército “planear, organizar e coordenar” desta maneira tão eficaz, e que o papel do Almirante foi assim “essencial”.