Comerciantes de Alenquer exaustos com as obras na Rua Sacadura Cabral
Obras já se arrastam desde o início do ano. As perspetivas não são as melhores tendo em vista a época de Natal. Intervenção deve terminar no final do ano
|20 Nov 2022 18:47
Sílvia Agostinho Desde o início do ano que a Rua Sacadura Cabral entrou em modo estaleiro em Alenquer com os incontornáveis revesses para os comerciantes. Agora que as obras estão a aproximar-se do seu término, fomos ouvir os lojistas e alguns transeuntes. Armindo Maçarico costuma fazer compras no comércio local, o próprio já teve uma loja na Rua Sacadura Cabral. Considera que as obras estão a andar bem, mas preferia o alcatrão até porque a colocação de calçada em perspetiva não lhe agrada tanto. Costuma comprar habitualmente no mercado tradicional. O próprio vendeu bacalhau, atum de barrica e vinhos com casa aberta em Alenquer, a Casa Maçarico mas “depois vieram as grandes superfícies e os clientes começaram a queixar-se de que eu vendia mais caro. É a vida!”. Quanto às obras pensa que o mercado vai ficar “com excelentes condições, porque vejo que está no bom caminho”.
Rosalina Neno com uma loja de flores e plantas naquela artéria diz que as obras têm afetado, mas considera que tem havido sobretudo falta de planeamento. “Começam tudo ao mesmo tempo quando deveriam fazer por fases para não afetarem o comércio todo ao mesmo tempo. Não há estacionamento em Alenquer com estas obras. Nós sabemos que antes do bom temos de passar pelo mau, mas não desta forma. Evito trazer o meu automóvel para não roubar lugar a nenhum possível cliente nos parcos lugares que sobraram”.
No seu entender a Câmara tem dado poucas soluções e a abertura recente do parque de estacionamento do Areal também não é solução no seu ponto de vista, “até porque quem venha fazer compras nas lojas e saia carregado daqui com dois sacos não está para ir a pé para o Areal ou daqui para o estacionamento ao pé do centro de saúde”. Depois espera que o estacionamento de 13 lugares previsto para a frente do mercado seja fiscalizado, “porque se os moradores continuarem a estacionar nesse local bem como os lojistas, os clientes continuam a fugir de comprar no comércio local da rua”. Rogério Ferreira, presidente da Associação Comercial e Industrial do Concelho de Alenquer (ACICA) confirma que têm chegado muitas críticas por parte dos comerciantes. “Mal acabou a pandemia, a Câmara nem deu tempo aos comerciantes para se endireitarem e principiou logo as obras, sem ter atenção que tínhamos saído há pouco tempo de um período que foi negativo a este nível, por exemplo”. A seu ver deveria ter sido feito um compasso de espera até ao início desta requalificação. O dirigente conta que questionou o município sobre o facto de não se ter optado por um faseamento das obras, uma das principais críticas dos comerciantes, sendo que apenas lhe foi dito “pelo vereador que não dava para fazer de outra maneira”. Agora nem o Natal pode vir a salvar a honra do convento, “pois mesmo que as obras terminem em dezembro já será muito tarde, porque regra geral as pessoas começam a fazer as suas compras antes”. O município nos apoios anunciados vai atribuir mil euros para empresários em nome individual sem trabalhadores a seu cargo ou para empresas por cada trabalhador, até ao máximo de dois postos de trabalho. A proposta de regulamento do Fundo Financeiro de Apoio à Económica da Vila Baixa de Alenquer aguarda, nesta altura, publicação em Diário da República.
Podem candidatar-se todas as empresas que exerçam atividade na zona das obras em Alenquer e que possuam estabelecimento aberto ao público e preencham as restantes condições previstas no regulamento, como terem quebras de faturação superiores a 40 por cento com base na média entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. “É o mesmo tipo de apoio que foi dado durante a pandemia”, refere Pedro Folgado, presidente da autarquia. Sobre as críticas compreende, mas pensa que “Alenquer vai ficar muito melhor em termos pedonais, bem como o comércio local”. “Quanto às obras há constrangimentos que não controlamos, como a falta de empreiteiros, trabalhadores e materiais. Temos de ter alguma paciência”. |
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