Comunidades migrantes homenageadas em Samora Correia
Atividade promovida pela Associação Social Amigos de Samora Correia (ASASC) apoia dezenas de famílias vulneráveis
|07 Out 2022 17:37
No Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, 25 de setembro, cerca de duas centenas de pessoas homenagearam as comunidades migrantes acolhidas na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente. Uma caminhada de 10 quilómetros com os tons de azul e amarelo foi antecedida pela construção da bandeira da Ucrânia na Praça da República em Samora Correia.
Gente de todas as idades caminhou pela cidade e pelos campos de arroz nas margens do rio Sorraia num pelotão com mais de meia centena de migrantes e refugiados. A comunidade ucraniana esteve em maioria, mas participaram representantes dos migrantes africanos, brasileiros, nepaleses, indianos e paquistaneses, entre outros. A Associação Social Amigos de Samora Correia (ASASC) apoia dezenas de famílias vulneráveis e esteve no acolhimento de mais de 90 refugiados ucranianos que fugiram da guerra. Ana Paula Neves, vice presidente da ASASC, explica que o número de pedidos de alimentos, roupas, móveis e artigos para a casa tem crescido com a chegada de dezenas de migrantes. “Infelizmente não conseguimos responder a todos os pedidos, mas continuamos a ajudar com o que podemos e a encaminhar para a rede social existente”, explica a coordenadora da área do apoio social na ASASC. O presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia, Augusto Marques e os vereadores da Câmara Municipal de Benavente Sónia Ferreira, Luís Feitor e Milena Castro marcaram presença na caminhada e manifestaram apoio à causa. Anatoly Lutska, empresário ucraniano radicado em Samora Correia, louvou o espírito da iniciativa. “A Associação ASASC e o povo de Samora foram muito amigos dos refugiados ucranianos. Trabalharam muito para nos ajudar. Estamos aqui para dizer obrigado” referiu. Anatoly foi responsável pela expedição de alimentos, roupas, medicamentos e material hospitalar para a fronteira com a Polónia numa fase inicial e mais tarde diretamente para Lviv. José Valentim Peixe, voluntário ribatejano que esteve nos cenários de guerra em missão humanitária, recordou momentos duros que deixaram marcas. “Durante vários dias vi morrerem crianças que nos chegavam doentes, desidratadas e cheias de marcas do frio. Senti uma enorme incapacidade de acudir a todos. Fiquei com traumas violentos”, revelou. Ema Maduro, natural de Samora Correia e imigrante em Londres, enalteceu o apoio da comunidade samorense às vítimas da guerra e justificou a sua presença como um ato de solidariedade e gratidão. O drama do povo ucraniano marcou as conversas durante mais de duas horas de caminhada, mas também houve tempo para boa disposição e comemoração. Irinna, refugiada que em março chegou a Samora Correia com nove meses de gravidez, celebra o nascimento da filha que fez questão de registar como samorense. “Ela nasceu em Lisboa, mas como foi aqui que nos receberam ficou registada com naturalidade em Samora Correia”, refere. |
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