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Conferência Vicentina de Arruda dos Vinhos dá apoio a 55 famílias no concelho 

Salário mínimo de 635 euros, “mal chega” para as despesas de uma família


Sílvia Agostinho
13-01-2020 às 17:41
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A Conferência Vicentina Nossa Senhora da Salvação tem a seu cargo, atualmente, o apoio a 55 famílias, via Banco Alimentar Contra a Fome, através da dádiva de alimentos e outros bens. É uma causa composta por um grupo de voluntários que dedicam algum do seu tempo a esta missão.
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O acompanhamento às famílias mais desfavorecidas reflete-se, ainda, em acompanhamento psicológico que vem sendo prestado por um dos membros da conferência. “Todos damos um pouco a esta causa, até porque se trata de trabalho voluntário”, refere José António, presidente da conferência vicentina, de Arruda. Ao todo são 14 pessoas que se vão revezando neste tipo de acompanhamento.

Para além de integrar o Banco Alimentar contra a Fome, a conferência faz parte ainda do Banco Solidário de Arruda dos Vinhos, em conjunto com a ação social do município, e a Santa Casa da Misericórdia. “Temos uma interligação no sentido de podermos ajudar o mais possível quem necessite, através de uma triagem das pessoas que procuram as entidades em causa”. Para além dos cabazes do banco alimentar, o grupo também apoia casualmente no pagamento “de uma bilha de gás, ou no apoio a uma renda de casa, se nos pedirem”. “Não fazemos distinção de raças nem de credos religiosos”, complementa José António. Sempre que alguém pede ajuda, a conferência tenta perceber quais as efetivas carências e de que forma pode contribuir para atenuar esse estado. Para além dos bens alimentares, são também distribuídos alguns bens de higiene e limpeza duas vezes por ano.

Chegam a este grupo, vários tipos de casos: desde pessoas com carências económicas crónicas, mas também quem até há pouco tempo gozava de uma situação financeira considerada estável. “Nos anos da crise, tínhamos muitos casos de pessoas que ficaram em situação difícil de um momento para o outro, nesta altura temos muitas famílias monoparentais, e também pessoas com reformas muito baixas, ou pessoas de baixos rendimentos, que apesar de trabalharem, o salário não consegue fazer face às exigências do dia-a-dia”.  Este o ano, o salário mínimo chega aos 635 euros, uma verba que “mal chega” para as despesas de uma família, sobretudo se for monoparental, e com filhos a seu cargo, no entender de José António – “Imagine que paga 250 euros de renda de casa, e  acrescente a isso, no mínimo, mais 50 euros para a luz, mais 20 para a água, mais 20 para o gás, mais 35 euros para a internet (pacote mais barato), porque quem tem filhos na escola, esta é uma ferramenta de trabalho, e não um luxo, restam-lhe 250 euros, e agora divida por quatro, dá cinquenta euros a cada um. Se o ordenado for de 1200 euros, dá 150 euros per capita, mas tem também de somar a alimentação, o vestuário, o transporte para o emprego e para a escola, e muitos outros gastos”. A carga de despesas das famílias é de tal monta, que não é rara uma deslocação à conferência para a obtenção de alguns bens. “É sempre uma pequena ajuda”, consubstancia o Padre Daniel Almeida, responsável da paróquia de Arruda e Cardosas, que recorda os anos da crise como os mais gritantes. “Nesta altura não sentimos tanto essas dificuldades”. O problema da pobreza também se reflete a nível “da ausência de um sentido de orientação para a vida”, diz. “Aparecem pessoas com problemas de depressão que encaminhamos para o apoio psicológico que já é prestado pela conferência”, diz José António. Neste sentido “tentamos motivar essas pessoas o mais possível”, acrescenta o padre Daniel Almeida. A realidade dos sem-abrigo não é visível no concelho, de acordo com os elementos da conferência, “quando isso acontece normalmente são recolhidos pela Santa Casa da Misericórdia”. “Muitos viviam sozinhos, já sem família, e ficaram sem sentido de orientação”, acrescenta Fernanda Fernandes da conferência.


Nos anos da crise, a associação chegou a apoiar cerca de 90 famílias. O quadro melhorou no concelho, mas também porque a Santa Casa da Misericórdia passou a integrar um programa da Segurança Social para apoio alimentar do qual a conferência não faz parte. São abrangidos neste programa indivíduos já referenciados pela Segurança Social, normalmente, beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Todas as quintas-feiras a associação tem as suas portas abertas na Rua 5 de Outubro, nº 53, para os que precisam de ajuda. Quem quiser pode também levar bens diretamente à conferência, e nestes incluem-se os de cariz alimentar não perecíveis, mas também vestuário, ou de higiene e limpeza, ou contactar via email: ajudaparoquia.avinhos@gmail.com
 

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