Criatividade de novos artesãos em destaque no Mês da Enguia
A escassos dias do final de mais uma edição do certame
Sílvia Agostinho/Miguel António Rodrigues
29-03-2016 às 22:11 Como é hábito no Mês da Enguia, o pavilhão do Inatel recebe a Feira de Artesanato e Produtos Regionais com a presença de várias dezenas de artesãos de vários pontos do país. Um dos que tem dado nas vistas nesta feira, que se encontra a decorrer até 31 de março, é Fernando Martinho, de Foros de Salvaterra, que transforma pneus em pequenas obras de arte: relógios, fruteiras, cintos, entre outros objetos. Quem passava, no dia da reportagem do Valor Local, pelo seu stand não ficava indiferente, e há quem se recuse a acreditar na capacidade que o pneu tem de se moldar e de se transformar nos mais básicos objetos do quotidiano.
“É um trabalho duro, que puxa muito pelo corpo, que tenho vindo a executar há cerca de dois anos”. Todo o processo é manual, e apenas usa uma parafusadora elétrica. Percorre as feiras do género um pouco por todo o país, e o sucesso não se fez esperar – “Todos ficam admiradíssimos, e normalmente vendo sempre uma quantidade razoável de peças, até porque estamos a falar de objetos que não se partem, que são laváveis, e que até dá para se lhes mudar a cor”, descreve. A principal dificuldade que enfrenta neste passatempo, dado que tem uma ocupação profissional, prende-se com a aquisição de matéria-prima: “Trabalho com um tipo de pneu que não é fácil de arranjar, proveniente de rodas de motas e moto 4”.
Fernando Martinho que considera que na escola era mau a trabalhos manuais, tem objetivos para as próximos tempos, como executar um candeeiro em pneus. “Não sei quando lá vou chegar, mas tenho esperança”, refere ao mesmo tempo que vai dando a conhecer outros objetos como pequenos chocalhos em pneu “numa homenagem ao prémio de património mundial da humanidade”. Venceslau Martins dedicou-se ao artesanato também há pouco tempo, nos tempos livres da sua profissão de serralheiro. Basicamente a sua arte consiste em decalcar desenhos em cima de discos de vinil, e a parti daí recortá-los, resultando a obra em silhuetas com estilo e que podem dar um toque diferente a uma decoração. A mulher que já é artesão há mais tempo mas noutro ramo participa com Venceslau Martins em diversas feiras. Normalmente e até conseguir completar o desenho que se propõe fazer num disco de vinil demora até três horas. Contudo refere que há outros que lhe dão mais trabalho, como um de Freddy Mercury que usa mais processos do que o habitual. Para obter matéria prima, adquire os discos a uma associação de beneficência em Algés, a maioria deles “resultante das promoções das Seleções Reader’s Digest”. Na parede do stande estão afixados discos de clássicos e de sucessos dos anos 60 e 70 como Paul Anka, Frei Hermano da Câmara, entre outros. Contudo nem tudo são discos para transfomar – "Também tenho discos em casa e não os estrago”, responde rindo, para reforçar que há material que não é passível de ser “estragado” ou “estilizado” à sua maneira. “Nos tempos do vinil ouvia muita música, nunca pensei que algum dia me pudesse dedicar a isto”, revela. Feira é um dos pontos fortes do Mês da Enguia Hélder Esménio, presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, explica ao Valor Local que o certame “cresceu em número de stands, mas sobretudo em diversidade e qualidade dos produtos expostos”. Para o autarca, o crescimento é natural, sobretudo tendo em conta que o certame impôs-se “desde que ficou no pavilhão do INATEL, o que se traduziu num afluxo de visitantes, com um palco para espetáculos, e isso faz com que exista uma outra dinamização” que traz “vantagens para o público e produtores locais”, e alude igualmente ao apoio das associações e coletividades do município de Salvaterra de Magos, que dinamizam o espaço. O autarca refere que o crescimento do certame tem sido uma constante. Salienta que anteriormente o dia forte para os restaurantes era o domingo, mas agora os dois dias do fim-de-semana são igualmente “muito fortes”, o que tem vindo a ser conseguido com uma “grande campanha de publicidade virada para fora do município.” Para tal, refere o autarca, têm contribuído as campanhas em publicidade estática, quer nos jornais, quer nos outdoors, mas também o esforço que o município tem feito para trazer a televisão todos os anos.
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