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CUAB na mira da justiça após queixa de ilegalidades de antigo dirigente

Presidente do clube e antigo dirigente e treinador esgrimem argumentos
Sílvia Agostinho
24-07-2018 às 17:42
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João Vermelho duvida das provas apresentadas
Um antigo dirigente e treinador de atletismo do Clube União Artística Benaventense (CUAB) apresentou queixa no Ministério Público em que denuncia o que considera serem diversas ilegalidades que decorreram durante anos na coletividade, nomeadamente, uso indevido do cartão visa do clube por parte de um dos diretores, contratos de trabalho fraudulentos, recebimentos de dinheiros por parte de treinadores através do modo “por fora” sem que as verbas tivessem sido declaradas para efeitos fiscais ou de segurança social, colocação de familiares em cargos técnicos à revelia do que dizem os estatutos, bem como apropriação indevida de verbas para contas pessoais. O CUAB e os seus dirigentes são ainda acusados nesta exposição conduzida por Joaquim Ruivo de não prestarem contas ou quando as prestam são apresentadas de forma pouco concreta, sendo que o atual presidente João Vermelho e a sua direção são acusados de se terem “autoelegido numa assembleia geral secreta onde não houve convocatória aos sócios”.
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Ouvido pelo Valor Local, João Vermelho, presidente da coletividade, diz que “já não é novidade esta lengalenga do senhor em questão”, e atira – “Se ele tem provas do que refere, que as apresente”. Sendo que o clube já prestou declarações junto da GNR. Questionado acerca de uma das acusações que se refere ao uso de um cartão bancário de forma pouco clara pela direção “em que houve levantamentos e pagamentos vários para uso pessoal”, e em que Joaquim Ruivo declara ter extratos que comprovam isso, João Vermelho salienta – “O clube não tem cartões visa como ele salienta”. O dirigente refere que Ruivo “também se servia do cartão débito do clube”, facto que é contestado pelo antigo dirigente e treinador que à nossa reportagem refere ter provas de tudo o que expôs ao Ministério Público, “e daquilo que não tiver basta o Tribunal pedir provas junto das várias instâncias”, como bancos, Segurança Social, finanças e afins.
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João Vermelho diz, por seu turno, que Ruivo “recebia 300 euros por mês para fazer formação de atletismo na Barrosa e Santo Estevão e dessa formação não apareceu ninguém. Mesmo assim ninguém o mandou embora. Foi porque quis, porque disse que não tinha tempo”. João Vermelho sentencia – “Possivelmente e depois disto tudo também temos que fazer a esse senhor o que ele nos fez a nós, porque temos, igualmente, muita coisa para contar. Isto também tem muito de aproveitamento político, mas eu com a política nunca quis nada”.
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Joaquim Ruivo diz que a verba de 300 euros tinha como destino cobrir despesas ao serviço do clube. “Ia para todo o lado com o meu carro, e fui eu que abdiquei da avença ao fim de nove meses”. “Justifiquei tudo com despesas que se prendiam com deslocações, sempre a andar de um lado para o outro para provas com os atletas no país todo aos sábados e domingos, Houve meses que se calhar não chegávamos a esse valor, mas noutros o mesmo era ultrapassado”. Salienta ainda que foi graças a si que a dívida do atletismo baixou a dada altura quando a sua ajuda foi pedida.

Relativamente a vínculos menos claros com técnicos e funcionários avulsos no sentido de pagamentos por fora, verbas não declaradas aos organismos do Estado, e não emissão de recibos ao clube, conforme sustenta o documento a que tivemos acesso, porque havia quem estivesse no Fundo de Desemprego, ou com penhoras pessoais – nos quais foram colaborantes nesta situação, segundo Ruivo, para além de João Vermelho, Manuel Guterres e Ana Carla Gonçalves (também da direção)– o presidente do CUAB refere que uma das técnicas visadas na exposição, Telma Loureiro, “teve um contrato legal em que nos comprometemos a pagar a Segurança Social da parte do clube e também a da parte dela”, rejeitando por isso pagamentos por fora – “Com que direito fala ele da vida privada das pessoas?”. O desvio de verbas para contas pessoais de membros do clube “é outra mentira” que diz conseguir provar. “Nos extratos bancários que tenho em meu poder há transferências feitas para muita gente”, acrescenta Ruivo na tentativa de mostrar que também tem provas em seu poder.

Para o antigo dirigente e formador, as queixas são o resultado do estado a que o CUAB chegou “completamente desacreditado e que sem ninguém faça nada”. Hoje “a secção de atletismo quase não existe, porque não podemos falar em secção quando atualmente estão lá três ou quatro atletas, e quando o CUAB foi das melhores equipas nacionais”.


Para piorar o estado de coisas, foi dado como roubado um livro de tomadas de posse e um livro de atas, na sequência da dita assembleia-geral secreta em que os sócios alegadamente não terão sido convocados. O presidente do clube apresentou queixa mas refere que sabe que Ruivo terá ido ao jornal O Mirante “entregar cópias de atas do clube há cerca de um ano atrás” e avisa: “Nunca o acusei de nada”, rematando: “Sei de muita coisa mas isso não é para agora, é para mais tarde!”. “Não sei se alguém acredita numa situação dessas de o livro de atas ter sido roubado, e pasme-se só roubaram isso! Não levaram computadores nem nada desse género. Se calhar até vão dizer que fui eu, possivelmente”, atira Ruivo. Para além de que “esta direção foi eleita para dois anos, e já vamos a caminho dos dois anos e meio e nunca mais houve eleições”. “Estão agarrados ao poder e não dão contas a ninguém, para além de que abandonaram a sede e venderam espólio sem dizerem nada aos sócios”.

Para João Vermelho, a passagem de Ruivo pelo clube conta-se em poucas palavras e a atual atitude do ex-dirigente e treinador tem como base o facto de não ter gostado que outros tomassem as rédeas do atletismo “depois de ter feito muitas promessas de patrocínios para se pagar aos atletas mas estes começavam a falhar ao fim de dois ou três meses, e depois o encargo era nosso quando o investimento em atletas já estava feito”. “Não estávamos a falar de muito dinheiro por atleta, mas quando tínhamos uma equipa de 14 e não havendo patrocínios tornava-se difícil”. Com dificuldade que assegura se conseguiu liquidar os compromissos com os atletas. No campeonato dos subsídios e patrocínios, Joaquim Ruivo junta por seu turno, e em contraponto a Vermelho, que no último ano em que fez parte da direção do clube (2013-2014) a Câmara deu um apoio de 12 mil euros em dois anos à secção do qual a mesma “não viu nem um cêntimo”. A secção só resistiu “com a Feira das Sopas, a prova 15 Quilómetros de Benavente, e patrocínios”. As verbas segundo refere terão ido para outras modalidades. “Hoje em dia continuam a ser atribuídos pela Câmara subsídios para uma secção que não existe. Nesta altura rondará essa verba, os três mil euros por ano”.
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ImagemJoaquim Ruivo refere que tem em seu poder documentação que comprova o que diz
No capítulo da acusação referente aos estatutos supostamente proibirem a contratação de familiares da direção para cargos técnicos nomeadamente a filha de João Vermelho, professora de ginástica, Vermelho diz– “A minha filha forma 20 miúdas por época quando ele (Joaquim Ruivo) nunca formou ninguém, e recebe metade do que ele recebia, quando nem treinador era, mas apenas um curioso do atletismo”. O antigo dirigente contrapõe – “De 2005 a 2014 ganhámos todos os campeonatos distritais de meio fundo e fundo. Tínhamos 17 atletas federados”.
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“Não percebo o que ele quer com isto tudo, porque ele vem a todas as assembleias gerais e abstém-se sempre”, conclui o presidente da coletividade. Assembleias gerais que segundo refere são sempre divulgadas com antecedência, contrariamente ao exposto por Joaquim Ruivo, que é ainda acusado de estar a misturar politica com esta questão ao permitir “a divulgação deste tipo de coisas na página do PS de Benavente no facebook”.


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