Sílvia Agostinho/Miguel António Rodrigues
09-07-2017 às 15:59
Um pouco por todo o país, as comunidades juntam-se para ajudar as suas paróquias. Muitas pessoas juntam à devoção o seu lado mais altruísta e contribuem como podem no intuito da realização de obras nas suas igrejas e outros monumentos, que muito lhes dizem. O caminho da introspeção e da fé ainda vai sendo importante para muitos, e num espírito de comunhão e de convívio as pequenas comunidades organizam-se e celebram não só a fé, mas os laços de comunidade, cada vez mais em perda numa sociedade que vive a ritmo acelerado.
Nos últimos anos, as comunidades têm voltado a realizar peditórios, quermesses e várias festas em honra dos seus padroeiros, algo que aconteceu em força, nomeadamente, nos anos 90, com os donativos dos paroquianos e sem ajudas do Estado.
A crise, trouxe o engenho. E com as autarquias a apertarem o cinto a partir do ano 2008, as comunidades voltaram a estas atividades como forma de financiarem as necessidades do povo. Sejam elas necessidades ao nível espiritual ou mesmo material.
Na região, muitas foram as comunidades, que na impossibilidade de receberem qualquer ajuda das autarquias para obras de restauro nas suas igrejas, e mesmo das dioceses, voltaram às quermesses populares, dando mais significado ao resultado da união entre o sagrado e o profano.
É o caso de um grupo de fiéis tem vindo a organizar diferentes atividades tendo em vista a recuperação da cobertura e paredes da Igreja de S. Miguel em Cardosas, Arruda dos Vinhos. A coletividade local - Clube Desportivo, Recreativo e Cultural de Cardosas (CDRCC) inscreveu as obras no Orçamento Participativo 2017/2018, organizado pela Câmara de Arruda, mas não se conseguiu levar o barco a bom porto, já que o projeto acabou por não vencer, e com isso perdeu a oportunidade de conseguir financiamento para as obras.
No inverno e quando chove são colocados baldes a aparar as águas, e a humidade vai corroendo não apenas o telhado mas também o chão de madeira. No total, e de acordo com José Moreira, da comissão das obras na igreja, seriam necessários 15 mil euros + IVA para recuperar o telhado. Um valor aquém do que se pratica no mercado tendo em conta que o empreiteiro também quer ajudar. A diocese que vive das doações da comunidade não poderá contribuir. “Isso acontecia há cerca de 40 anos atrás, talvez. Hoje em dia damos mais prejuízo do que lucro à diocese para poder contribuir”, diz o Padre Daniel Almeida.
O monumento data de 1724, e ao longo dos anos tem sofrido várias obras, contudo Delfina Daniel, habitante da freguesia, revela que não se lembra de o telhado alguma vez ter sido arranjado. Uma fração adjacente à igreja “onde se realizam os velórios já levou um telhado mas o edifício principal ainda não”, acrescenta José Moreira. Os altares em talha dourada também foram alvo de restauro, e até o próprio piso. “Sempre com a ajuda da população”, referem. Segundo o padre Daniel Almeida que presta serviço naquela comunidade, o telhado terá sofrido obras há cerca de 50 a 60 anos atrás, através de uma benemérita local, daí a urgência em voltar a intervir no local.
O Orçamento Participativo deixou um gosto agridoce para estes paroquianos, “até porque da maneira como está feito nunca iremos ganhar”, refere Delfina Daniel – “Somos uma freguesia pequena, há sempre menos gente a votar em nós em comparação com os projetos de Arruda. Mesmo assim apenas perdemos por 200 votos, estava à espera de perder por muitos mais”. A população da freguesia votou massivamente. Por parte dos proponentes houve um trabalho de ir porta a porta e incitar a população a votar, a maioria através de voto físico já que nem todos têm acesso às novas tecnologias. Ainda houve alguns votos fora da freguesia, “mas como seria de esperar a maioria foi para o projeto de um veículo de combate a incêndios dos bombeiros”. “É normal até porque se calhar é algo que diz mais às pessoas do que as obras numa igreja”, refere José Moreira. No total o projeto de Cardosas almejou 501 votos. “Não deixa de ser um resultado muito positivo, tendo em conta a excelente votação alcançada e a dimensão de Cardosas”, refere o padre Daniel Almeida. A igreja diz muito à população de Cardosas, maioritariamente envelhecida, e à medida que os anos vão passando cada vez mais infiltrações ocorrem no interior do monumento.
O santo padroeiro desta igreja é o São Miguel Arcanjo que conta “com muitos devotos”, e isso “nota-se nas festas de setembro”. Reza a história que a freguesia foi especialmente protegida aquando do terramoto de 1755 e que por isso “São Miguel congregou muitos devotos de Lisboa nessa altura, pessoas que acabaram por se proteger aqui”, dá conta Delfina Daniel.
A população espera agora conseguir angariar os fundos necessários para as obras na igreja através de atividades como almoços convívio e recolha de donativos. A verba está perto de ser alcançada, e as obras deverão ter início em julho para estarem prontas no final do verão a tempo das festas em honra do padroeiro. Contudo e como não convém deixar os cofres a zero, será necessário ainda mais algum esforço. No leque de donativos de destacar os cinco mil euros doados pelo CDRCC.
09-07-2017 às 15:59
Um pouco por todo o país, as comunidades juntam-se para ajudar as suas paróquias. Muitas pessoas juntam à devoção o seu lado mais altruísta e contribuem como podem no intuito da realização de obras nas suas igrejas e outros monumentos, que muito lhes dizem. O caminho da introspeção e da fé ainda vai sendo importante para muitos, e num espírito de comunhão e de convívio as pequenas comunidades organizam-se e celebram não só a fé, mas os laços de comunidade, cada vez mais em perda numa sociedade que vive a ritmo acelerado.
Nos últimos anos, as comunidades têm voltado a realizar peditórios, quermesses e várias festas em honra dos seus padroeiros, algo que aconteceu em força, nomeadamente, nos anos 90, com os donativos dos paroquianos e sem ajudas do Estado.
A crise, trouxe o engenho. E com as autarquias a apertarem o cinto a partir do ano 2008, as comunidades voltaram a estas atividades como forma de financiarem as necessidades do povo. Sejam elas necessidades ao nível espiritual ou mesmo material.
Na região, muitas foram as comunidades, que na impossibilidade de receberem qualquer ajuda das autarquias para obras de restauro nas suas igrejas, e mesmo das dioceses, voltaram às quermesses populares, dando mais significado ao resultado da união entre o sagrado e o profano.
É o caso de um grupo de fiéis tem vindo a organizar diferentes atividades tendo em vista a recuperação da cobertura e paredes da Igreja de S. Miguel em Cardosas, Arruda dos Vinhos. A coletividade local - Clube Desportivo, Recreativo e Cultural de Cardosas (CDRCC) inscreveu as obras no Orçamento Participativo 2017/2018, organizado pela Câmara de Arruda, mas não se conseguiu levar o barco a bom porto, já que o projeto acabou por não vencer, e com isso perdeu a oportunidade de conseguir financiamento para as obras.
No inverno e quando chove são colocados baldes a aparar as águas, e a humidade vai corroendo não apenas o telhado mas também o chão de madeira. No total, e de acordo com José Moreira, da comissão das obras na igreja, seriam necessários 15 mil euros + IVA para recuperar o telhado. Um valor aquém do que se pratica no mercado tendo em conta que o empreiteiro também quer ajudar. A diocese que vive das doações da comunidade não poderá contribuir. “Isso acontecia há cerca de 40 anos atrás, talvez. Hoje em dia damos mais prejuízo do que lucro à diocese para poder contribuir”, diz o Padre Daniel Almeida.
O monumento data de 1724, e ao longo dos anos tem sofrido várias obras, contudo Delfina Daniel, habitante da freguesia, revela que não se lembra de o telhado alguma vez ter sido arranjado. Uma fração adjacente à igreja “onde se realizam os velórios já levou um telhado mas o edifício principal ainda não”, acrescenta José Moreira. Os altares em talha dourada também foram alvo de restauro, e até o próprio piso. “Sempre com a ajuda da população”, referem. Segundo o padre Daniel Almeida que presta serviço naquela comunidade, o telhado terá sofrido obras há cerca de 50 a 60 anos atrás, através de uma benemérita local, daí a urgência em voltar a intervir no local.
O Orçamento Participativo deixou um gosto agridoce para estes paroquianos, “até porque da maneira como está feito nunca iremos ganhar”, refere Delfina Daniel – “Somos uma freguesia pequena, há sempre menos gente a votar em nós em comparação com os projetos de Arruda. Mesmo assim apenas perdemos por 200 votos, estava à espera de perder por muitos mais”. A população da freguesia votou massivamente. Por parte dos proponentes houve um trabalho de ir porta a porta e incitar a população a votar, a maioria através de voto físico já que nem todos têm acesso às novas tecnologias. Ainda houve alguns votos fora da freguesia, “mas como seria de esperar a maioria foi para o projeto de um veículo de combate a incêndios dos bombeiros”. “É normal até porque se calhar é algo que diz mais às pessoas do que as obras numa igreja”, refere José Moreira. No total o projeto de Cardosas almejou 501 votos. “Não deixa de ser um resultado muito positivo, tendo em conta a excelente votação alcançada e a dimensão de Cardosas”, refere o padre Daniel Almeida. A igreja diz muito à população de Cardosas, maioritariamente envelhecida, e à medida que os anos vão passando cada vez mais infiltrações ocorrem no interior do monumento.
O santo padroeiro desta igreja é o São Miguel Arcanjo que conta “com muitos devotos”, e isso “nota-se nas festas de setembro”. Reza a história que a freguesia foi especialmente protegida aquando do terramoto de 1755 e que por isso “São Miguel congregou muitos devotos de Lisboa nessa altura, pessoas que acabaram por se proteger aqui”, dá conta Delfina Daniel.
A população espera agora conseguir angariar os fundos necessários para as obras na igreja através de atividades como almoços convívio e recolha de donativos. A verba está perto de ser alcançada, e as obras deverão ter início em julho para estarem prontas no final do verão a tempo das festas em honra do padroeiro. Contudo e como não convém deixar os cofres a zero, será necessário ainda mais algum esforço. No leque de donativos de destacar os cinco mil euros doados pelo CDRCC.
Paróquia de Vila Nova da Rainha recupera imagem original da padroeira
A juntar a estas está também a Igreja de Vila Nova da Rainha e Santa Marta, a santa padroeira local, no concelho de Azambuja, cuja imagem original, oriunda do século XVIII foi encontrada, recentemente, por acaso pelo atual pároco Paulo Pires na sacristia.
Esta é uma história que traz à memória dos mais velhos, muitas recordações e emoções. O Padre Paulo Pires, que está em Azambuja há cerca de três anos, contou ao Valor Local que quando chegou, pediu aos fiéis para que fossem em busca de factos históricos de cada uma das localidades onde serve, com o objetivo de se enquadrar das respetivas realidades.
O pároco salienta que com as fotos antigas e os recortes dos jornais antigos percebeu que a imagem de Santa Marta, não era aquela que está habitualmente na Igreja.
Como a imagem que aparece nos relatos, não correspondia à imagem que está a ser utilizada, o padre, procurou pela igreja, e encontrou num lugar um pouco mais escondido, a imagem original de Santa Marta.
Paulo Pires, refere que a imagem original que pertence ao século XVIII, trata-se “de uma imagem de roca, ou seja para vestir (ver foto) e essa sim corresponde às fotografias antigas da padroeira”, bem como corresponde “no seu trajar e na forma como está adornada às imagens azulejares que estão na igreja”. O pároco refere que a mesma está em mau estado, e por isso necessita de um restauro, nomeadamente, no que toca ao pano, e à imagem em si.
O restauro da imagem de Santa Marta, será em breve entregue a uma empresa da especialidade, sendo necessário recuperar a cara e um braço, que se encontram em muito mau estado.
Paulo Pires salienta a importância do envolvimento da Junta de Freguesia de Vila Nova da Rainha neste processo, mas vinca igualmente como fundamental a participação da população nas iniciativas para recuperar a imagem, que significa não só o culto, como também o património de uma comunidade sempre devota à padroeira.
É por isso que o Padre Paulo Pires considera que toda a envolvência da população em torno deste assunto como da máxima importância. O pároco diz que nem todos partilham a mesma confissão religiosa, mas isso não é o mais importante. O importante, segundo o padre, é mesmo o sentido de partilha em volta do sentido da terra e da crença.
Ainda sem orçamento, a imagem antiga de Santa Marta, aguarda agora por boas notícias por parte da comissão das festas em honra da padroeira que não se realizavam há 18 anos. À data da atualização desta reportagem no nosso site depois de ter saído na edição em papel, o valor angariado nas festas que não se realizavam há 18 anos, decorridas no início de julho, foi de três mil e 81 euros.
Mário Parruca, presidente da Junta de Freguesia, referiu ao Valor Local, ainda antes da festa, que era uma prioridade a recuperação da imagem, , pois trata-se da identidade da freguesia e de uma figura religiosa que diz muito aos seus fregueses, que deveria estar exposta na Igreja onde casou Dom Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, em 1376.
Aliás a junta de freguesia local está “de corpo e alma” neste processo da devolução da imagem da Santa Marta original àquela igreja.
Para os fiéis de Vila Nova da Rainha, esta iniciativa é uma mais-valia para a comunidade. Não foi difícil de resto juntar a população que colaborou ativamente durante os dias que antecederam as festas nos preparativos para a quermesse que teve lugar. Todos os dias, a junta de freguesia colocou no facebook as horas em que tiveram início os serões para ajudar à festa.
Como o caso de Sónia Grazina que na noite da nossa reportagem contava os “papelinhos” que dariam origem às rifas a vender na quermesse.
A habitante de Vila Nova da Rainha, salientou a importância destes festejos e recordou que sempre esteve integrada nas outras comissões de festas, festejos esses que já não se realizavam há 18 anos.
Ao Valor Local, Sónia Grazina referiram, assim como, Ana Paula e Vanda Rocha o orgulho em participar na iniciativa, vincando que o espírito de comunidade reforçou-se. “Pensava que esse espírito tinha desaparecido ao fim de tanto tempo, mas não. As pessoas juntaram-se e organizaram-se. Isso é importante”.
Já quanto à restauração da imagem da santa, Sónia Grazina recorda que já os seus avós e até os seus pais falavam dessa primeira imagem. E essa é aliás uma mensagem comum junto dos mais velhos de Vila Nova da Rainha. A mesma visão tem Laura Russo de 15 anos e que foi eleita Rainha das Vindimas de Vila Nova da Rainha. A jovem, tem, claro, poucas memórias ou nenhumas da festa, já que é mais nova do que a última edição, há 18 anos, mas já ouviu falar e por isso participar e poder ajudar, é para si um motivo de orgulho.
Mário Parruca, presidente da Junta de Freguesia, referiu ao Valor Local, ainda antes da festa, que era uma prioridade a recuperação da imagem, , pois trata-se da identidade da freguesia e de uma figura religiosa que diz muito aos seus fregueses, que deveria estar exposta na Igreja onde casou Dom Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, em 1376.
Aliás a junta de freguesia local está “de corpo e alma” neste processo da devolução da imagem da Santa Marta original àquela igreja.
Para os fiéis de Vila Nova da Rainha, esta iniciativa é uma mais-valia para a comunidade. Não foi difícil de resto juntar a população que colaborou ativamente durante os dias que antecederam as festas nos preparativos para a quermesse que teve lugar. Todos os dias, a junta de freguesia colocou no facebook as horas em que tiveram início os serões para ajudar à festa.
Como o caso de Sónia Grazina que na noite da nossa reportagem contava os “papelinhos” que dariam origem às rifas a vender na quermesse.
A habitante de Vila Nova da Rainha, salientou a importância destes festejos e recordou que sempre esteve integrada nas outras comissões de festas, festejos esses que já não se realizavam há 18 anos.
Ao Valor Local, Sónia Grazina referiram, assim como, Ana Paula e Vanda Rocha o orgulho em participar na iniciativa, vincando que o espírito de comunidade reforçou-se. “Pensava que esse espírito tinha desaparecido ao fim de tanto tempo, mas não. As pessoas juntaram-se e organizaram-se. Isso é importante”.
Já quanto à restauração da imagem da santa, Sónia Grazina recorda que já os seus avós e até os seus pais falavam dessa primeira imagem. E essa é aliás uma mensagem comum junto dos mais velhos de Vila Nova da Rainha. A mesma visão tem Laura Russo de 15 anos e que foi eleita Rainha das Vindimas de Vila Nova da Rainha. A jovem, tem, claro, poucas memórias ou nenhumas da festa, já que é mais nova do que a última edição, há 18 anos, mas já ouviu falar e por isso participar e poder ajudar, é para si um motivo de orgulho.
Igreja de Samora Correia restaurada por completo e sem esquecer a figueira e a oliveira
Com um orçamento de 1 milhão 109 mil euros, a Igreja Matriz de Samora Correia está já na segunda fase de um conjunto de obras que começou em 2014, numa primeira fase com a requalificação do exterior e telhado do monumento. Aparentemente, e segundo o pároco Heliodoro Nuno da paróquia de Samora Correia, a figueira e a oliveira que cresceram ao longo do interior do edifício e que são visíveis no alto do monumento estarão a ser tidas em conta nesta obra através de um processo que prevê a sua manutenção no local. Recorde-se que a população sempre se opôs à sua retirada, apesar dos danos que podem vir a causar. Nestas obras está a ser colocada uma resina especial à volta das raízes de modo a minimizar eventuais estragos.
Nesta fase que teve início em janeiro, a obra contempla o restauro da madeira e dos azulejos. O financiamento do FEDER é de 75 por cento. A Câmara de Benavente assume também uma fatia da comparticipação na ordem dos 122 mil euros, mas os fiéis e população terão de encontrar a restante verba que consiga suportar as obras. Noites de fados, peditórios, entre outras atividades estão na forja. A paróquia terá de angariar 80 mil euros, e contará nesta altura com metade do valor. Almoços solidários e uma campanha de venda de azulejos também estão a ser equacionados. O pároco de Samora refere ainda alguns concertos em que os grupos atuam gratuitamente.
A igreja datada do século XVIII é tida não apenas como local de culto mas também de património em Samora Correia. Nossa Senhora de Oliveira é a figura de devoção da população, e Heliodoro Nuno que está em Samora há seis anos refere que a igreja estava mesmo a precisar de obras.
Também neste caso, a diocese de Évora, segundo Heliodoro Nuno, não tem capacidade para ajudar ao financiamento da obra- “Têm de ser as paróquias a suportar este tipo de investimentos”.
Piedade Salvador, da comissão da Fábrica da Igreja Paroquial da freguesia de Samora Correia, não tem dúvidas em atribuir o impulso que as obras conheceram ao padre Heliodoro. Durante a primeira fase foram necessários cerca de 300 mil euros também com o apoio do FEDER. Angariar fundos não é fácil “porque apesar de as pessoas gostarem muito da igreja quando é para dar contribuir financeiramente cortam-se um bocadinho, de modo que só com a realização de espetáculos é que lá vamos conseguindo angariar alguma coisa”, refere Piedade Salvador. Nas noites de fado que incluem jantar consegue-se angariar cerca de 2000 a 2500 euros – “Temos sempre a casinha cheia!” No fundo “temos de ver todas as possibilidades para angariarmos as verbas necessárias não é senhor padre!”, dirige-se ao prior que responde – “A comissão é que organiza”, riem-se.
As obras deverão estar terminadas em dois anos. Agora está fechada tendo em conta o cenário de obras. Habitualmente é muito visitada por excursões. No futuro, estão previstas visitas guiadas tendo em conta o valor patrimonial do monumento.
Com um orçamento de 1 milhão 109 mil euros, a Igreja Matriz de Samora Correia está já na segunda fase de um conjunto de obras que começou em 2014, numa primeira fase com a requalificação do exterior e telhado do monumento. Aparentemente, e segundo o pároco Heliodoro Nuno da paróquia de Samora Correia, a figueira e a oliveira que cresceram ao longo do interior do edifício e que são visíveis no alto do monumento estarão a ser tidas em conta nesta obra através de um processo que prevê a sua manutenção no local. Recorde-se que a população sempre se opôs à sua retirada, apesar dos danos que podem vir a causar. Nestas obras está a ser colocada uma resina especial à volta das raízes de modo a minimizar eventuais estragos.
Nesta fase que teve início em janeiro, a obra contempla o restauro da madeira e dos azulejos. O financiamento do FEDER é de 75 por cento. A Câmara de Benavente assume também uma fatia da comparticipação na ordem dos 122 mil euros, mas os fiéis e população terão de encontrar a restante verba que consiga suportar as obras. Noites de fados, peditórios, entre outras atividades estão na forja. A paróquia terá de angariar 80 mil euros, e contará nesta altura com metade do valor. Almoços solidários e uma campanha de venda de azulejos também estão a ser equacionados. O pároco de Samora refere ainda alguns concertos em que os grupos atuam gratuitamente.
A igreja datada do século XVIII é tida não apenas como local de culto mas também de património em Samora Correia. Nossa Senhora de Oliveira é a figura de devoção da população, e Heliodoro Nuno que está em Samora há seis anos refere que a igreja estava mesmo a precisar de obras.
Também neste caso, a diocese de Évora, segundo Heliodoro Nuno, não tem capacidade para ajudar ao financiamento da obra- “Têm de ser as paróquias a suportar este tipo de investimentos”.
Piedade Salvador, da comissão da Fábrica da Igreja Paroquial da freguesia de Samora Correia, não tem dúvidas em atribuir o impulso que as obras conheceram ao padre Heliodoro. Durante a primeira fase foram necessários cerca de 300 mil euros também com o apoio do FEDER. Angariar fundos não é fácil “porque apesar de as pessoas gostarem muito da igreja quando é para dar contribuir financeiramente cortam-se um bocadinho, de modo que só com a realização de espetáculos é que lá vamos conseguindo angariar alguma coisa”, refere Piedade Salvador. Nas noites de fado que incluem jantar consegue-se angariar cerca de 2000 a 2500 euros – “Temos sempre a casinha cheia!” No fundo “temos de ver todas as possibilidades para angariarmos as verbas necessárias não é senhor padre!”, dirige-se ao prior que responde – “A comissão é que organiza”, riem-se.
As obras deverão estar terminadas em dois anos. Agora está fechada tendo em conta o cenário de obras. Habitualmente é muito visitada por excursões. No futuro, estão previstas visitas guiadas tendo em conta o valor patrimonial do monumento.
Ereira: Degradação do Coro Alto e da Tore Sineira une população para angariar verbas
Na freguesia da Ereira, concelho do Cartaxo, a população também se uniu para ajudar às obras de restauro do Coro Alto da igreja local. Neste caso, o impulso foi dado por um grupo da sociedade civil, que aponta como prioridades a recuperação tanto do Coro Alto como da Torre Sineira, que segundo Ana Bernardino, um dos elementos do Grupo Hêrera, correm o risco de cair.
As obras ascendem a mais de cinco mil euros e segundo a responsável, falta ainda uma verba significativa para se conseguir a totalidade do valor, “apesar de a nossa prioridade ser a manutenção do Coro Alto”. O próximo passo, garante “é angariar verba também para a reconstrução da Torre Sineira”. “Acreditamos que iremos conseguir com a ajuda de todos”, assume.
Ana Bernardino revela que está mesmo iminente a queda do Coro Alto, feito de madeira e que “no momento revela um elevado estado de degradação devido ao caruncho e aos longos anos sem manutenção”. A responsável que também assume o lugar de vereadora da Câmara Municipal do Cartaxo, lamenta “ser impossível utilizar este espaço lindíssimo” referindo que as condições em que se encontra a Torre Sineira são precárias”: Está em risco de ruir, uma situação gravíssima e de máxima urgência.”
Para minimizar os problemas e conseguir alguma verba para o restauro destas situações, o Grupo Hêrera levou a cabo no passado dia 20 de maio, uma feira para recolha de fundos. A “Feira do Adro” foi de resto um sucesso revelando-se mesmo “ um êxito em todos os sentidos” segundo Ana Bernardino que destaca a envolvência das várias associações e empresas da freguesia “num objectivo comum, ou seja contribuir para as obras de beneficiação da Igreja Matriz, um edifício arquitetónico que a todos orgulha” já que “essa união permitiu um dia de partilha, de amizade, animação e, principalmente de recolha de fundos”, revelando, ainda, que a presença das instituições locais como Associação de Festas da Ereira, Casa do Povo da Ereira, Centro Social e Paroquial da Ereira, Sociedade Filarmónica Ereirense, Rancho Folclórico da Casa do Povo da Ereira, e empresas foram fundamentais para conseguir chegar aos objetivos em vista nesta primeira fase. Destaca o apoio também dado pela Câmara do Cartaxo e União de Freguesias Ereira-Lapa.
Segundo a responsável, a adesão da população foi irrepreensível. “Respondeu como sempre, de forma positiva e empenhada às mais variadas iniciativas realizadas na Ereira”, destacando que foram centenas as pessoas que “ passaram pelo adro para deixar o seu contributo”. “A música e a dança cativaram as pessoas para uma tarde com petiscos, animação e, claro, esse espírito único de entreajuda”.
Quanto aos produtos que estiveram à venda, Ana Bernardino salienta que “cada associação ou empresa ocupou uma tenda na qual vendeu vários produtos desde bolos caseiros, a café, petiscos, canetas e t-shirts”. Produtos esses que foram angariados junto de várias empresas e população geral.
Quanto a outras iniciativas para ajudar nas obras de restauro, Ana Bernardino vinca que o Grupo Herêra já organizou um concerto com o objectivo de angariar fundos para a manutenção da igreja. “Nessa iniciativa contámos com a colaboração do Orfeão de Almeirim” mas há mais iniciativas planeadas. Revela que para o futuro existirão caminhadas e “uma feira do livro a ter lugar no final do ano”, garantindo que o grupo “não vai baixar os braços, até termos a verba necessária para as obras”, e adianta ainda que no próximo ano, existirá mais uma edição da Feira do Adro.
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As obras ascendem a mais de cinco mil euros e segundo a responsável, falta ainda uma verba significativa para se conseguir a totalidade do valor, “apesar de a nossa prioridade ser a manutenção do Coro Alto”. O próximo passo, garante “é angariar verba também para a reconstrução da Torre Sineira”. “Acreditamos que iremos conseguir com a ajuda de todos”, assume.
Ana Bernardino revela que está mesmo iminente a queda do Coro Alto, feito de madeira e que “no momento revela um elevado estado de degradação devido ao caruncho e aos longos anos sem manutenção”. A responsável que também assume o lugar de vereadora da Câmara Municipal do Cartaxo, lamenta “ser impossível utilizar este espaço lindíssimo” referindo que as condições em que se encontra a Torre Sineira são precárias”: Está em risco de ruir, uma situação gravíssima e de máxima urgência.”
Para minimizar os problemas e conseguir alguma verba para o restauro destas situações, o Grupo Hêrera levou a cabo no passado dia 20 de maio, uma feira para recolha de fundos. A “Feira do Adro” foi de resto um sucesso revelando-se mesmo “ um êxito em todos os sentidos” segundo Ana Bernardino que destaca a envolvência das várias associações e empresas da freguesia “num objectivo comum, ou seja contribuir para as obras de beneficiação da Igreja Matriz, um edifício arquitetónico que a todos orgulha” já que “essa união permitiu um dia de partilha, de amizade, animação e, principalmente de recolha de fundos”, revelando, ainda, que a presença das instituições locais como Associação de Festas da Ereira, Casa do Povo da Ereira, Centro Social e Paroquial da Ereira, Sociedade Filarmónica Ereirense, Rancho Folclórico da Casa do Povo da Ereira, e empresas foram fundamentais para conseguir chegar aos objetivos em vista nesta primeira fase. Destaca o apoio também dado pela Câmara do Cartaxo e União de Freguesias Ereira-Lapa.
Segundo a responsável, a adesão da população foi irrepreensível. “Respondeu como sempre, de forma positiva e empenhada às mais variadas iniciativas realizadas na Ereira”, destacando que foram centenas as pessoas que “ passaram pelo adro para deixar o seu contributo”. “A música e a dança cativaram as pessoas para uma tarde com petiscos, animação e, claro, esse espírito único de entreajuda”.
Quanto aos produtos que estiveram à venda, Ana Bernardino salienta que “cada associação ou empresa ocupou uma tenda na qual vendeu vários produtos desde bolos caseiros, a café, petiscos, canetas e t-shirts”. Produtos esses que foram angariados junto de várias empresas e população geral.
Quanto a outras iniciativas para ajudar nas obras de restauro, Ana Bernardino vinca que o Grupo Herêra já organizou um concerto com o objectivo de angariar fundos para a manutenção da igreja. “Nessa iniciativa contámos com a colaboração do Orfeão de Almeirim” mas há mais iniciativas planeadas. Revela que para o futuro existirão caminhadas e “uma feira do livro a ter lugar no final do ano”, garantindo que o grupo “não vai baixar os braços, até termos a verba necessária para as obras”, e adianta ainda que no próximo ano, existirá mais uma edição da Feira do Adro.
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