Azambuja veste o seu melhor fato

De 29 de Maio a 2 de Junho mais uma edição da Feira de Maio
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A vila de Azambuja recebe de 29 de Maio a 2 de Junho mais uma edição da centenária Feira de Maio. O certame volta a ser o ponto de encontro de muitos aficionados ribatejanos e não só. Fomos conhecer alguns aspectos deste evento como uma das mais antigas tertúlias, e uma exposição evocativa da feira. As corridas de touros são elemento fundamental durante a Feira de Maio, e por isso damos a conhecer: o ponto de vista de um veterinário de corridas sobre o touro. A pensar na feira, foi também inaugurado nos últimos dias um novo espaço comercial, a “Mercearia” onde podem ser adquiridos produtos locais.

Como é hábito, a Feira de Maio também se faz com as habituais noites de fados, nos largos e ruas típicas azambujenses e com as largadas de toiros que são de resto a grande atracção deste evento. Ao longo de todos os dias da festa, haverá concursos e provas de perícia de condução de cabrestos, e muitas outras manifestações agregadas à festa brava.

Azambuja veste-se também de tradições, com os concursos de montras, a par da ornamentação disposta ao longo de largos, ruas e fachadas com motivos alusivos à festa brava, que todos os anos é motivo de competição entre os vários concorrentes a digladiarem-se, quanto mais não seja pelo diploma entregue no último dia de feira no largo do município.

A destacar nesta feira como é hábito, a distribuição gratuita de sardinhas, pão e vinho na noite de sexta-feira dia 30 a partir da meia-noite, nas ruas e largos mais típicos de Azambuja.

Mas para além destes aspectos, a Feira de Maio apresenta outras atracções que têm vindo a implantar-se nos últimos anos. É o caso da Praça das Freguesias, que decorre no campo da feira de Azambuja, onde cada dia da festa é dedicado a uma das agora sete freguesias do concelho. Nesta iniciativa, as colectividades locais são convidadas a representar a sua freguesia através de uma tasquinha onde os lucros da venda dos acepipes colocados à disposição da população servem para ajudar financeiramente as respectivas associações. Este ano, também a funcionar nos dias da feira uma “Mercearia” com produtos típicos da região numa parceria entre a Associação Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja (ACISMA) e o município, instalada na Praça do Município.

Para além dos comes e bebes, a praça das freguesias apresenta igualmente animação musical, com os ranchos folclóricos das respectivas freguesias, ginástica rítmica, fados, bandas filarmónicas, e muitas outras iniciativas que prometem animar os 5 dias de festa.

Ao lado da praça das freguesias, poderá encontrar o pavilhão das actividades económicas, da responsabilidade da Acisma onde estarão presentes algumas empresas com actividades existentes no concelho de Azambuja. Neste espaço, poderá encontrar também alguns objectos artesanais, oriundos, não só, dos vários pontos do município de Azambuja, mas também um pouco de toda a região.

Para além da festa na rua, vai haver também a habitual corrida de toiros à portuguesa, na Praça Dr. Ortigão Costa, A corrida que se realiza a um de Junho vai ter em praça os cavaleiros, Rui Salvador, Paulo Jorge Santos e Duarte Pinto, onde serão lidados 6 touros de várias ganadarias nacionais. Em praça estarão os Forcados Amadores de Azambuja, do Ribatejo e de Arruda dos Vinhos, sendo que o preço para entrar nesta corrida ronda os 10 euros.



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Veterinário de corridas salienta:

“O touro sente dor mas não tem sofrimento”

No âmbito de uma das iniciativas do projecto “Musealogando” que têm estado a ser levadas a cabo no Museu Municipal Sebastião Mateus Arenque, durante o “Mês da Cultura Tauromáquica”, em Azambuja, falou-se de tauromaquia e do papel do médico veterinário antes e após as corridas de touros, no dia 16 de Maio. Jorge Moreira da Silva falou do seu papel e dos preparativos que antecedem a festa brava.

“Temos de pensar no touro como um super atleta que foi criado em três ou quatro anos para mostrar em 15 minutos o que vale, e que o público pagou o seu bilhete para assistir a um espectáculo”, referiu.

Antes de cada corrida, o animal tem de obedecer a uma série de critérios, desde logo o peso, “havendo lugar à passagem de autos a ganaderos que apresentem animais com peso abaixo dos 400 quilos”, “que são impedidos de entrar no espetáculo”. “Temos de verificar se há lesões no animal, como estão os olhos, se tem os dois testículos, ou até a existência de abcessos, sendo que ainda recentemente um dos touros previstos para uma corrida em Vila Franca teve de voltar para trás, por causa disso”.

O veterinário compara os tempos actuais em que todas as inspecções são rigorosas e o nível de conforto e de segurança no transporte do touro tem de ser acautelado ao máximo, “para evitar o stress do animal”, que “antes vinha para as praças em autênticas frigideiras com os membros todos assados”. Uma vez na praça de touros “precisa de se ambientar durante três a quatro horas no local”, por forma “a descansar o suficiente para que quando saia para a corrida esteja no seu estado normal”.

Relativamente aos movimentos contra as touradas, Jorge Moreira da Silva, enfatiza – “Não somos bárbaros nem sanguinários. O touro tem dor, mas não tem sofrimento, é o que posso assegurar, por se tratar de uma raça brava enfrenta de forma mais forte o que lhe é infligido em comparação com uma raça como a charolesa ou as vacas frísias”. Sobre a polémica questão dos touros de morte em arenas, refere que o importante é que se proceda sempre após a corrida ao abate de urgência, “pois o animal não pode ficar à espera que o matadouro abra no dia seguinte”.Clique aqui para editar .

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Tertúlia

As memórias da “Velha Guarda”

Fundada há mais de 20 anos, a tertúlia “Velha Guarda” é já um ponto de passagem obrigatório em Azambuja. Lourenço Luzio é o orgulhoso proprietário deste espaço que encerra muito da história da festa brava azambujense.

Tudo começou por razões familiares. Lourenço Luzio, que desde sempre esteve ligado ao mundo dos toiros, salientou ao Valor Local que a sua passagem pelos Forcados Amadores de Azambuja, marcou definitivamente a sua vida, ao ponto de se juntar aos velhos companheiros e nomear a Tertúlia de “Velha Guarda” numa alusão aos tempos “dourados” dos forcados de Azambuja, nos anos 60, 70 e 80.

Ao longo dos anos, alguns membros da “Velha Guarda” foram desaparecendo, mas a sua memória está bem patente nas paredes da tertúlia que fica em plena rua principal em frente à biblioteca municipal. Com uma decoração bem típica, o espaço é decorado com vários objectos alusivos à tauromaquia, nomeadamente, com cartazes de corridas em Azambuja e outras por onde passou o grupo de forcados local.

Aliás a tertúlia “Velha Guarda” foi pioneira na organização de vários colóquios sobre a tauromaquia em Azambuja. Nos últimos anos, com a excepção do último ano devido a questões familiares, “o espaço ficou conhecido pela qualidade dos intervenientes e dos painéis que apresentou”. Este é aliás um projecto que muito orgulha o seu proprietário, lembrando que antes da sua organização, os colóquios eram poucos ou nenhuns,.

É com saudade e paixão que Loureço Luzio recorda outros tempos da Festa Brava em Azambuja. O antigo forcado  foi também toureiro apeado, tendo-se estreado na inauguração de uma das primeiras praças de toiros de Azambuja, em Outubro de 1967, a Monumental “Caixote”. Loureço estreou-se ao lado de figuras como Carlos Pimentel, Manuel Tavares, ou Ana Maria. Diz ainda assim que não se arrepende da escolha, vincando que o destinou levou-o aos forcados. Hoje em dia é um dos únicos directores oficiais de corridas de toiros.

Mas foi no Grupo de Forcados Amadores de Azambuja, onde viveu as maiores emoções. Loureço Luzio esteve 18 anos no grupo: “Foi uma época de ouro”. Ganhou muitos prémios, mas embora fosse um grupo de segundo plano, tinha corridas, tendo actuado em muitos pontos do país e não só. Os forcados de Azambuja também se aventuraram em Espanha, onde fizeram alguns brilharetes, ao ponto de terem na altura um empresário em Espanha para agenciar as corridas.

Mas os dias de hoje não são imunes ao tempo e à crise. Lourenço Luzio lamenta que as corridas mistas tenham deixado de ser frequentes, até porque como diz “90 por cento das corridas são só a cavalo, raramente aparece o toureiro apeado”; no entanto, a Moita ou o Campo Pequeno são uma “excepção “ou o Sobral do Monte Agraço que no 25 de Abril dá uma oportunidade aos novos, ou o Cartaxo, mas no panorama taurino português o toureio a pé aparece muito pouco”, lamenta.

O aficionado enaltece a nova praça de toiros de Azambuja, mas não deixa no entanto de lamentar que a sua construção não teve em conta os espectadores. Em causa estão as primeiras filas da praça, que não têm visibilidade para a arena. Por causa disso, Lourenço Luzio, que desvalorizou o problema, pediu a alteração de lugares para a direcção da corrida, pois no local em causa só se via a arena parcialmente, ainda assim o aficionado considera que Azambuja merece o espaço, que na sua opinião até poderia ser mais rentabilizado.

Veja esta entrevista completa e em vídeo em: www.valorlocal.pt



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Mercearia de produtos locais

Durante os dias da Feira de Maio, está a funcionar em espaço cedido pela Santa Casa da Misericórdia, uma mercearia de produtos locais, numa parceria entre a ACISMA e a Câmara de Azambuja. A inauguração teve lugar no dia 16 de Maio, e contou com a presença de elementos da Câmara de Azambuja, Assembleia Municipal, forças vivas, entre outros.

 Está representado todo o Concelho de Azambuja, de norte a sul, através dos seus vinhos, cerveja artesanal, compotas, mel, queijos e doces. O objetivo desta iniciativa passa pelo investimento na promoção das capacidades locais como elemento diferenciador fundamental para o desenvolvimento económico, cultural e turístico. Não estando posta de parte a possibilidade de o espaço continuar a funcionar após a feira de Maio, como mais um polo dedicado ao turista e não só.


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 Feira de Maio recordada em exposição

Está patente na galeria da Biblioteca Municipal de Azambuja uma exposição colectiva da autoria de Luís Miguel Mora Carlos e José Júlio Cachado. O tema como não podia deixar de ser é a "Feira de Maio - Momentos Para Recordar".

Ao todo são 35 fotografias de dois jovens autores de Azambuja, que se juntaram e acederam ao desafio do município. Na inauguração, sem a presença de José Júlio Cachado devido ao facto de estar a trabalhar, Luís Carlos destacou a sua paixão pela fotografia e pela aficcion, vincando esperar que esta exposição seja também didáctica para todos os que a visitam.

Ambos os autores já há muito que fazem fotografia, contudo pela primeira vez decidiram expor os seus trabalhos.  A destacar que José Júlio Cachado, foi o autor da foto da primeira página do Valor Local da edição de Maio do ano passado, algo que deverá ser repetido este ano. 
A exposição tem entrada livre, e pode ser vista até ao próximo dia 10 de Junho.

António Amaral, vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Azambuja, destacou por seu lado o empenho dos autores, salientando que "pela primeira vez em dois anos, a galeria da biblioteca municipal de Azambuja, vai estar permanentemente ocupada com exposições de artistas azambujenses até 2015".

Miguel António Rodrigues


Sílvia Agostinho

23-05-2014




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foto José Júlio Cachado

Jornal Valor Local @ 2013


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