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Dia Mundial da Tuberculose: Números no distrito de Santarém atingem mínimos históricos

A incidência em Santarém tem sido sempre menor do que média nacional
Sílvia Agostinho
​27-03-2017 às 11:13
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No dia 23 de março, assinala-se o Dia Mundial da Tuberculose, e o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria leva a efeito uma sessão de apresentação acerca da evolução da doença no distrito de Santarém. O médico pneumologista José Miguel Carvalho do ACES Lezíria salienta ao Valor Local que a tendência é de descida generalizada nas últimas décadas, sendo que no ano de 2016 a incidência da doença, tantas vezes eternizada na literatura mundial dos últimos séculos pelos mais diversos autores, corresponde atualmente a um rácio de 12,9 por cada 100 mil habitantes no distrito. A incidência em Santarém tem sido sempre menor do que média nacional. Nos dados referentes a 2015, a taxa de cura foi de 96 por cento, registaram-se 56 casos, sendo cinco de óbito .

Para o clínico “a doença ainda deve ser encarada como grave embora seja curável”. Neste sentido é importante estar atento aos primeiros sintomas, embora a nível mundial nos países mais desfavorecidos ainda se assista a quadros calamitosos, e onde ainda se morre, em grande escala, por tuberculose. No distrito os óbitos registados em 2015 diziam respeito a pacientes que apresentavam ainda outros quadros clínicos com a presença de doenças como o cancro, a sida, e insuficiências renais. Em outros tempos evitava-se pronunciar o nome da doença, tal como hoje acontece para o cancro, e por isso dizia-se que “se tinha um mal nos pulmões ou uma fraqueza nos pulmões”, evoca o José Miguel Carvalho.

Facilmente confundida com a pneumonia a nível de alguns sintomas como a tosse, catarro, cansaço e febre, tem contudo uma evolução mais lenta. A pneumonia tem uma natureza mais agressiva, em que ao fim de alguns dias “ou o quadro se complica ainda mais ou o organismo consegue reagir e recuperar”. “As pessoas com tuberculose podem andar meses ou anos sem que se apercebam da presença da doença”, refere o clínico que alerta para a presença de alguns sintomas mais específicos, como “a permanência de uma febre baixa mais ao fim do dia; e com sudorese noturna”, bem como “uma tosse e expetoração arrastadas, ou mais carregadas do que o habitual no caso dos doentes com complicações brônquicas”. 

Apesar do estigma ainda existir relativamente à tuberculose, esta é curável, embora o tratamento seja longo, cerca de seis meses. Nestes casos é importante o envolvimento dos familiares até para despiste da doença, “porque existe algum risco de contágio embora não seja predominante”. “Contudo a partir do momento em que doença é diagnosticada numa fase inicial, o risco de contágio diminui”. Durante o tempo do tratamento, o doente é acompanhado na consulta de tuberculose no Centro de Diagnóstico Pneumológico de Santarém, com o objetivo de que “o doente se sinta próximo do serviço, com um canal aberto para esclarecimento das suas dúvidas”.

No gráfico que é dado a conhecer pelo ACES Lezíria e que estudou a evolução da doença no distrito desde 1961, é possível verificar que só naquele ano foram detetados 700 casos de tuberculose. A doença foi evoluindo favoravelmente apenas com alguns picos na década de 70 correspondendo à descolonização de África, e às vagas de retornados, e na década de 80 correspondendo a fenómenos, ao que tudo indica, de toxicodependência e aparecimento dos primeiros casos VIH Sida, doença que anda muitas vezes de braço dado com a tuberculose, numa tendência que também foi nacional. De há 17 anos para cá que os números andam abaixo dos 100 casos por ano. Embora podendo atingir todos os estratos sociais, a transmissão da doença é mais fácil “nos idosos e onde as condições sociais se apresentam mais degradadas, mas pode revelar-se transversal a todos os estratos”. Há 30 anos “tínhamos picos nos adultos jovens, o que era preocupante, contudo hoje isso esbateu-se”.
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No caso do distrito de Santarém, a prevalência da doença é reduzida, “ e não temos nenhuma zona de incidência elevada, sem valor estatístico relevante”.

Atualmente, o plano nacional de vacinas não obriga à toma da vacina da BCG para todas as crianças, mas apenas para as que possam apresentar um risco acrescido de poderem contrair a doença, resultante de uma nova diretiva da Direção Geral de Saúde, e porque “a incidência da doença é já muito reduzida a nível nacional”. 

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