
Sílvia Agostinho
26-06-2016 às 12:33
Tinha 48 anos, (hoje tem 76), quando pela primeira vez soube que tinha encontrado uma companheira não propriamente desejável para o resto da vida- a diabetes. Passado pouco tempo de descobrir que tinha a doença, os sintomas tornaram-se mais severos nos olhos com vermelhidão acentuada e cerca de 15 quilos perdidos em escasso tempo. Tomava medicamentos para a diabetes, mas não eram tão eficazes como hoje.
Foi consultado por mais do que um médico, sendo que um deles ainda mal tinha entrado no consultório lhe disse logo que precisava de insulina. “Foi a minha salvação”, refere António Neves, morador em Valada, Cartaxo. Começou logo por colocar 20 unidades de insulina, mas as coisas não continuavam bem – “Os lábios tremiam-me, e pensava para comigo ou estava a usar insulina a mais ou a menos. Fui ao centro de saúde do Cartaxo e o médico disse que podia levar mais insulina. Mas não melhorei."
Há 15 anos que está a ser acompanhado na “Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal” (APDP), onde conseguiu equilibrar a doença, – “Nós é que temos de ser os nossos próprios médicos”, refere para ilustrar a atenção que tem de ter para com o seu estado de saúde. Hoje em dia controla perfeitamente a toma das unidades de insulina e o nível de glicose no sangue. Tem tudo devidamente apontado numa caderneta para o efeito, e sabe fazer as contas que são necessárias. “Faço tudo como o médico manda!”
António Neves não teme um dia sofrer com pé diabético ou amputações, porque acredita que estando a ser bem seguido pelo médico e cumprindo com o que lhe é prescrito não sofrerá consequências de maior. De vez em quando prevarica nos doces, mas é raro, contudo não consegue iludir que gosta de arroz doce. Mas compensa com uma dieta equilibrada, onde a sopa não falta todos os dias. O pior são mesmo os nervos – “Quando me enervo nem queira saber os níveis que se alcança”.
26-06-2016 às 12:33
Tinha 48 anos, (hoje tem 76), quando pela primeira vez soube que tinha encontrado uma companheira não propriamente desejável para o resto da vida- a diabetes. Passado pouco tempo de descobrir que tinha a doença, os sintomas tornaram-se mais severos nos olhos com vermelhidão acentuada e cerca de 15 quilos perdidos em escasso tempo. Tomava medicamentos para a diabetes, mas não eram tão eficazes como hoje.
Foi consultado por mais do que um médico, sendo que um deles ainda mal tinha entrado no consultório lhe disse logo que precisava de insulina. “Foi a minha salvação”, refere António Neves, morador em Valada, Cartaxo. Começou logo por colocar 20 unidades de insulina, mas as coisas não continuavam bem – “Os lábios tremiam-me, e pensava para comigo ou estava a usar insulina a mais ou a menos. Fui ao centro de saúde do Cartaxo e o médico disse que podia levar mais insulina. Mas não melhorei."
Há 15 anos que está a ser acompanhado na “Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal” (APDP), onde conseguiu equilibrar a doença, – “Nós é que temos de ser os nossos próprios médicos”, refere para ilustrar a atenção que tem de ter para com o seu estado de saúde. Hoje em dia controla perfeitamente a toma das unidades de insulina e o nível de glicose no sangue. Tem tudo devidamente apontado numa caderneta para o efeito, e sabe fazer as contas que são necessárias. “Faço tudo como o médico manda!”
António Neves não teme um dia sofrer com pé diabético ou amputações, porque acredita que estando a ser bem seguido pelo médico e cumprindo com o que lhe é prescrito não sofrerá consequências de maior. De vez em quando prevarica nos doces, mas é raro, contudo não consegue iludir que gosta de arroz doce. Mas compensa com uma dieta equilibrada, onde a sopa não falta todos os dias. O pior são mesmo os nervos – “Quando me enervo nem queira saber os níveis que se alcança”.
Portadora de diabetes tipo 2 , Madalena Costa, de Castanheira do Ribatejo, encontrou-se connosco numa pastelaria existente na localidade onde reside, mas não foi de meias medidas, não quis pedir um bolo, apenas um sumo de ananás natural e sem açúcar. Um hábito que teve de ganhar após receber com 48 anos a notícia de que tinha a doença. Hoje tem 56.
“Em pouco mais de três meses, eu que tinha excesso de peso, comecei a perder quilos sem fazer esforço nenhum para isso. Urinava a toda a hora. Num espaço de menos de cinco minutos tinha vontade de ir à casa de banho novamente. A visão tornou-se turva, e os primeiros vómitos associados à diabetes também apareceram”. Passado pouco tempo entrava no Hospital de Vila Franca de Xira em coma diabético. Madalena Costa refere que num ano perdeu 40 quilos devido à doença.
Madalena Costa que é consultada na unidade de saúde da Castanheira refere que com o susto nunca mais esmoreceu na luta contra a diabetes. Diz tomar religiosamente a medicação e faz uma alimentação saudável aliada ao exercício físico. “Habituei-me normalmente!”, refere não escondendo que a perseverança da filha que é dietista também ajudou. No seu dia-a-dia também introduziu o hábito de comer várias vezes ao dia e em pouca quantidade, “porque isso é fundamental”. Por outro lado desmistifica que os doces sejam os únicos demónios – “Também deve existir alguma moderação na ingestão de hidratos de carbono”.
No ano passado, a saúde traiu-a novamente, e um cancro na mama, entretanto debelado, veio complicar-lhe o estado de saúde, descompensando automaticamente os níveis da diabetes. “Tive de regressar à insulina injetável como no início da doença há oito anos”. Graças aos seus esforços conseguiu na altura ficar apenas com a toma diária de comprimidos, mas com o aparecimento do cancro a insulina desta vez veio para ficar. Madalena Costa conforma-se e não chora sob todos os esforços que empreendeu na luta contra a diabetes e que acabaram em parte por ir por água abaixo. “Tive pena mas ter sobrevivido a tudo isto é o mais importante. O que mais me preocupa para já é a parte renal. Estou a ser seguida no Curry Cabral. Mas está a correr bem”, diz satisfeita. “Sou uma pessoa com muita força de vontade, e a diabetes controlada leva-se bem”, conclui. Madalena Costa só teme a doença de Alzheimer que já acometeu familiares, “ e um dia poder-me esquecer de tomar a insulina”.
Glória Simões, de Azambuja, 46 anos, também frequenta as consultas na APDP. E faz parte das estatísticas dos que apanharam a diabetes tipo 1 já numa idade em que não é comum. Não esconde que ficou revoltada, mas a doença, como nos caso dos demais portadores, já faz parte da vida, “e tem de se aprender a viver com ela”.
Os sintomas começaram com os clássicos episódios de muita sede, “em que nunca ficava saciada”. “Achei estranho e optei por ir medir os níveis nos bombeiros de Azambuja. Fiquei assustadíssima porque estava com valores acima dos 500”. Marcou de imediato uma consulta no centro de saúde. “Ainda estava com esperança de que tudo não passasse de uma ilusão, mas em jejum, o veredicto marcou 300”, não se esquece. Glória Simões diz que ficou bastante temerosa.
Imediatamente teve de seguir uma dieta rigorosa, e optou por fazer as consultas na APDP. A adaptação à insulina conta que foi normal: “A única chatice é termos de contar o que se come, e dar a dose certa”.
Nos primeiros anos da doença, relembra que fazia uma autêntica disciplina cumprindo o que lhe prescreviam, mas atualmente denota que tem de fazer um esforço maior, principalmente na parte do exercício físico. Glória Simões que trabalha há 29 anos numa pastelaria reconhece que tal não lhe causa especial incómodo, pois diz saber resistir. “Eu sou mais de comer pão”, graceja.
Nos últimos anos, Glória Simões viu-se a contas com um quadro de refluxo gástrico. Tem de tomar lansoprazol, um inibidor para diminuir a acidez no estômago que nem sempre se dá bem com a diabetes, com efeitos secundários “complicados”.
Glória Simões espera ter ainda uma longa vida pela frente mas não deixa de recear possíveis complicações inerentes à diabetes com o avançar dos anos. “O médico diz que tenho de manter os níveis controlados, a escala baixinha para evitar problemas”. Ultimamente, confessa que “o médico não tem ficado muito contente”. A portadora da diabetes desabafa – “É uma vida sempre a contar o que se come. Fiquei revoltada quando soube que tinha esta doença, mas já me conformei”.
“Em pouco mais de três meses, eu que tinha excesso de peso, comecei a perder quilos sem fazer esforço nenhum para isso. Urinava a toda a hora. Num espaço de menos de cinco minutos tinha vontade de ir à casa de banho novamente. A visão tornou-se turva, e os primeiros vómitos associados à diabetes também apareceram”. Passado pouco tempo entrava no Hospital de Vila Franca de Xira em coma diabético. Madalena Costa refere que num ano perdeu 40 quilos devido à doença.
Madalena Costa que é consultada na unidade de saúde da Castanheira refere que com o susto nunca mais esmoreceu na luta contra a diabetes. Diz tomar religiosamente a medicação e faz uma alimentação saudável aliada ao exercício físico. “Habituei-me normalmente!”, refere não escondendo que a perseverança da filha que é dietista também ajudou. No seu dia-a-dia também introduziu o hábito de comer várias vezes ao dia e em pouca quantidade, “porque isso é fundamental”. Por outro lado desmistifica que os doces sejam os únicos demónios – “Também deve existir alguma moderação na ingestão de hidratos de carbono”.
No ano passado, a saúde traiu-a novamente, e um cancro na mama, entretanto debelado, veio complicar-lhe o estado de saúde, descompensando automaticamente os níveis da diabetes. “Tive de regressar à insulina injetável como no início da doença há oito anos”. Graças aos seus esforços conseguiu na altura ficar apenas com a toma diária de comprimidos, mas com o aparecimento do cancro a insulina desta vez veio para ficar. Madalena Costa conforma-se e não chora sob todos os esforços que empreendeu na luta contra a diabetes e que acabaram em parte por ir por água abaixo. “Tive pena mas ter sobrevivido a tudo isto é o mais importante. O que mais me preocupa para já é a parte renal. Estou a ser seguida no Curry Cabral. Mas está a correr bem”, diz satisfeita. “Sou uma pessoa com muita força de vontade, e a diabetes controlada leva-se bem”, conclui. Madalena Costa só teme a doença de Alzheimer que já acometeu familiares, “ e um dia poder-me esquecer de tomar a insulina”.
Glória Simões, de Azambuja, 46 anos, também frequenta as consultas na APDP. E faz parte das estatísticas dos que apanharam a diabetes tipo 1 já numa idade em que não é comum. Não esconde que ficou revoltada, mas a doença, como nos caso dos demais portadores, já faz parte da vida, “e tem de se aprender a viver com ela”.
Os sintomas começaram com os clássicos episódios de muita sede, “em que nunca ficava saciada”. “Achei estranho e optei por ir medir os níveis nos bombeiros de Azambuja. Fiquei assustadíssima porque estava com valores acima dos 500”. Marcou de imediato uma consulta no centro de saúde. “Ainda estava com esperança de que tudo não passasse de uma ilusão, mas em jejum, o veredicto marcou 300”, não se esquece. Glória Simões diz que ficou bastante temerosa.
Imediatamente teve de seguir uma dieta rigorosa, e optou por fazer as consultas na APDP. A adaptação à insulina conta que foi normal: “A única chatice é termos de contar o que se come, e dar a dose certa”.
Nos primeiros anos da doença, relembra que fazia uma autêntica disciplina cumprindo o que lhe prescreviam, mas atualmente denota que tem de fazer um esforço maior, principalmente na parte do exercício físico. Glória Simões que trabalha há 29 anos numa pastelaria reconhece que tal não lhe causa especial incómodo, pois diz saber resistir. “Eu sou mais de comer pão”, graceja.
Nos últimos anos, Glória Simões viu-se a contas com um quadro de refluxo gástrico. Tem de tomar lansoprazol, um inibidor para diminuir a acidez no estômago que nem sempre se dá bem com a diabetes, com efeitos secundários “complicados”.
Glória Simões espera ter ainda uma longa vida pela frente mas não deixa de recear possíveis complicações inerentes à diabetes com o avançar dos anos. “O médico diz que tenho de manter os níveis controlados, a escala baixinha para evitar problemas”. Ultimamente, confessa que “o médico não tem ficado muito contente”. A portadora da diabetes desabafa – “É uma vida sempre a contar o que se come. Fiquei revoltada quando soube que tinha esta doença, mas já me conformei”.

Hospital de Vila Franca de Xira
Consciencializar os doentes acima de tudo
A diabetes encontra-se enquadrada no Hospital de Vila Franca de Xira na especialidade da Medicina Interna. A partir do momento em que o indivíduo é diagnosticado com este quadro clínico que dispõe de uma consulta para o efeito com apoio da Oftalmologia (retinopatia diabética), e da cirurgia sempre que se fala do pé diabético. Apoiam ainda a consulta de diabetes a Cardiologia e a Nefrologia, “quando estamos perante casos de insuficiência renal, normalmente o corolário da doença”, dá a conhecer José Barata, médico responsável do serviço de Medicina Interna.
Até 2025 estima-se que o número de portadores da doença atinja uns expressivos 300 milhões em todo o mundo. Desde os anos 80 que a doença tem cavalgado as piores estatísticas, e quando falamos da região, José Barata não estranha o aparecimento de uma representativa quantidade de novos casos de retinopatia diabética, tendo em conta as tendências mundiais.
“Só com uma radical mudança de hábitos conseguiremos alterar este quadro. A este nível temos uma boa cooperação com as Câmaras Municipais da região que se encontram sensibilizadas para este problema. É preciso educar acima de tudo”, expressa.
A comunidade, as entidades e o próprio paciente têm um papel importante nessa mudança de hábitos, “porque o médico não consegue fazer tudo, pode aconselhar, receitar ementas, mas não lhe cabe essa função na totalidade”, salvaguarda.
Quando o doente chega a este hospital é lhe feita uma avaliação por um dos médicos da especialidade, e passa também por uma consulta de enfermagem. A avaliação do doente compreende o estado dos riscos, das comorbilidades que podem estar instaladas. O apoio terapêutico refere-se às consultas, à prescrição de dietas, avaliações oftalmológica e do pé. Cerca de 300 pessoas frequentam a consulta de diabetes no hospital, normalmente os casos que inspiram mais cuidados. Quando mais estáveis, esses utentes são encaminhados para as consultas de rotina nos centros de saúde.
José Barata não esconde que o insucesso existe no acompanhamento de alguns doentes, sempre que alguém acaba por desistir das consultas, (normalmente com uma periodicidade semestral no caso da diabetes tipo 2). “É mais difícil conseguir levar estes doentes a bom porto, porque a diabetes não dói, até que um dia vêm parar à consulta com uma retinopatia grave ou uma nefropatia para hemodiálise. As pessoas negligenciam o seu estado de saúde”, lamenta-se, não escondendo que “há abandonos efetivamente”.
Um dos principais dramas da silenciosa diabetes tipo 2 é quando o paciente não descura, especialmente, a toma dos medicamentos, mas continua a cometer excessos alimentares – “É transversal hoje em dia não só à diabetes mas a muitas outras doenças, o paciente querer uma cura sem ter de fazer esforço nenhum para isso. As pessoas adoravam tomar o medicamento e comer bolas de Berlim ao mesmo tempo sem consequências, mas isso não é possível”, demonstra exemplificando – “Instalou-se uma lógica de supermercado do medicamento, em que vou ali buscar um pedaço de conforto, para que não seja necessária a minha intervenção e os meus cuidados”. “Até existir uma descompensação grave, não se pensa a médio longo prazo nas consequências”, conclui.
Reconhecendo que não é fácil para algumas pessoas mudarem hábitos, ou em alguns casos lidar com quadros de obesidade que também complicam a evolução da doença, a aposta “poderá passar por grupos de autoajuda eventualmente”. Mónica Reis, uma das médicas que presta consultas na área da diabetes no hospital, acrescenta que a doença “exige um momento de grande decisão por parte do doente em assumi-la e tratar dela, porque é necessário um regime alimentar regrado e exercício físico”. “Se o doente não cumprir essa parte não podemos fazer nada”, conclui.
Para Mónica Reis é um desafio enquanto médica essa vertente nem sempre fácil de obrigar o doente a ser o mais comprometido possível com a doença ao longo da vida. “É fazer um pouco o papel de educadora, e chamar o doente à razão”. Mas como em tudo na vida também na diabetes, o meio - termo existe, e Mónica Reis esclarece que tenta não ser demasiado severa com o paciente, desde que tenha os seus níveis controlados – “O doente tem de ter regras alimentares, mas basta cumprir um plano, não é preciso fazer uma dieta. Não se pretende que deixe de comer. Não tem, por exemplo, de deixar de comer pão, mas apenas a quantidade adequada”. Prevaricar pode acontecer por exemplo no Natal, “numa ou outra coisa, mas não mais do que isso”.
Mas quando falamos dos insulinodependentes, portadores da diabetes tipo 1 que aparece na adolescência, regra geral, estes possuem outro nível de comprometimento com a patologia, “até porque os riscos são muito maiores no caso de não acompanhamento terapêutico”. “Nestes casos conseguiram criar uma disciplina muto favorável”, refere José Barata.
Os internamentos por quadro clínicos associados à diabetes representam neste hospital, como em outros, uma fatia significativa. Este ano, a unidade em causa levou a cabo a iniciativa “Um dia no Hospital com a Diabetes”, em que foi possível apurar que dos 366 doentes internados nessa data, 20 por cento deviam-se à diabetes e às causas associadas, nomeadamente, - situações cardíacas graves, infeções de diversa ordem e acidentes vasculares cerebrais. É aqui o fim de linha da doença, uma realidade que deveria estar sempre presente na mente dos que convivendo com a doença acabam por negligenciar o seu estado de saúde.
Avanços na medicina
A farmacologia associada à diabetes tem sido alvo de diversos avanços ao longo das últimas décadas, com a disponibilização de um leque de medicamentos que proporcionam uma qualidade de vida incomparável com a que existia no passado. Hoje em dia, o debate médico centra-se em possíveis avanços – “Hoje temos também as bombas infusoras que vão injetando insulina no sangue, como se fosse um pâncreas artificial, sem necessidade de picadas”. Por outro lado, o transplante pancreático pode ser uma realidade para a diabetes tipo 1.
A cura para diabetes ainda não existe, mas é possível revertê-la quando o que está na origem da patologia, por exemplo, é apenas um quadro de obesidade e se consegue adotar estilos de vida saudáveis, “mas quando estamos a falar de esgotamento da função pancreática isso já não acontece”, acrescenta Mónica Reis. Por outro lado, quando estamos perante pacientes com um nível de glicémia intermédia, é possível só com um plano alimentar adequado e exercício físico travar o avanço da doença.
A oferta da Associação Protectora dos Diabéticos
A “Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal” (APDP) foi fundada em 1926, passados poucos anos da descoberta da insulina. Presta hoje um conjunto de recursos aos seus associados com várias especialidades médicas ligadas à diabetes; cursos de formação para os diabéticos e seus familiares, organização de atividades orientadas para os estilos de vida saudáveis.
Na defesa dos interesses dos diabéticos, José Manuel Boavida da APDP e antigo coordenador do Plano Nacional de Prevenção e Controle da Diabetes constata que apesar de ser uma patologia comum, ainda existe alguma discriminação quanto a estes doentes na sociedade, e exemplo disso é o acesso ao crédito à habitação a juros mais elevados para estas pessoas. “As companhias de seguros duplicam e triplicam os juros e afastam, praticamente, os indivíduos do direito de acesso ao crédito, baseando-se numa doença que pode ser extremamente heterogénea com situações benignas até mais graves”.
A investigação tem também um papel preponderante na APPD, “participando em ensaios com novos medicamentos”. A par do que vai acontecendo nesta componente e aos avanços que a medicina faz na doença, José Manuel Boavida refere também os avanços no domínio do pâncreas artificial que pode chegar ao mercado “daqui a dois ou três anos”; ou “aquilo que está a ser feito com recurso a células beta” na diabetes tipo 1, mas também os novos fármacos que “prometem reduzir as complicações típicas da diabetes tipo 2.” “Estas novidades estão a criar uma grande expetativa no que respeita à esperança média de vida”, declara.
A diabetes tipo 2 é um dos grandes desafios também para a comunidade científica pelo seu grau de evolução, “exigindo muito estudo no sentido de se conseguir perceber a forma como o organismo gera energia, e os fatores externos”. Por outro lado, “há também um foco importante nas remissões da doença quando ainda detetada numa fase muito inicial nos diagnósticos de pré-diabetes, através da perda de peso”. Em Portugal, “ainda este ano espera-se que surja a possibilidade de diminuição das picadas no dedo a nível da investigação. Podemos estar a aproximar-nos do fim dos dias dessa tecnologia tão dolorosa. É uma das principais ambições dos diabéticos, principalmente dos jovens, com a determinação dos níveis de glicemia com técnicas indolores”. José Manuel Boavida diz mesmo que a entrada no mercado deste novo método será a brevíssimo trecho, podendo significar um novo paradigma no controle da doença.
Na associação, “tem-se feito investigação com ensaios clínicos em torno da forma como o corpo diabético deposita gordura, nomeadamente no fígado, com recurso a novos fármacos que poderão significar uma grande esperança para os diabéticos”.

“Guerra” ao açúcar
“É uma tortura autêntica querer que as pessoas com diabetes tenham uma disciplina do ponto de vista alimentar, quando chegam a um café ou pastelaria e apenas lhes são apresentados produtos com mais de 400 calorias”, é desta forma que José Manuel Boavida da “Associação Protectora dos Diabéticos” resume um pouco daquilo que é a batalha diária dos portadores da doença. Para este responsável, seria importante que a luta contra a diabetes fosse de todos, e a taxação do açúcar pudesse ser uma realidade à semelhança do que se faz lá fora.
Mas não só o que é vendido na restauração causa preocupação – “Os alimentos transformados utilizam substâncias cuja inocuidade não está comprovada, como as gorduras hidrogenadas”, e por isso aconselha – “Um estudo exaustivo do que é servido hoje às pessoas. Porque temos desde inseticidas nos vegetais, mercúrio no peixe e antibióticos na carne e tudo isto significa uma demissão na regulamentação alimentar das pessoas”.
Acresce a tudo isto “que nos últimos anos temos assistido a aumentos de 200 por cento no preço das carnes, peixe e vegetais, enquanto os refrigerantes permanecem a preços acessíveis”. José Barata, médico responsável pelo serviço de Medicina Interna do Hospital de Vila Franca, também concorda – “De facto hoje em dia poder usar peixe com a frequência desejada na alimentação é caro”, concordando ainda que “há um mercado de doces e chocolates acessível a todos os tipos de bolsas”. “Permitir mercados de vegetais mais acessíveis e procurar reduzir o desperdício de fruta ainda em bom estado pelas grandes superfícies comerciais seria uma ideia”, sugere José Manuel Boavida.
“Isto é um problema da regulação do Estado. A secretaria de Estado da Alimentação não deveria estar no ministério da Agricultura mas no da Saúde”. Sendo que “a determinação de passar para cinco ou seis gramas o conteúdo dos pacotes de açúcar é ridícula e muito insuficiente”, refere Boavida.
“Possivelmente tem de se criar uma política de dissuasão dos consumos de açúcar semelhante à que se fez para o tabaco”, acrescenta José Barata. “Temos de taxar o açúcar como nos cigarros, (que há 40 anos eram vistos como algo que fazia bem à saúde) e com isso ir mudando mentalidades e criando disciplinas”, conclui Boavida.
“É uma tortura autêntica querer que as pessoas com diabetes tenham uma disciplina do ponto de vista alimentar, quando chegam a um café ou pastelaria e apenas lhes são apresentados produtos com mais de 400 calorias”, é desta forma que José Manuel Boavida da “Associação Protectora dos Diabéticos” resume um pouco daquilo que é a batalha diária dos portadores da doença. Para este responsável, seria importante que a luta contra a diabetes fosse de todos, e a taxação do açúcar pudesse ser uma realidade à semelhança do que se faz lá fora.
Mas não só o que é vendido na restauração causa preocupação – “Os alimentos transformados utilizam substâncias cuja inocuidade não está comprovada, como as gorduras hidrogenadas”, e por isso aconselha – “Um estudo exaustivo do que é servido hoje às pessoas. Porque temos desde inseticidas nos vegetais, mercúrio no peixe e antibióticos na carne e tudo isto significa uma demissão na regulamentação alimentar das pessoas”.
Acresce a tudo isto “que nos últimos anos temos assistido a aumentos de 200 por cento no preço das carnes, peixe e vegetais, enquanto os refrigerantes permanecem a preços acessíveis”. José Barata, médico responsável pelo serviço de Medicina Interna do Hospital de Vila Franca, também concorda – “De facto hoje em dia poder usar peixe com a frequência desejada na alimentação é caro”, concordando ainda que “há um mercado de doces e chocolates acessível a todos os tipos de bolsas”. “Permitir mercados de vegetais mais acessíveis e procurar reduzir o desperdício de fruta ainda em bom estado pelas grandes superfícies comerciais seria uma ideia”, sugere José Manuel Boavida.
“Isto é um problema da regulação do Estado. A secretaria de Estado da Alimentação não deveria estar no ministério da Agricultura mas no da Saúde”. Sendo que “a determinação de passar para cinco ou seis gramas o conteúdo dos pacotes de açúcar é ridícula e muito insuficiente”, refere Boavida.
“Possivelmente tem de se criar uma política de dissuasão dos consumos de açúcar semelhante à que se fez para o tabaco”, acrescenta José Barata. “Temos de taxar o açúcar como nos cigarros, (que há 40 anos eram vistos como algo que fazia bem à saúde) e com isso ir mudando mentalidades e criando disciplinas”, conclui Boavida.
(Clique nas imagens para ler os conselhos)
158 novos casos de retinopatia diabética em Alenquer e Arruda
Encontra-se em curso na área do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo um rastreio populacional à retinopatia diabética. Até à data, participaram no rastreio os portadores da diabetes já referenciados nos concelhos de Alenquer e Arruda dos Vinhos, aos quais ainda não tinha sido diagnosticado o quadro oftalmológico em causa. Tendo sido detetados 158 novos casos, um número que não tem deixado de surpreender os atores da comunidade médica e demais responsáveis, e quando ainda falta rastrear mais três concelhos.
Miguel Amaro, médico responsável de serviço da especialidade de Oftalmologia do Hospital de Vila Franca de Xira, diz mesmo que “o número de casos positivos é um bocadinho maior do que o que se esperava”. O clínico diz que lhe vêm parar às mãos muitos casos de pessoas que se queixam de ver mal e que não sonhavam ser diabéticas, o que é indicador de que um dos primeiros sintomas da doença é a retinopatia diabética.
A circunstância de estar a aparecer um número que não é despiciendo de pessoas relativamente jovens com retinopatias também tem surpreendido o médico José Barata – “Porque o paradigma clássico baseava-se em algo que só acontecia na evolução a longo prazo da doença. Talvez a deteção nestas fases precoces também esteja relacionada com a existência de mais tecnologia”.
Na especialidade de oftalmologia no hospital de Vila Franca, 20 por cento da atividade é dedicada aos portadores de retinopatia diabética.
Com este rastreio, “percebemos que muitos dos que já convivendo com a diabetes, e sabendo da doença, não faziam caso do exame ocular essencial”. O clínico fala numa questão cultural em que ainda subsiste “o receio de se falar ao médico dos seus problemas”. “Só quando há um sintoma visual é que vêm ao hospital”.
Com o rastreio em curso, desde fevereiro que há entre 60 a 70 novos pedidos de consulta na oftalmologia específicos para a patologia associada à diabetes, “tratando-se de um volume considerável com algum impacto mas nós cá estamos para acompanhar e tratar as pessoas”, salienta Miguel Amaro.
Armando Braz, presidente da Unidade Coordenadora Funcional para a Diabetes do Aces Estuário do Tejo e Hospital Vila Franca de Xira, dá a achega – “Antigamente o rastreio era feito quando havia oportunidade. Com a aquisição de um retinógrafo pela ARS-LVT que já esteve nos centros de saúde de Alenquer e Arruda, mas que passará pelos restantes concelhos na esfera do ACES, certamente teremos outra dimensão desta incidência”.
Uma das especificidades que nos últimos anos tem surpreendido os médicos reside no facto de muitos pacientes acusarem retinopatias ainda numa fase inicial da diabetes. “Por vezes chegam aqui com baixa visão, dizemos que têm uma retinopatia e admiram-se porque desconheciam que tinham diabetes”, diz Miguel Amaro. “É raro mas acontece existir um nível baixo ou moderado de glicemia no sangue que não dá sintomas levar a uma retinopatia”.
Apesar das complicações oculares do olho causadas pela diabetes serem em alguns casos de difícil tratamento, hoje em dia já se consegue respostas bastante promissoras, sendo possível tratar e recuperar a visão nos casos mais graves, e impedir a progressão nos casos mais leves, através da cirurgia e injeções. Mas para isso o paciente tem de cumprir também neste aspeto uma espécie de caderno de encargos que implica “controlar a sua doença” e nesse percurso costumam ser necessários entre dois a três anos para se ter sucesso. “Quando esse controle não existe torna-se penoso tratar esse doente, porque apesar de estarmos a ter algum sucesso anatómico, podemos dizer que nunca conseguimos tratar na totalidade porque o doente não se comprometeu”.
Todos os diabéticos da região convocados para o teste da retina
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo tem a ambição de poder fazer o teste da retina a todos os diabéticos referenciados na área dos concelhos abrangidos por este ACES- Arruda dos Vinhos, Alenquer, Vila Franca de Xira, Benavente, e Arruda dos Vinhos.
Em colaboração com as Câmaras Municipais, o ACES está a convocar um por um todos os diabéticos para se dirigirem em determinados dias ao seu centro de saúde para fazerem o teste, quer através de carta quer de telefone. Trata -se de uma ação exaustiva e “que tem contado com a melhor colaboração por parte das pessoas”, enfatiza o presidente da Unidade Coordenadora Funcional da Diabetes do ACES, Armando Braz. As autarquias quando é necessário facilitam transporte a esses doentes até ao centro de saúde através da disponibilização de bilhetes de autocarro. A colaboração das juntas de freguesia, santas casas da misericórdia e lares de idosos no geral também tem sido fundamental nesta tarefa. “Marcamos hora com essas entidades para levarem lá os seus utentes”.
Muitas das 158 pessoas às quais foi diagnosticada retinopatia diabética “já estão de consulta marcada para o hospital”. Contudo salvaguarda que para além desta franja apesar de tudo significativa, há muitos outros diabéticos da região que já eram acompanhados na oftalmologia do hospital”. Contudo e só agora foi possível empreender esta ação em larga escala.
Paralelamente, o ACES está a levar a efeito os denominados questionários “Finnish Diabetes Risk” que consiste no preenchimento de um questionário pela população em que os indivíduos podem ficar a saber qual o risco de um dia poderem vir a ter diabetes. Nos casos mais graves, as pessoas são encaminhadas para o médico de família. A ação para já está a acontecer nos concelhos de Benavente, Alenquer e Arruda.
“Todos nós: centros de saúde, e hospital seremos precisos e deveremos estar unidos para atacar esta verdadeira pandemia.” As unidades de saúde da região já disponibilizam desde 2014 uma consulta autónoma para a diabetes. Neste âmbito, o doente pode ir duas vezes por ano a uma consulta com médico e enfermeiro no centro de saúde da sua residência. Com o apoio do secretário clínico, cada médico tem os seus doentes e convoca-os para a consulta.
O agrupamento também tem empreendido ações nas escolas junto dos alunos portadores de diabetes tipo 1 com formação junto dos professores e auxiliares de ação educativa. Junto da população sénior, tem-se abordado a importância da alimentação saudável no âmbito das universidades seniores. No plano de ação do ACES, encontra-se também a avaliação do pé diabético a pelo menos 65 por cento dos doentes referenciados
Encontra-se em curso na área do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo um rastreio populacional à retinopatia diabética. Até à data, participaram no rastreio os portadores da diabetes já referenciados nos concelhos de Alenquer e Arruda dos Vinhos, aos quais ainda não tinha sido diagnosticado o quadro oftalmológico em causa. Tendo sido detetados 158 novos casos, um número que não tem deixado de surpreender os atores da comunidade médica e demais responsáveis, e quando ainda falta rastrear mais três concelhos.
Miguel Amaro, médico responsável de serviço da especialidade de Oftalmologia do Hospital de Vila Franca de Xira, diz mesmo que “o número de casos positivos é um bocadinho maior do que o que se esperava”. O clínico diz que lhe vêm parar às mãos muitos casos de pessoas que se queixam de ver mal e que não sonhavam ser diabéticas, o que é indicador de que um dos primeiros sintomas da doença é a retinopatia diabética.
A circunstância de estar a aparecer um número que não é despiciendo de pessoas relativamente jovens com retinopatias também tem surpreendido o médico José Barata – “Porque o paradigma clássico baseava-se em algo que só acontecia na evolução a longo prazo da doença. Talvez a deteção nestas fases precoces também esteja relacionada com a existência de mais tecnologia”.
Na especialidade de oftalmologia no hospital de Vila Franca, 20 por cento da atividade é dedicada aos portadores de retinopatia diabética.
Com este rastreio, “percebemos que muitos dos que já convivendo com a diabetes, e sabendo da doença, não faziam caso do exame ocular essencial”. O clínico fala numa questão cultural em que ainda subsiste “o receio de se falar ao médico dos seus problemas”. “Só quando há um sintoma visual é que vêm ao hospital”.
Com o rastreio em curso, desde fevereiro que há entre 60 a 70 novos pedidos de consulta na oftalmologia específicos para a patologia associada à diabetes, “tratando-se de um volume considerável com algum impacto mas nós cá estamos para acompanhar e tratar as pessoas”, salienta Miguel Amaro.
Armando Braz, presidente da Unidade Coordenadora Funcional para a Diabetes do Aces Estuário do Tejo e Hospital Vila Franca de Xira, dá a achega – “Antigamente o rastreio era feito quando havia oportunidade. Com a aquisição de um retinógrafo pela ARS-LVT que já esteve nos centros de saúde de Alenquer e Arruda, mas que passará pelos restantes concelhos na esfera do ACES, certamente teremos outra dimensão desta incidência”.
Uma das especificidades que nos últimos anos tem surpreendido os médicos reside no facto de muitos pacientes acusarem retinopatias ainda numa fase inicial da diabetes. “Por vezes chegam aqui com baixa visão, dizemos que têm uma retinopatia e admiram-se porque desconheciam que tinham diabetes”, diz Miguel Amaro. “É raro mas acontece existir um nível baixo ou moderado de glicemia no sangue que não dá sintomas levar a uma retinopatia”.
Apesar das complicações oculares do olho causadas pela diabetes serem em alguns casos de difícil tratamento, hoje em dia já se consegue respostas bastante promissoras, sendo possível tratar e recuperar a visão nos casos mais graves, e impedir a progressão nos casos mais leves, através da cirurgia e injeções. Mas para isso o paciente tem de cumprir também neste aspeto uma espécie de caderno de encargos que implica “controlar a sua doença” e nesse percurso costumam ser necessários entre dois a três anos para se ter sucesso. “Quando esse controle não existe torna-se penoso tratar esse doente, porque apesar de estarmos a ter algum sucesso anatómico, podemos dizer que nunca conseguimos tratar na totalidade porque o doente não se comprometeu”.
Todos os diabéticos da região convocados para o teste da retina
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo tem a ambição de poder fazer o teste da retina a todos os diabéticos referenciados na área dos concelhos abrangidos por este ACES- Arruda dos Vinhos, Alenquer, Vila Franca de Xira, Benavente, e Arruda dos Vinhos.
Em colaboração com as Câmaras Municipais, o ACES está a convocar um por um todos os diabéticos para se dirigirem em determinados dias ao seu centro de saúde para fazerem o teste, quer através de carta quer de telefone. Trata -se de uma ação exaustiva e “que tem contado com a melhor colaboração por parte das pessoas”, enfatiza o presidente da Unidade Coordenadora Funcional da Diabetes do ACES, Armando Braz. As autarquias quando é necessário facilitam transporte a esses doentes até ao centro de saúde através da disponibilização de bilhetes de autocarro. A colaboração das juntas de freguesia, santas casas da misericórdia e lares de idosos no geral também tem sido fundamental nesta tarefa. “Marcamos hora com essas entidades para levarem lá os seus utentes”.
Muitas das 158 pessoas às quais foi diagnosticada retinopatia diabética “já estão de consulta marcada para o hospital”. Contudo salvaguarda que para além desta franja apesar de tudo significativa, há muitos outros diabéticos da região que já eram acompanhados na oftalmologia do hospital”. Contudo e só agora foi possível empreender esta ação em larga escala.
Paralelamente, o ACES está a levar a efeito os denominados questionários “Finnish Diabetes Risk” que consiste no preenchimento de um questionário pela população em que os indivíduos podem ficar a saber qual o risco de um dia poderem vir a ter diabetes. Nos casos mais graves, as pessoas são encaminhadas para o médico de família. A ação para já está a acontecer nos concelhos de Benavente, Alenquer e Arruda.
“Todos nós: centros de saúde, e hospital seremos precisos e deveremos estar unidos para atacar esta verdadeira pandemia.” As unidades de saúde da região já disponibilizam desde 2014 uma consulta autónoma para a diabetes. Neste âmbito, o doente pode ir duas vezes por ano a uma consulta com médico e enfermeiro no centro de saúde da sua residência. Com o apoio do secretário clínico, cada médico tem os seus doentes e convoca-os para a consulta.
O agrupamento também tem empreendido ações nas escolas junto dos alunos portadores de diabetes tipo 1 com formação junto dos professores e auxiliares de ação educativa. Junto da população sénior, tem-se abordado a importância da alimentação saudável no âmbito das universidades seniores. No plano de ação do ACES, encontra-se também a avaliação do pé diabético a pelo menos 65 por cento dos doentes referenciados

Câmara de Alenquer com projeto municipal de combate à diabetes
A Câmara Municipal de Alenquer está a levar a efeito um programa municipal de combate à diabetes que contempla um conjunto de atividades que visa incentivar a população do concelho a adotar estilos de vida saudáveis. Até outubro, vão decorrer ações de sensibilização que incluem atividades de exercício físico ao ar livre, até palestras que visam despertar todas as faixas etárias para a importância de uma alimentação saudável, passando por rastreios, e seminários. Os já habituais programas desportivos da autarquia conhecem uma oferta mais intensificada.
O concelho de Alenquer possui 2964 doentes diabéticos para uma população de 28 mil 553 habitantes, o que se traduz numa prevalência de 6,9 por cento. Duzentas e dezoito pessoas são insulinodependentes.
O rastreio levado a cabo em conjunto com o ACES Estuário do Tejo permitiu apurar cerca de 81 novos casos de retinopatia diabética, num conjunto de 1895 indivíduos já referenciados como diabéticos. Rui Costa, vice-presidente da Câmara de Alenquer, refere que houve a necessidade de apelar aos cidadãos do concelho para não descurarem esta matéria, “até porque muitos preferem ignorar estes problemas”. “Sei que a adesão nesta zona do ACES foi fantástica até porque as pessoas foram contactadas diversas vezes, com remarcações sempre que necessário ”. Essas 81 pessoas já foram encaminhadas para a consulta oftalmológica no hospital de Vila Franca.
Foram rastreados, por outro lado, no âmbito do “Finnish Diabetes Risk Score”, (o questionário que pode dar indicadores sobre a probabilidade de desenvolvimento de diabetes a 10 anos) os funcionários municipais, “como forma também de poderem espalhar a palavra e alertar os seus amigos e familiares sobre a necessidade em causa”. Nas atividades do programa “Alenquer a Mexer”, uma enfermeira em conjunto com técnicos da autarquia “convidam os cidadãos que vão passando na rua ou que estão por ali a presenciar a atividade para efetuarem este teste.” Em perspetiva está também um trabalho em conjunto com a Gulbenkian e a “Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal” que visa a formação de dois técnicos de IPSS’s do concelho e de um técnico da Câmara com o objetivo final de prestar o melhor acompanhamento possível junto da população sénior do concelho.
A sensibilização alimentar nas escolas é outra das vertentes da autarquia. Rui Costa informa que, nesta altura, os bares das escolas cumprem a legislação não oferecendo produtos açucarados ou demasiado calóricos. “Vendem fruta, gelatinas, saladas de fruta, já há dois anos”. Contudo nada invalida “que os miúdos saiam da escola e comprem produtos menos saudáveis”, lamenta-se, referindo que isso sente-se mais na vila de Alenquer, “onde há mais oferta à volta da escola”. O caminho é longo na educação alimentar das crianças – “Nas cantinas como é evidente preferem a carne, não ligam aos alimentos cozidos. Vê-se com frequência miúdos com garrafas de litro e meio de coca-cola à entrada da escola porque foram comprar o refrigerante ao café mais próximo ou ao supermercado. E o almoço foi cachorros e doces”. Até já se pensou “em criar um cartão de consumo de refeições escolares, e ao fim de um número de almoços, dá-se um prémio ao aluno”. Armando Braz, presidente da Unidade Coordenadora Funcional para a Diabetes do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo desabafa ainda a este propósito – “Sabemos que a Câmara de Alenquer implementou o projeto da lancheira saudável, com oferta de fruta, sensibilizando os encarregados de educação, mas o que podemos fazer quando a mãe ou o pai vai dar um bollycao ao filho no intervalo das aulas como acontece?!”.
“Município de Benavente diz não à Diabetes”
Desde abril e até ao momento, em parceria com a Unidade de Cuidados Continuados de Benavente, que neste concelho também está a ser levada a cabo a iniciativa que consiste na aplicação de uma ficha de avaliação do risco de desenvolver Diabetes tipo II (a 10 anos) aos funcionários da Câmara Municipal das Juntas de Freguesia de Benavente e Samora Correia, ao pessoal docente e não docente de algumas escolas e à população em geral, nomeadamente no Centro de Saúde de Benavente, e na iniciativa “Feira da Saúde´16”, realizada no passado dia 15 de Maio.
Segundo Clarisse Castanheiro, técnica da autarquia para esta área, as iniciativas desenvolvidas junto do Agrupamento de Escolas de Benavente e na Feira da Saúde , assim como os rastreios efetuados aos trabalhadores da autarquia, “tiveram uma adesão bastante interessante.” No que concerne aos rastreios promovidos nos edifícios das juntas de freguesia, “houve uma participação menos significativa, não obstante ter sido feita a divulgação das iniciativas.”
No âmbito dos questionários “Finnish Risk Score”, normalmente “as pessoas manifestam interesse pela explicação que é dada acerca do resultado e a respeito da forma de manter uma alimentação adequada, colocando questões nesse âmbito.”
Quando são confrontadas com um resultado de risco mais alto, “as pessoas são sempre encaminhadas para o seu médico em primeiro lugar, para fazer a vigilância. Além disso os dados do rastreio são também registados no seu processo pessoal de saúde.”
A autarquia aderiu ao projeto: “Município de Benavente diz não à Diabetes” que será desenvolvido no horizonte temporal 2016-2017. Como tal, ainda estão previstas algumas ações, nomeadamente, a continuação da aplicação da ficha de avaliação do risco junto das autarquias, professores, auxiliares de educação, utentes da Universidade Sénior do Concelho de Benavente, utentes do projeto “Mexa-se Melhor” e restante comunidade em geral, “tanto nas unidades de saúde, como noutros momentos e locais que se venham a definir”.
No dia 14 de novembro, Dia Mundial da Diabetes, está prevista a realização de uma caminhada, inserida no Programa “Natura ConVida”, com o objetivo de alertar para as causas da doença e promover estilos de vida saudáveis. No âmbito da promoção da alimentação saudável, estão previstas algumas ações de alimentação e cozinha saudável, seguidas de um showcooking no final de cada sessão. Paralelamente, serão desenvolvidas ações de divulgação deste projeto, bem como a promoção de estilos de vida saudáveis junto dos meios de comunicação.
Associação de Diabéticos de Alenquer preocupada com realidade do concelho
Com cerca de 2964 casos, em 2014, de pessoas com diabetes no concelho de Alenquer, a “Associação de Diabéticos do Concelho de Alenquer” fundada em 2007 em articulação com médicos do centro de saúde local presta apoio de diversa ordem aos seus associados. Ações de esclarecimento e aconselhamento de boas práticas a nível alimentar com o intuito de aumentar a qualidade de vida do doente; acompanhamento psicológico e atividades de lazer e de passeios ao ar livre, são algumas das ofertas da associação que conta com cerca de 250 associados. “Estamos preocupados com a evolução da doença, já que 40 por cento dos portugueses está em risco”, refere José Manuel Inácio daquela associação a única da região de Lisboa a par da APDP.
Entre as ofertas que a associação possui junto dos sócios, encontra-se um protocolo de descontos na ordem dos 50 por cento nas consultas em várias clínicas. (A quota anual na associação é de 12 euros). Mas os descontos estendem-se ainda a farmácias e estabelecimentos comerciais, como óticas.
Outra das valências refere-se à disponibilização de um professor de Educação Física, por parte da autarquia de Alenquer, que indica ao diabético quais os exercícios que pode fazer em casa, de forma a contribuir para a estabilidade do seu quadro de saúde. A associação protocolou, ainda, com especialistas o esclarecimento sobre a diabetes no que se relaciona com a hipertensão/obesidade, assim como, consulta de pé diabético por parte de uma enfermeira. Mas a componente psicológica também é fundamental e são disponibilizadas consultas nesta vertente ao sócio.
“Quando se iniciam na associação, e passam por este grupo de apoio, durante as primeiras oito semanas, os doentes referem que conseguem ter a diabetes bem controlada, porque seguem as regras dos médicos, mas após esta fase inicial, e essa é um das principais batalhas da doença, distraem-se e os bons resultados começam a enfraquecer”. José Manuel Inácio que conheceu o seu quadro de diabetes em 2007, confessa-se: “Por mim falo, acabo por prevaricar, por vezes, na alimentação”.
A Câmara Municipal de Alenquer está a levar a efeito um programa municipal de combate à diabetes que contempla um conjunto de atividades que visa incentivar a população do concelho a adotar estilos de vida saudáveis. Até outubro, vão decorrer ações de sensibilização que incluem atividades de exercício físico ao ar livre, até palestras que visam despertar todas as faixas etárias para a importância de uma alimentação saudável, passando por rastreios, e seminários. Os já habituais programas desportivos da autarquia conhecem uma oferta mais intensificada.
O concelho de Alenquer possui 2964 doentes diabéticos para uma população de 28 mil 553 habitantes, o que se traduz numa prevalência de 6,9 por cento. Duzentas e dezoito pessoas são insulinodependentes.
O rastreio levado a cabo em conjunto com o ACES Estuário do Tejo permitiu apurar cerca de 81 novos casos de retinopatia diabética, num conjunto de 1895 indivíduos já referenciados como diabéticos. Rui Costa, vice-presidente da Câmara de Alenquer, refere que houve a necessidade de apelar aos cidadãos do concelho para não descurarem esta matéria, “até porque muitos preferem ignorar estes problemas”. “Sei que a adesão nesta zona do ACES foi fantástica até porque as pessoas foram contactadas diversas vezes, com remarcações sempre que necessário ”. Essas 81 pessoas já foram encaminhadas para a consulta oftalmológica no hospital de Vila Franca.
Foram rastreados, por outro lado, no âmbito do “Finnish Diabetes Risk Score”, (o questionário que pode dar indicadores sobre a probabilidade de desenvolvimento de diabetes a 10 anos) os funcionários municipais, “como forma também de poderem espalhar a palavra e alertar os seus amigos e familiares sobre a necessidade em causa”. Nas atividades do programa “Alenquer a Mexer”, uma enfermeira em conjunto com técnicos da autarquia “convidam os cidadãos que vão passando na rua ou que estão por ali a presenciar a atividade para efetuarem este teste.” Em perspetiva está também um trabalho em conjunto com a Gulbenkian e a “Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal” que visa a formação de dois técnicos de IPSS’s do concelho e de um técnico da Câmara com o objetivo final de prestar o melhor acompanhamento possível junto da população sénior do concelho.
A sensibilização alimentar nas escolas é outra das vertentes da autarquia. Rui Costa informa que, nesta altura, os bares das escolas cumprem a legislação não oferecendo produtos açucarados ou demasiado calóricos. “Vendem fruta, gelatinas, saladas de fruta, já há dois anos”. Contudo nada invalida “que os miúdos saiam da escola e comprem produtos menos saudáveis”, lamenta-se, referindo que isso sente-se mais na vila de Alenquer, “onde há mais oferta à volta da escola”. O caminho é longo na educação alimentar das crianças – “Nas cantinas como é evidente preferem a carne, não ligam aos alimentos cozidos. Vê-se com frequência miúdos com garrafas de litro e meio de coca-cola à entrada da escola porque foram comprar o refrigerante ao café mais próximo ou ao supermercado. E o almoço foi cachorros e doces”. Até já se pensou “em criar um cartão de consumo de refeições escolares, e ao fim de um número de almoços, dá-se um prémio ao aluno”. Armando Braz, presidente da Unidade Coordenadora Funcional para a Diabetes do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo desabafa ainda a este propósito – “Sabemos que a Câmara de Alenquer implementou o projeto da lancheira saudável, com oferta de fruta, sensibilizando os encarregados de educação, mas o que podemos fazer quando a mãe ou o pai vai dar um bollycao ao filho no intervalo das aulas como acontece?!”.
“Município de Benavente diz não à Diabetes”
Desde abril e até ao momento, em parceria com a Unidade de Cuidados Continuados de Benavente, que neste concelho também está a ser levada a cabo a iniciativa que consiste na aplicação de uma ficha de avaliação do risco de desenvolver Diabetes tipo II (a 10 anos) aos funcionários da Câmara Municipal das Juntas de Freguesia de Benavente e Samora Correia, ao pessoal docente e não docente de algumas escolas e à população em geral, nomeadamente no Centro de Saúde de Benavente, e na iniciativa “Feira da Saúde´16”, realizada no passado dia 15 de Maio.
Segundo Clarisse Castanheiro, técnica da autarquia para esta área, as iniciativas desenvolvidas junto do Agrupamento de Escolas de Benavente e na Feira da Saúde , assim como os rastreios efetuados aos trabalhadores da autarquia, “tiveram uma adesão bastante interessante.” No que concerne aos rastreios promovidos nos edifícios das juntas de freguesia, “houve uma participação menos significativa, não obstante ter sido feita a divulgação das iniciativas.”
No âmbito dos questionários “Finnish Risk Score”, normalmente “as pessoas manifestam interesse pela explicação que é dada acerca do resultado e a respeito da forma de manter uma alimentação adequada, colocando questões nesse âmbito.”
Quando são confrontadas com um resultado de risco mais alto, “as pessoas são sempre encaminhadas para o seu médico em primeiro lugar, para fazer a vigilância. Além disso os dados do rastreio são também registados no seu processo pessoal de saúde.”
A autarquia aderiu ao projeto: “Município de Benavente diz não à Diabetes” que será desenvolvido no horizonte temporal 2016-2017. Como tal, ainda estão previstas algumas ações, nomeadamente, a continuação da aplicação da ficha de avaliação do risco junto das autarquias, professores, auxiliares de educação, utentes da Universidade Sénior do Concelho de Benavente, utentes do projeto “Mexa-se Melhor” e restante comunidade em geral, “tanto nas unidades de saúde, como noutros momentos e locais que se venham a definir”.
No dia 14 de novembro, Dia Mundial da Diabetes, está prevista a realização de uma caminhada, inserida no Programa “Natura ConVida”, com o objetivo de alertar para as causas da doença e promover estilos de vida saudáveis. No âmbito da promoção da alimentação saudável, estão previstas algumas ações de alimentação e cozinha saudável, seguidas de um showcooking no final de cada sessão. Paralelamente, serão desenvolvidas ações de divulgação deste projeto, bem como a promoção de estilos de vida saudáveis junto dos meios de comunicação.
Associação de Diabéticos de Alenquer preocupada com realidade do concelho
Com cerca de 2964 casos, em 2014, de pessoas com diabetes no concelho de Alenquer, a “Associação de Diabéticos do Concelho de Alenquer” fundada em 2007 em articulação com médicos do centro de saúde local presta apoio de diversa ordem aos seus associados. Ações de esclarecimento e aconselhamento de boas práticas a nível alimentar com o intuito de aumentar a qualidade de vida do doente; acompanhamento psicológico e atividades de lazer e de passeios ao ar livre, são algumas das ofertas da associação que conta com cerca de 250 associados. “Estamos preocupados com a evolução da doença, já que 40 por cento dos portugueses está em risco”, refere José Manuel Inácio daquela associação a única da região de Lisboa a par da APDP.
Entre as ofertas que a associação possui junto dos sócios, encontra-se um protocolo de descontos na ordem dos 50 por cento nas consultas em várias clínicas. (A quota anual na associação é de 12 euros). Mas os descontos estendem-se ainda a farmácias e estabelecimentos comerciais, como óticas.
Outra das valências refere-se à disponibilização de um professor de Educação Física, por parte da autarquia de Alenquer, que indica ao diabético quais os exercícios que pode fazer em casa, de forma a contribuir para a estabilidade do seu quadro de saúde. A associação protocolou, ainda, com especialistas o esclarecimento sobre a diabetes no que se relaciona com a hipertensão/obesidade, assim como, consulta de pé diabético por parte de uma enfermeira. Mas a componente psicológica também é fundamental e são disponibilizadas consultas nesta vertente ao sócio.
“Quando se iniciam na associação, e passam por este grupo de apoio, durante as primeiras oito semanas, os doentes referem que conseguem ter a diabetes bem controlada, porque seguem as regras dos médicos, mas após esta fase inicial, e essa é um das principais batalhas da doença, distraem-se e os bons resultados começam a enfraquecer”. José Manuel Inácio que conheceu o seu quadro de diabetes em 2007, confessa-se: “Por mim falo, acabo por prevaricar, por vezes, na alimentação”.
Entre os sócios desta associação, está uma empresa de empacotamento de açúcar. Alguns funcionários são diabéticos, e acabaram por se tornar sócios da associação, e quase numa acção de responsabilidade social decidiram inscrever também a empresa que todos os anos contribui com o pagamento de uma quantia superior, à dos demais associados, para as ações deste núcleo de Alenquer, que também está aberto a diabéticos de outros concelhos. Atualmente conta com associados de Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Vila Franca de Xira.
O próximo objetivo passa por encontrar um edifício novo, de preferência num rés-do-chão, já que a associação se encontra, atualmente, num segundo andar de um edifício da Avenida António Maria Jalles, que limita em parte a mobilidade dos doentes com idade mais avançada. Nesse novo espaço, ficaria a funcionar uma área de consultas com preços simbólicos. José Manuel Inácio diz ao Valor Local que tudo se conjuga para que em breve a associação passe para um espaço mais adequado no centro da vila, estando dependente apenas de a Câmara dar luz verde nesse sentido
O próximo objetivo passa por encontrar um edifício novo, de preferência num rés-do-chão, já que a associação se encontra, atualmente, num segundo andar de um edifício da Avenida António Maria Jalles, que limita em parte a mobilidade dos doentes com idade mais avançada. Nesse novo espaço, ficaria a funcionar uma área de consultas com preços simbólicos. José Manuel Inácio diz ao Valor Local que tudo se conjuga para que em breve a associação passe para um espaço mais adequado no centro da vila, estando dependente apenas de a Câmara dar luz verde nesse sentido