Dívidas do Estado colocam em risco atividade dos Bombeiros de Azambuja
A situação está a deixar a corporação em situação delicada e comprometedora na assistência aos doentes
Sílvia Agostinho
20-12-2016 às 10:44 Em comunicado, a corporação de Azambuja refere que o Estado tem vindo a atrasar cada vez mais os pagamentos àquela associação o que "a curto prazo pode bloquear o funcionamento" da entidade em questão.
Apesar dos esforços efetuados no sentido de receberem as verbas em dívida, a associação diz que tal tem-se revelado como infrutífero. Em causa está uma quantia de 22 mil euros (que corresponde a 54 por cento do volume que a aassociação movimenta por mês) devida pelo Serviço Nacional de Saúde (transporte de doentes), 15 mil dos quais só a cargo do Instituto Português de Oncologia, e que reflete faturas em dívida desde maio deste ano; mais 3 mil 900 euros de IVA pago e não restituído pelo tesouro através da Autoridade Nacional de Proteção Civil; e por fim mais 20 mil 500 euros gastos com o último Dispositivo Especial de Combate a Incêndios concluído a 15 de outubro passado da responsabilidade da Autoridade Nacional de Proteção Civil. Em declarações ao nosso jornal, Conceição Maurício, da direção da associação, refere que já se deu conta deste "estado de coisas" junto do ministro da Saúde e dos grupos parlamentares mas sem grandes resultados. Dos vários organismos tutelados pelo Estado, a associação tem ouvido quase sempre a mesma resposta - "que as faturas ainda estão em conferência", ou que "há falta de pessoal para cumprir essa tarefa". Conceição Maurício refere ainda que o Estado nunca demorou tanto tempo a pagar. "Isto é inédito. Esta direção ainda não se tinha deparado com este tipo de situação. Antigamente ainda pagavam a 90 dias". O próprio transporte "é subfaturado ao Estado e para piorar temos estes atrasos". "Não queremos deixar de transportar os doentes, sabemos de outras corporações que estão a atravessar o mesmo tipo de situação que já o deixaram de fazer. Estamos a viver algo muito complicado, injusto e revoltante. Foi à pele que pagamos os subsídios aos nossos funcionários, tendo em conta este quadro".
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