Doenças associadas à hipertensão arterial e colesterol são os principais problemas de saúde na regiãoSão dados do "Perfil Regional 2017" produzido pela ARSLVT
14-08-2018 às 11:12
A hipertensão é o principal problema de saúde entre os utentes inscritos nos centros de saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), seguido de perto pelas alterações do metabolismo lipídico, como é o caso do colesterol. Esta é uma das conclusões do “Perfil Regional de Saúde 2017”, hoje divulgado pela ARSLVT que inclui entre outros os Agrupamentos de Centros de Saúde da Lezíria (Salvaterra de Magos e Cartaxo) e Estuário do Tejo (Azambuja, Arruda dos Vinhos, Alenquer, Vila Franca de Xira e Benavente).
Tendo por base os registos de moborbilidade (relação entre os casos de doença e o número de habitantes de um aglomerado populacional) efetuados pelos médicos de família da ARSLVT em Dezembro de 2016, 21,1% da população da região tem hipertensão e 17,8% possui alterações do metabolismo lipídico. Em ambos os casos os valores são inferiores à média nacional, que se situa em 22,2% e em 21,3%, respetivamente. Também quer num caso, quer no outro, as mulheres lideram o número de registos, com 22,6% versus 19,5% na hipertensão e 18,7% vs 16,8 no caso das alterações lipídicas. “Estes dados revelam que o desempenho dos profissionais de saúde ao nível da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias crónicas se traduz num impacto positivo no peso que a morbilidade tem na população da região, o que é de louvar e motivar”, adianta Luís Pisco, presidente da ARSLVT. No ranking regional, as restantes patologias que ocupam posições cimeiras são as perturbações depressivas, a diabetes e a obesidade, sempre numa proporção menor do que a nível nacional. Por outras palavras, as doenças do foro mental estão identificadas em 9,1% da população, enquanto no país os registos ascendem a 10,4%. Por sua vez, 7,1% dos utentes da ARSLVT têm diabetes e obesidade, contra os 7,8% e 8% nacionais. Também aqui as mulheres apresentam números mais elevados, especialmente nas perturbações depressivas (13,7% vs 3,9%). A exceção é feita na diabetes, onde há mais homens afetados pela doença (7,6% vs 6,6%). No que diz respeito às doenças transmissíveis monitorizadas pelos médicos de Saúde Pública da ARSLVT, salienta-se a tendência decrescente das taxas de incidência da sida, infeção por VIH e tuberculose, facto positivo para a saúde da região. De 2004 a 2016, o número de novos casos de sida desceu de 15,1/100 mil habitantes para 4,2/100 mil habitantes, acompanhando a tendência nacional. O mesmo aconteceu com a taxa de incidência da infeção por VIH, que no mesmo período desceu de 35,5/100 mil habitantes para 16,1/100 mil habitantes. No caso da tuberculose, os valores passaram de 39,6/100 mil habitantes para 20,6/100 mil habitantes. Apesar da tendência decrescente, o impacto destas patologias continua a ser importante na Região, tanto mais que são superiores à média nacional: 4,2 vs 2,6 no caso da sida,16 vs 10,1 no que toca à infeção por VIH e 20,6 vs 17,7 no que toca à tuberculose. O “Perfil Regional de Saúde” é um documento formulado pelo Departamento de Saúde Pública da ARSLVT, que assim se assume como Observatório Regional de Saúde Pública. É um instrumento de apoio à tomada de decisão técnica, político/estratégica e organizacional, uma ferramenta orientada para a ação, no sentido da melhoria da saúde das populações e redução das desigualdades em saúde. Baseia-se na melhor evidência disponível e assenta em critérios de qualidade que lhe conferem rigor e robustez.
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