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Em Alcoentre aceder à internet é um pesadelo
População reclama pela instalação da fibra ótica. MEO diz que está prevista a colocação em 50 por cento do território da freguesia
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António Santos é um dos cidadãos de Alcoentre que se queixa da falta de internet e já enviou queixas para diversas entidades
|24 Mar 2021 11:21
​Sílvia Carvalho d'Almeida

As queixas dos moradores da freguesia de Alcoentre relativamente ao serviço de internet não são novas. Mas o confinamento, e a consequente necessidade de usar a rede para teletrabalho ou telescola, vieram agravar em muito este problema. Muitos são os habitantes descontentes, e já há um grupo no Facebook, uma petição e contatos com as mais altas instâncias nacionais para que se encontre uma solução. Querem que se instale fibra ótica, à semelhança de que aconteceu outras freguesias do concelho de Azambuja.

David Silva e Élia Areias são novos moradores na freguesia. São os responsáveis pela petição pública que circula online sobre o problema da falta de fibra ótica na freguesia de Alcoentre. A nova moradora conta já com a assinatura de cerca de 200 pessoas, e os seus apelos à adesão têm sido constantes. Trabalham ambos a partir de casa, em sistemas e segurança informática, e para os dois munícipes a falta de internet tem sido algo "problemático". David Silva conta-nos que se mudaram por motivos familiares, mas que se não tivesse sido esta a causa, teriam ponderado melhor a compra de casa nesta zona. Para David Silva, o acesso a este serviço hoje em dia tão fundamental, pode ser um fator de desenvolvimento da terra, "trazendo cada vez mais jovens, e consequentemente negócios".

Bruno Simões criou o grupo de Facebook “Fibra em Alcoentre” no ano passado, que conta neste momento com cerca de 160 membros ativos. Serve para que estes definam estratégias de ação, e compartilhem informação referente a este tema. Encontra-se a trabalhar, mas em 2020 teve que completar o 12º ano em casa, com fraco acesso à internet. "Muitas vezes perdia matéria porque não se percebia o que a professora dizia por falhas na rede. Foi muito complicado. Um dia estava com um colega meu e falávamos sobre isto, quando decidi criar o grupo. Tal como eu há muitos jovens da freguesia a enfrentar esta situação. O meu irmão e a minha prima têm crianças em telescola e as dificuldades são enormes."

Ana Cláudia, membro do grupo, onde decidiu dar o seu testemunho, diz: "Moro em Lisboa mas tenho uma casa em Alcoentre, a minha terra do coração. Adoro lá ir aos fins de semana, mas como tenho um filho de 17 anos é sempre muito complicado levá-lo. Nem vou mais vezes por causa dessa situação. O meu filho odeia e diz que a net não funciona. Até já pensei em ir viver para aí, mas com um jovem em casa e problemas de internet não são coisas compatíveis"

António Santos reside em Alcoentre há cerca de 30 anos. A sua esposa é professora e tem 2 filhos, um engenheiro informático e outro que estuda presentemente na universidade, o que "perfaz um total de 3 pessoas que precisam diariamente de internet para trabalhar". Como usá-la em simultâneo se revela uma tarefa impossível, o que na maioria das vezes ocorre é que para que a esposa possa lecionar, os jovens têm de interromper as suas atividades. Uma vez que têm habitação em Lisboa, a resolução encontrada foi viajar até à capital todos os fins de semana para que estes acedam ao serviço de fibra.

​O ex-militar explica que durante o primeiro confinamento, "mandou um email o presidente da Assembleia da República e para todos os líderes parlamentares com assento na Assembleia, para a MEO (fornecedora do serviço na região), Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), Junta de Freguesia de Alcoentre e Câmara Municipal da Azambuja", (comunicações essas a que o Valor Local teve acesso) para explicar a situação e reivindicar uma internet de qualidade a preço justo. Todos os destinatários responderam a acusar a sua receção e também dizendo que encaminhariam o contacto para o órgão interno responsável, exceto a Junta de Freguesia de Alcoentre e o Grupo Parlamentar do PS que não responderam. Fez ainda uma queixa no livro de reclamações contra a operadora, a conselho da ANACOM. Facto é que desde aí ainda nada mudou, e "nunca mais me disseram nada". António Santos não percebe que havendo já uma central de fibra em Alcoentre, que se localiza no edifício dos antigos Correios, apenas negócios e um particular tenham acesso.

O presidente da Junta de freguesia de Alcoentre não quis dar qualquer entrevista ao Valor Local sobre este assunto, dizendo apenas que "essa não é uma competência da junta, mas sim das operadoras, e que as pessoas devem insistir com elas."

Contactámos o Presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, acerca desta situação, que considera "vergonhosa" a atuação das operadoras, ao que nos respondeu: "A Câmara está consciente da situação, até porque eu sou de Alcoentre e tenho os meus dois netos a estudar em casa”. Diz estar a desenvolver esforços para resolver a situação. “Temos tido várias reuniões com operadoras, ao nível da direção, e com os nossos técnicos informáticos, e vamos ver se, entretanto, durante o próximo mês trabalharemos de modo a permitir melhorar a situação."
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Ao jornal Valor Local, a MEO, do grupo Altice, responde que sendo um grupo privado e sem apoios de entidades públicas faz os investimentos baseado numa análise do território e das suas dinâmicas locais. “É fruto desse investimento que mais de 90 por cento de habitações e empresas do município da Azambuja estão hoje servidas por fibra ótica de última geração, estando previsto, até ao final de 2021, alcançar os 95 por cento neste concelho. Já na freguesia de Alcoentre terá, até ao final do ano, "uma cobertura de 50% em fibra ótica", garante a empresa.
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Comentários

Obrigado pelo vosso interesse e disponibilidade em debaterem os problemas do povo. Já que o representante, local, da população , não tem qualquer interesse em resolver, ou em colaborar. Para respostas destas, vale mais abandonar o cargo, fica-nos mais barato e, a população resolve... É triste ler... Uma resposta destas de um cargo com erário público.
António Santos
25-03-2021 02:02

Antes de mais agradeço a colaboração, do jornal local, na pessoa da Jornalista Sílvia Carvalho. Obrigado Bem haja
António Santos
24-03-2021 16:01


Uma verdadeira vergonha, net acom14 megas de velocidade, e 0.25 de upload.
Mário Dragão
24-03-2021 15:21

Um hotspot da Vodafone tem 4x mais velocidade e estabilidade do que a internet por cabo

Fábio Cardoso
24-03-2021 06:18
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