Experiências positivas de empresas e entidades
Apanhar o comboio das energias renováveis em pleno
Cada vez mais, tem havido uma consciência mais apurada para as questões das energias alternativas e eficiência energética. O Valor Local foi para o terreno ouvir os especialistas e os produtores que adotaram estas práticas ambientalmente sustentáveis. Práticas cujos índices de implantação ainda estão muito longe de outros países.
Em Portugal, para além do que é obrigatório por lei, ainda não há consciência para a implantação dos fatores de eficiência energética ou de energias alternativas, como a energia eólica ou solar. É certo que a nova legislação leva a que os novos edifícios já cumpram as regras mínimas de eficiência energética, mas a consciência dos portugueses, que tem vindo a mudar nos últimos anos, acarreta preocupações no que toca ao isolamento ou ao aproveitamento da luz solar quer para aquecimento, quer para iluminação.
Estima-se que o consumo de energia e os custos para iluminação em edifícios de todos os tipos, podem ser reduzidos até 80 por cento usando sistemas de edifícios inteligentes. Todavia o aquecimento é igualmente outro grande consumidor de energia.
O consumo anual de energia para aquecimento e ventilação pode ser reduzido até 45 por cento usando métodos muito simples, como controlo individual da temperatura ambiente combinado com uma redução moderada da temperatura ambiente, ou controlo de aquecimento baseado na temperatura externa.
Para tudo isto, são necessários vários estudos, que levem ao aproveitamento máximo das potencialidades energéticas de cada edifício. Luís Alves, engenheiro da empresa Fidacad, em Aveiras de Cima, destaca ao Valor Local que existem vários fatores a ter em conta quando se fala na eficiência dos edifícios. “Sejam reabilitados ou de raiz, o que é certo, é que há normas a seguir, que podem passar pelo isolamento térmico de portas e janelas e até paredes”, desde que sejam utilizados os materiais corretos em cada uma das situações.
Há uma nova consciência nos portugueses, e isso faz toda a diferença na altura de remodelar ou de construir uma casa. A colocação de painéis solares ou o acesso à energia eólica são as fontes mais utilizadas na Europa, no entanto, refere Luís Alves “há muita gente que ainda não pensa nisso ou não quer saber. Ainda assim estamos a evoluir". Luís Alves diz que a certificação energética é obrigatória na Europa e calcula a necessidade de arrefecimento interior nas casas no verão, o aquecimento no inverno e o aquecimento das águas sanitárias.
Por este motivo, o técnico vinca a necessidade de se olhar bem para o contrato da casa, na hora de comprar ou arrendar. Mas estas são normas para as habitações. As regras europeias também já se aplicam ao comércio. Aqui há que ter em conta o consumo das máquinas elétricas e a iluminação.
Há, no entanto, técnicas que numa recuperação podem ser utilizadas. No caso das paredes não serem duplas e com isolamento, e existindo a possibilidade de o fazer, Luís Alves, vinca que pode ser construída uma parede por fora com isolamento no meio, de modo a não roubar espaço às divisões, como demonstra a foto ao lado.
Mas não é só a casa que pode e deve ser eficiente. Aliás, só existe um aproveitamento energético eficiente quando juntarmos aos eletrodomésticos iluminação led de baixo consumo Sobre estes aparelhos, existe já uma nova consciência. Na hora de adquirir uma máquina de lavar roupa ou louça, um frigorífico ou um esquentador, essa eficiência faz diferença. É certo que são equipamentos mais caros, mas o investimento é rentabilizado depois na fatura mensal da luz.
Equipamentos energeticamente eficientes
Para identificar os melhores aparelhos, foi criada a etiqueta energética. A mesma etiqueta informa sobre as características e desempenho dos eletrodomésticos, utilizando uma escala de classificação para identificar os mais e os menos eficientes energeticamente.
Para além do consumo de energia, apresenta informação sobre outras características dos equipamentos como, por exemplo, a água que consomem ou o ruído que produzem.
Esta informação já é obrigatória desde 1992, para lâmpadas e vários eletrodomésticos, entre os quais se encontram as máquinas de lavar loiça, lavar roupa e secar roupa, fornos elétricos, equipamentos de refrigeração (frigoríficos, combinados e arcas), aparelhos de ar condicionado e ainda televisores, tendo dado origem a uma nova regulamentação em 2009.
A nova etiqueta é obrigatória para os aparelhos de refrigeração e televisores colocados no mercado desde 30 de novembro de 2011 e para todas as máquinas de lavar roupa e louça colocadas no mercado desde 20 de dezembro de 2011.

Edifícios Públicos autossuficientes
A Comissão Europeia está a preparar um novo documento de reforço às normas de desempenho energético nos edifícios. A proposta legislativa, que representa uma revisão da atual diretiva de desempenho energético dos edifícios (EPBD), deverá ser apresentada em outubro deste ano.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o reforço regulatório visa aumentar a eficiência energética na União Europeia (UE) e, assim, cumprir as metas estipuladas para 2030.
Está prevista uma revisão da legislação até 1 de janeiro de 2017. A diretiva estabelece, entre outras medidas, que, a partir de 31 de dezembro de 2018, os edifícios públicos sejam “Edifícios com Necessidades Quase Nulas de Energia” (nZEB). Dois anos mais tarde, a partir de 31 de dezembro de 2020, todos os edifícios novos na UE deverão também assegurar um desempenho com necessidades quase nulas de energia.
A Comissão está igualmente a preparar uma revisão da legislação sobre emissões de gases com efeito de estufa, com implicações ao nível do Comércio Europeu de Licenças de Emissão e do apoio à energia nuclear.
A Comissão Europeia está a preparar um novo documento de reforço às normas de desempenho energético nos edifícios. A proposta legislativa, que representa uma revisão da atual diretiva de desempenho energético dos edifícios (EPBD), deverá ser apresentada em outubro deste ano.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o reforço regulatório visa aumentar a eficiência energética na União Europeia (UE) e, assim, cumprir as metas estipuladas para 2030.
Está prevista uma revisão da legislação até 1 de janeiro de 2017. A diretiva estabelece, entre outras medidas, que, a partir de 31 de dezembro de 2018, os edifícios públicos sejam “Edifícios com Necessidades Quase Nulas de Energia” (nZEB). Dois anos mais tarde, a partir de 31 de dezembro de 2020, todos os edifícios novos na UE deverão também assegurar um desempenho com necessidades quase nulas de energia.
A Comissão está igualmente a preparar uma revisão da legislação sobre emissões de gases com efeito de estufa, com implicações ao nível do Comércio Europeu de Licenças de Emissão e do apoio à energia nuclear.

Autoconsumo eficiente
Muitas são as empresas e os particulares que apostam na colocação de painéis solares ou na energia eólica como forma de minimizar a fatura da eletricidade.
A nova legislação permite agora que os produtores particulares, vendam a energia gerada em suas casas à EDP – Distribuição. No final do mês entre a energia gerada em casa e a consumida da rede, é feito um acerto de contas, e muitas vezes a energia vendida é quase tanta como a consumida na rede pública o que tem um impacto muito significativo nas contas. Por isso um particular ou uma empresa pode produzir grande parte da sua energia.
E embora já existam casos de sucesso no país, o Autoconsumo, que é o consumo da energia produzida pelos produtores particulares, ainda não está suficientemente explorada em Portugal. O investimento é significativo, e a rentabilização depende muitas vezes do tamanho das estruturas, sejam industriais ou particulares.
A Sem Ir, empresa que projeta e instala vários tipos de equipamentos, vinca mesmo que na maioria o “payback” do investimento será na maioria dos casos inferior a sete anos, num produto com uma vida útil superior a 25 anos. José Eduardo, um dos responsáveis da empresa, vinca ao Valor Local, que ainda há algum caminho a percorrer, todavia, “já se encontram clientes que apostam nas energias limpas ecologicamente amigas do ambiente e renováveis.”
José Eduardo salienta os projetos levados a cabo na empresa Sivac, em Aveiras de Cima, Escola Secundária de Azambuja, na Santa Casa da Misericórdia da Merceana, concelho de Alenquer. A Sivac apresentava custos de energias bastante elevados e o desafio lançado pelo administrador da empresa à Sem Ir, revelou-se importante no consumo energético. Em 2012, foi lançado um projeto de energias renováveis com painéis fotovoltaicos. Na altura a ideia era produzir grande parte da energia e vender a restante. A empresa aproveitou uma tarifa bonificada e isso veio a revelar-se compensador. A Sivac tem setecentos módulos solares instalados e produz cerca de 200 kws por ano.
Também a Santa Casa da Misericórdia da Merceana, apostou na energia solar. Neste caso os painéis estão dispostos num terreno como se fosse um campo de futebol. Ao todo são perto de oitocentos módulos. José Eduardo explica que neste caso, o facto de a instituição ter à sua frente “uma pessoa com muita visão, neste caso a provedora, que decidiu avançou com este projeto, também explica o sucesso do mesmo”. Aquela instituição “consegue produzir perto de 270 kws por ano”.
Na secundária de Azambuja, a ideia partiu do antigo diretor de agrupamento. Neste domínio, José Eduardo explica que este é um projeto que armazena energia, ao contrário dos dois anteriores. O responsável vinca a duplicidade de aproveitamento energético, através da eólica e de painéis solares. É um projeto de auto consumo, que alimenta a iluminação exterior da escola, o refeitório e a cozinha e a rede informática.
Aliás este foi um projeto que já produziu casos práticos. Como a secundária de Azambuja tem cursos de formação ao nível do 12º ano, um dos alunos que integrou este projeto, já faz parte dos quadros da Sem Ir, que se prepara para receber mais estagiários este verão.
Muitas são as empresas e os particulares que apostam na colocação de painéis solares ou na energia eólica como forma de minimizar a fatura da eletricidade.
A nova legislação permite agora que os produtores particulares, vendam a energia gerada em suas casas à EDP – Distribuição. No final do mês entre a energia gerada em casa e a consumida da rede, é feito um acerto de contas, e muitas vezes a energia vendida é quase tanta como a consumida na rede pública o que tem um impacto muito significativo nas contas. Por isso um particular ou uma empresa pode produzir grande parte da sua energia.
E embora já existam casos de sucesso no país, o Autoconsumo, que é o consumo da energia produzida pelos produtores particulares, ainda não está suficientemente explorada em Portugal. O investimento é significativo, e a rentabilização depende muitas vezes do tamanho das estruturas, sejam industriais ou particulares.
A Sem Ir, empresa que projeta e instala vários tipos de equipamentos, vinca mesmo que na maioria o “payback” do investimento será na maioria dos casos inferior a sete anos, num produto com uma vida útil superior a 25 anos. José Eduardo, um dos responsáveis da empresa, vinca ao Valor Local, que ainda há algum caminho a percorrer, todavia, “já se encontram clientes que apostam nas energias limpas ecologicamente amigas do ambiente e renováveis.”
José Eduardo salienta os projetos levados a cabo na empresa Sivac, em Aveiras de Cima, Escola Secundária de Azambuja, na Santa Casa da Misericórdia da Merceana, concelho de Alenquer. A Sivac apresentava custos de energias bastante elevados e o desafio lançado pelo administrador da empresa à Sem Ir, revelou-se importante no consumo energético. Em 2012, foi lançado um projeto de energias renováveis com painéis fotovoltaicos. Na altura a ideia era produzir grande parte da energia e vender a restante. A empresa aproveitou uma tarifa bonificada e isso veio a revelar-se compensador. A Sivac tem setecentos módulos solares instalados e produz cerca de 200 kws por ano.
Também a Santa Casa da Misericórdia da Merceana, apostou na energia solar. Neste caso os painéis estão dispostos num terreno como se fosse um campo de futebol. Ao todo são perto de oitocentos módulos. José Eduardo explica que neste caso, o facto de a instituição ter à sua frente “uma pessoa com muita visão, neste caso a provedora, que decidiu avançou com este projeto, também explica o sucesso do mesmo”. Aquela instituição “consegue produzir perto de 270 kws por ano”.
Na secundária de Azambuja, a ideia partiu do antigo diretor de agrupamento. Neste domínio, José Eduardo explica que este é um projeto que armazena energia, ao contrário dos dois anteriores. O responsável vinca a duplicidade de aproveitamento energético, através da eólica e de painéis solares. É um projeto de auto consumo, que alimenta a iluminação exterior da escola, o refeitório e a cozinha e a rede informática.
Aliás este foi um projeto que já produziu casos práticos. Como a secundária de Azambuja tem cursos de formação ao nível do 12º ano, um dos alunos que integrou este projeto, já faz parte dos quadros da Sem Ir, que se prepara para receber mais estagiários este verão.
União de Freguesias de Manique do
Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro adere às renováveis.
A sede da união de freguesias produz hoje quase tanta energia quanto a que vende. O investimento foi feito na última década, e hoje o atual presidente daquela autarquia, José Avelino, considera que o investimento foi rentabilizado. A obra que foi pensada pelo atual vereador da Câmara de Azambuja, Herculano Valada, tem hoje uma rentabilidade na ordem dos 90 por cento.
José Avelino destacou ao Valor Local que entre a energia produzida pela Junta e aquela que é comprada à rede, verifica-se nas faturas que os valores são muito aproximados. Com esta medida a União de Freguesias, que tem um consumo mensal na ordem dos 150 euros, é quase autossuficiente. A junta tem dois contadores, um de venda e um de compra e José Avelino destaca que este sistema “compensa e é uma mais-valia, pelo menos em termos de orçamento, pois são verbas com as quais sabemos que podemos contar”.
Miguel António Rodrigues
25-02-2015
A sede da união de freguesias produz hoje quase tanta energia quanto a que vende. O investimento foi feito na última década, e hoje o atual presidente daquela autarquia, José Avelino, considera que o investimento foi rentabilizado. A obra que foi pensada pelo atual vereador da Câmara de Azambuja, Herculano Valada, tem hoje uma rentabilidade na ordem dos 90 por cento.
José Avelino destacou ao Valor Local que entre a energia produzida pela Junta e aquela que é comprada à rede, verifica-se nas faturas que os valores são muito aproximados. Com esta medida a União de Freguesias, que tem um consumo mensal na ordem dos 150 euros, é quase autossuficiente. A junta tem dois contadores, um de venda e um de compra e José Avelino destaca que este sistema “compensa e é uma mais-valia, pelo menos em termos de orçamento, pois são verbas com as quais sabemos que podemos contar”.
Miguel António Rodrigues
25-02-2015
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