Estabelecimento no Cartaxo prejudica moradores que acusam Câmara de inércia
Em causa uma estrutura que foi colocada na frente de um café. Habitantes de prédio na Avenida Mestre Cid dizem que estão inseguros e referem que proprietário goza de benefícios na Câmara, que desmente acusação
|08 Fev 2023 15:29
Sílvia Agostinho O proprietário de um estabelecimento na Avenida Mestre Cid no Cartaxo, que avançou nos últimos meses de 2021, com a colocação de uma estrutura na frente do edifício em causa está a prejudicar os moradores e a colocar a segurança dos que habitam o prédio em causa. Isto segundo a empresa que gere o condomínio que dá conta da insatisfação dos moradores, que acusam, a Câmara de “inércia”. Mauro Pinheiro, responsável da empresa de gestão de condomínios, acusa o município do Cartaxo de estar a desvalorizar o facto de a obra ter sido concretizada, nas suas palavras, sem ter obtido licença. Mauro Pinheiro diz mesmo que o proprietário do café, que decidiu construir uma esplanada, goza de privilégios por ser bem relacionado com elementos da autarquia.
Segundo Mauro Pinheiro, os condóminos do prédio fizeram queixa logo de início “porque aquilo não pode estar ali”. De acordo com uma troca de emails à qual tivemos acesso, entre a empresa de Mauro Pinheiro e o município, a estrutura “já colocou em risco a segurança dos condóminos moradores na fração de cima” dadas algumas tentativas de assalto. “No primeiro andar reside uma idosa que ficou completamente em pânico, e que disse que já não queria lá viver”, dá conta o empresário, que acusa a Câmara do Cartaxo de deixar arrastar este processo. A proprietária do estabelecimento, que de momento tem permanecido encerrado, a qual não foi possível contactar por parte do Valor Local, avançou ainda com a colocação de caixas públicas e caixas de rede, “sem sequer pedir autorização ou informar o condomínio”. As obras efetuadas perfuraram a laje do edifício “com o objetivo de alterar a rede de esgotos do espaço em causa, sem licenciamento para o efeito, o que desde já requer a análise do comprometimento futuro da estrutura e as suas responsabilidades”. Ao Valor Local, Mauro Pinheiro adianta que o município não tem dado resposta consequente a este estado de coisas. “Os funcionários do município que estão a lidar com este caso, têm fugido a resolver o assunto, e acabam por responder sucessivamente e há mais de um ano que o assunto está em análise técnica”, dá conta. O maior receio dos moradores relaciona-se com a iminente reabertura do espaço comercial, o que pode aumentar o sentimento de insegurança, dado que nesta altura o estabelecimento sofreu obras e está a ser recheado com maquinaria industrial com vista ao seu funcionamento. Segundo Mauro Pinheiro, os abusos da proprietária do café não serão de hoje “porque em tempos furaram o chão do estabelecimento para ligar uns tubos aos esgotos do prédio, que estão lá visíveis e apesar das queixas dos condóminos, a Câmara nunca fez nada”. Contactado o município, é nos dito por fonte do mesmo, que “a obra está legal e se encontra licenciada”, sendo que se encontra em preparação “um relatório da fiscalização” à obra. Em entrevista ao Valor Local, o vice-presidente da autarquia, Pedro Reis, afiança que Mauro Pinheiro vai receber esse relatório. Mauro Pinheiro estranha que assim seja, até porque a existir licenciamento teria de haver previamente uma ata emitida pelo condomínio a dar luz verde à obra pretendida. Ao Valor Local, o vice-presidente refere que “estamos a falar de espaço público” pelo que o condomínio não teria de ser ouvido. Contudo diz estar disponível para promover uma reunião entre Mauro Pinheiro e a proprietária do estabelecimento, até porque, refere, não lhe interessa que “os moradores saiam prejudicados”. Sobre a falta de resposta à empresa prefere não valorizar, e censura o tom do empresário, que acusa a Câmara de estar em conluio com o estabelecimento. “Penso que esse excesso de linguagem era escusado. Há várias formas de se resolver este problema. Só tem de existir bom senso”. |
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