
Quando se fala em disciplinar o estacionamento em Alenquer através do reactivar em pleno dos parquímetros e da fiscalização o torcer de nariz é generalizado entre os automobilistas, porque muitos se queixam de que os lugares não pagos existentes se situam apenas nas extremidades da vila, demasiado “fora de mão” e que por isso deviam existir bolsas de estacionamento não pago ao longo das zonas comerciais. Os comerciantes, por seu lado, queixam-se de ter perdido clientes, porque hoje em dia cada um ocupa a seu bel prazer os lugares de estacionamento na Rua Triana sem se dirigir aos parquímetros, com toda a impunidade associada.
Há muito que na sua generalidade quem tem o seu posto de trabalho na artéria em causa, já deixou de fazer o pagamento nos parquímetros, pois é mais ou menos notório que ninguém é multado actualmente, e por isso prevaricar é quase natural. A Câmara Municipal de Alenquer prepara-se para mudar este quadro radicalmente, com uma fiscalização mais contundente e a colocação em prática de novos instrumentos que auxiliem os fiscais a levar a cabo a sua tarefa.
Ivo Sousa mora em Olhalvo e com alguma frequência deixa o veículo num parque de estacionamento pago existente a meio da Rua Triana. É dos que costuma pagar, mas sabe de casos em que muitos deixam o carro o dia todo no local sem tirar bilhete na máquina existente, mas que nem sempre se encontra a funcionar devidamente. “Nesses casos já beneficiei da avaria nos parquímetros, mas entretanto voltei a pagar, porque se os outros não deixavam bilhete nos carros, acabei por fazer o mesmo, mas também penso que talvez não se justificasse uma extensão deste tipo só com estacionamento pago”, refere, e acredita que este “é um tema em que todos deveriam dar opinião, sobretudo porque há quem goste que tudo continue na mesma, para continuar a gozar de impunidade”.
Ana Silva e António Silva são gerentes de duas ourivesarias na Rua Triana e apontam algumas críticas à política de estacionamento na vila. “Há muita gente que não paga, mas os parquímetros, por vezes, estão avariados”, referem. Novo apertar das regras é no entanto visto como benéfico no caso das pessoas que “deixam o carro estacionado durante todo o dia no mesmo local”, como é o caso de quem trabalha nas lojas, serviços e escritórios da Rua Triana, “que poderiam optar pelos estacionamentos não pagos”. O actual estado de coisas “prejudica quem vem à vila para fazer compras”. “Os nossos clientes queixam-se muito. O mesmo acontece na rua de lá do rio. Conheço casos de clientes que se não tivessem uma preferência especial pela nossa loja nem sequer vinham cá, e iam comprar a outro lado”, diz Ana Silva, que acrescenta – “Não se justifica que quem tenha de estar o dia inteiro na vila não possa estacionar o carro um pouco mais longe. Quando a fiscalização apertava, e os parquímetros funcionavam havia mais estacionamento”.
Um taxista que não se quis identificar é peremptório – “ A vila não tem condições para ter parquímetros, os estacionamentos são longe, mas hoje as pessoas nem sequer ligam a isso e simplesmente não pagam. A Câmara quer modernizar isto, mas o que na verdade deseja é complicar a questão, e prejudicar as lojas, e sabemos muito bem que ninguém gosta de andar a pé”.
Contactada a Câmara Municipal de Alenquer, através da vereadora com o pelouro do Trânsito, Dora Pereira, esta afirma que “com bom senso, civismo, e obviamente com fiscalização, efectuada por agentes de fiscalização devidamente credenciados, a autarquia acredita que será, em breve, reposta a normalidade.”
A autarquia não concorda que haja falta de lugares de estacionamento não pago na vila e diz que a vila de Alenquer dispõe de 528 lugares de estacionamento devidamente marcados e que destes, somente 281 se encontram em zona de estacionamento pago. Ou seja, 247 lugares estão em regime de estacionamento livre. E entre os 281 lugares pagos ainda existem bolsas em regime de exclusividade ou excepção: para deficientes, farmácias, motociclos, ambulâncias, etc. Para além dos 550 lugares nas ditas zonas que não satisfazem muitos dos automobilistas: Areal (em ambas as margens do rio), da Chemina, do parque junto ao mercado diário e, fora do centro da vila, de toda a zona do Parque Urbano da Romeira e do Parque das Tílias. Dora Pereira diz que não está fora de hipótese a criação de cartões, tipo passe mensal, para utilizadores residentes e não residentes.
Tendo em vista a preparação dos utilizadores do estacionamento em Alenquer para a nova realidade, a Câmara pretende levar a cabo “açcões de sensibilização presencial”. “Os serviços divulgarão, através de múltiplos suportes, um aviso onde constará a data em que terão início as acções de fiscalização e de punição”.
O município reconhece que “existiram no passado alguns problemas que condicionaram o normal funcionamento dos serviços que deverão ser ultrapassados” Para que a fiscalização entre de novo em acção, a autarquia encontra-se a aguardar as credenciais solicitadas à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para a emissão de autos de contra-ordenação electrónicos, para além de que, “de momento todos os parquímetros encontram-se a funcionar, com as manutenções contratualizadas e actualizadas, e devidamente aferidas”.
Sílvia Agostinho
20-06-2014
Há muito que na sua generalidade quem tem o seu posto de trabalho na artéria em causa, já deixou de fazer o pagamento nos parquímetros, pois é mais ou menos notório que ninguém é multado actualmente, e por isso prevaricar é quase natural. A Câmara Municipal de Alenquer prepara-se para mudar este quadro radicalmente, com uma fiscalização mais contundente e a colocação em prática de novos instrumentos que auxiliem os fiscais a levar a cabo a sua tarefa.
Ivo Sousa mora em Olhalvo e com alguma frequência deixa o veículo num parque de estacionamento pago existente a meio da Rua Triana. É dos que costuma pagar, mas sabe de casos em que muitos deixam o carro o dia todo no local sem tirar bilhete na máquina existente, mas que nem sempre se encontra a funcionar devidamente. “Nesses casos já beneficiei da avaria nos parquímetros, mas entretanto voltei a pagar, porque se os outros não deixavam bilhete nos carros, acabei por fazer o mesmo, mas também penso que talvez não se justificasse uma extensão deste tipo só com estacionamento pago”, refere, e acredita que este “é um tema em que todos deveriam dar opinião, sobretudo porque há quem goste que tudo continue na mesma, para continuar a gozar de impunidade”.
Ana Silva e António Silva são gerentes de duas ourivesarias na Rua Triana e apontam algumas críticas à política de estacionamento na vila. “Há muita gente que não paga, mas os parquímetros, por vezes, estão avariados”, referem. Novo apertar das regras é no entanto visto como benéfico no caso das pessoas que “deixam o carro estacionado durante todo o dia no mesmo local”, como é o caso de quem trabalha nas lojas, serviços e escritórios da Rua Triana, “que poderiam optar pelos estacionamentos não pagos”. O actual estado de coisas “prejudica quem vem à vila para fazer compras”. “Os nossos clientes queixam-se muito. O mesmo acontece na rua de lá do rio. Conheço casos de clientes que se não tivessem uma preferência especial pela nossa loja nem sequer vinham cá, e iam comprar a outro lado”, diz Ana Silva, que acrescenta – “Não se justifica que quem tenha de estar o dia inteiro na vila não possa estacionar o carro um pouco mais longe. Quando a fiscalização apertava, e os parquímetros funcionavam havia mais estacionamento”.
Um taxista que não se quis identificar é peremptório – “ A vila não tem condições para ter parquímetros, os estacionamentos são longe, mas hoje as pessoas nem sequer ligam a isso e simplesmente não pagam. A Câmara quer modernizar isto, mas o que na verdade deseja é complicar a questão, e prejudicar as lojas, e sabemos muito bem que ninguém gosta de andar a pé”.
Contactada a Câmara Municipal de Alenquer, através da vereadora com o pelouro do Trânsito, Dora Pereira, esta afirma que “com bom senso, civismo, e obviamente com fiscalização, efectuada por agentes de fiscalização devidamente credenciados, a autarquia acredita que será, em breve, reposta a normalidade.”
A autarquia não concorda que haja falta de lugares de estacionamento não pago na vila e diz que a vila de Alenquer dispõe de 528 lugares de estacionamento devidamente marcados e que destes, somente 281 se encontram em zona de estacionamento pago. Ou seja, 247 lugares estão em regime de estacionamento livre. E entre os 281 lugares pagos ainda existem bolsas em regime de exclusividade ou excepção: para deficientes, farmácias, motociclos, ambulâncias, etc. Para além dos 550 lugares nas ditas zonas que não satisfazem muitos dos automobilistas: Areal (em ambas as margens do rio), da Chemina, do parque junto ao mercado diário e, fora do centro da vila, de toda a zona do Parque Urbano da Romeira e do Parque das Tílias. Dora Pereira diz que não está fora de hipótese a criação de cartões, tipo passe mensal, para utilizadores residentes e não residentes.
Tendo em vista a preparação dos utilizadores do estacionamento em Alenquer para a nova realidade, a Câmara pretende levar a cabo “açcões de sensibilização presencial”. “Os serviços divulgarão, através de múltiplos suportes, um aviso onde constará a data em que terão início as acções de fiscalização e de punição”.
O município reconhece que “existiram no passado alguns problemas que condicionaram o normal funcionamento dos serviços que deverão ser ultrapassados” Para que a fiscalização entre de novo em acção, a autarquia encontra-se a aguardar as credenciais solicitadas à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para a emissão de autos de contra-ordenação electrónicos, para além de que, “de momento todos os parquímetros encontram-se a funcionar, com as manutenções contratualizadas e actualizadas, e devidamente aferidas”.
Sílvia Agostinho
20-06-2014