Fábrica da Cimpor em Alhandra
Libertação de pó preocupa autarcas e população A comissão de acompanhamento da Cimpor, que existe no âmbito da Assembleia Municipal, vai agora e mais uma vez pressionar a fábrica e alertar para a situação.
Miguel A. Rodrigues
23-11-2015 às 20:20 Autarcas e população de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, estão preocupados com a frequência de alguns incidentes na fábrica de cimento da Cimpor. A revelação esteve em debate na reunião de Câmara de Vila Franca de Xira que decorreu em A-Dos-Loucos no dia 18 de novembro. Segundo Mário Cantiga, presidente da União de Freguesias de Alhandra e Sobralinho, esta é uma questão que tem acontecido com frequência nos últimos dois anos. Em causa está a libertação de clínquer que é uma matéria-prima incluída em diversos tipos de cimento. Para o autarca os episódios de libertação de clínquer já não são casos isolados: “Começo a começo a questionar se aquilo é só do carregamento das barcaças, mas julgo que não”. Mário Cantiga refere declarações do presidente dos SMAS de Vila Franca que reconhece um “aumento de partículas na água das piscinas locais”. Todavia, “o ar que respiramos é melhor”, salienta o presidente da junta que lembra que as análises à água são feitas com alguma periodicidade e os seus resultados configuram uma média de todas as recolhas do ano, pelo que, segundo as suas palavras, não revelam a essência do problema. De acordo com o autarca, tem existido por parte da empresa alguma comunicação com a junta, mas isso não tem invalidado o aparecimento das queixas produzidas pelos populares, porque, acrescenta, não sentir no dia-a-dia uma melhoria das condições ambientais com a fábrica a laborar: “Não sentimos isso. Assistimos, antes, à degradação da pintura dos nossos carros com os vidros a colarem-se devido ao clínquer” e vai ainda mais longe ao recordar os episódios que ocorreram nos anos 80 e 90. Sobre a comunicação com a Cimpor, o presidente da junta refere que tem existido um contato permanente com os responsáveis. Assegura que sempre que existe algum problema, há por parte da empresa uma comunicação onde se pede desculpa “mas o que é facto é que isso continua a acontecer”. Por outro lado, o autarca destaca que estes episódios são negativos para a economia da freguesia. Vinca por exemplo a restauração, nomeadamente, um dos restaurantes mais conhecidos da vila, que tem conseguido atrair pessoas de fora. Contudo a libertação de clínquer prejudica, por exemplo, a utilização da esplanada porque “estes problemas de pó nas mesas são sistemáticos”. Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, reconhece que estes episódios têm acontecido e relata mesmo um caso em que existiu uma chamada de atenção junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Todavia, nem Alberto Mesquita nem o presidente da junta, têm conhecimento se tais informações produziram algum tipo de efeito. Nesse sentido, o presidente da junta diz que se está perante um muro, em, que “a informação esbarra e depois nunca chegamos a saber se existiram consequências”. De acordo com o presidente da Câmara, a comissão de acompanhamento da Cimpor, que existe no âmbito da Assembleia Municipal, vai agora e mais uma vez pressionar a fábrica e alertar para a situação. Enquanto isso e sem se comprometer, o presidente da Junta que lembra uma reunião popular que existiu na praça 7 de março contra a coincineração, vinca também que não está fora de causa ações de protesto das populações.
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