Falcoaria de Salvaterra pode ser património da Unesco já em novembro
Salvaterra de Magos é a capital nacional da falcoaria desde 2014, e espera inscrever o seu nome na lista de cidades em todo o mundo cuja arte falcoeira é património cultural e imaterial da Unesco. A falcoaria é uma modalidade de caça praticada em Portugal desde o século XII e assinalada no território desde a fundação da nacionalidade. A sua prática manteve-se, em grande parte, inalterada ao longo dos séculos. Foi também a falcoaria que contribuiu para a fixação da família real durante longos períodos no concelho de Salvaterra.
Promover este património é o principal objetivo da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. O edifício da falcoaria está aberto ao público, podendo quem ali se desloca apreciar um conjunto de cerca de 20 aves de rapina, em exibição no pátio interior do edifício. Para além disso há ainda demonstrações de voo, vários workshops dedicados a este tipo de universo, encontros entre falcoeiros, e outras atividades que acontecem no recuperado edifício da falcoaria, já com 250 anos de história.
A Unesco deverá debruçar-se para uma decisão final em novembro das intenções de Portugal e de Salvaterra quanto ao dossier em causa, que foi elaborado pela autarquia em conjunto com a Universidade de Évora, e a associação nacional de falcoeiros, “e que procura explicar a razão pela qual devemos integrar essa lista, numa valorização da nossa história, tendo em conta também que temos um palácio único na Península Ibérica, bem como todas as atividades por nós dinamizadas”, explica Hélder Esménio, presidente da Câmara de Salvaterra. “Este património juntar-se-á com certeza à lista de países que já viram consagrada a sua falcoaria. A decisão será em novembro em Adis Abeba”, informa José Barbieri da Cooperativa Cultural Memoria Media que também participou neste projeto. A candidatura da falcoaria de Salvaterra ganhou fôlego “com a recuperação do palácio e com a dinamização de uma série de atividades inerentes à arte falcoeira”, junta o presidente para reforçar as possibilidades desta candidatura.
No que respeita a esta arte, a da falcoaria, a mesma tem mantido a sua forma tradicional ao longo dos anos, alterando-se contudo o contexto social e alguns materiais dos instrumentos utilizados. A comunidade de falcoeiros não considera a prática em risco ou ameaçada, mas são importantes ações de salvaguarda para manter e para transmitir este saber. Os conhecimentos e práticas encontram-se atualmente asseguradas por cerca de 50 falcoeiros que estão no ativo e pela Associação Portuguesa de Falcoaria (com 150 associados). No resto do planeta, “esta é uma arte viva em diferentes pontos, e na Europa assiste-se ao fenómeno de ser uma atividade praticada pelas classes mais altas da sociedade. Quando pensamos em tradições, por vezes lembra-nos apenas dos grupos mais humildes, mas a falcoaria é fantástica nisso porque junta todos”, concretiza José Barbieri.
O reconhecimento que a Unesco pode dar a este património contribuirá para a sua valorização, “ e com isso fomentar o número de visitas que já foi de três mil por ano, estando agora nas sete mil”, e “promover outros produtos do concelho como o rio, os passeios, a observação de aves, e a gastronomia”, salienta Esménio. A autarquia espera ainda contar com “o apoio promocional e turístico que a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo” possa vir a conferir a este projeto, embora não o tenha acompanhado na sua primeira fase.
Depois da requalificação do edifício em 2009, Salvaterra passou a contar com um novo espaço de lazer e de cultura, e no entender de Hélder Esménio, a autarquia “teve a coragem política necessária para prescindir do restaurante” que funcionou durante algum tempo no local, mas que estava fechado “quando chegámos à Câmara” em 2013. “Arriscámos em mudar o paradigma, encerrando o restaurante, porque não se justificava a concessão de mais um espaço destes”. Optou-se antes por uma galeria de exposições, “onde há sempre novidades”.
Entre os projetos para o futuro da Câmara de Salvaterra no que toca à falcoaria e ao universo a ela associado, pensa-se para já “em melhorar a exposição permanente e ampliar o acervo com mais informação acerca das aves” mas também “dar um tom mais século XVIII ao palácio, de forma a percebermos a origem do edifício”. Para conseguir essa faceta de entrada na máquina do tempo, angariar espólio decorativo seria essencial. A Câmara espera concretizar tal logo que a GNR abandone parte das instalações do palácio, quando as obras do novo posto forem uma realidade. A intenção passa por criar um centro documental associado à falcoaria, e ao espólio de Natália Correia Guedes que “era do seu pai, e para o qual precisamos de uma nova sala”.
Salvaterra de Magos é a capital nacional da falcoaria desde 2014, e espera inscrever o seu nome na lista de cidades em todo o mundo cuja arte falcoeira é património cultural e imaterial da Unesco. A falcoaria é uma modalidade de caça praticada em Portugal desde o século XII e assinalada no território desde a fundação da nacionalidade. A sua prática manteve-se, em grande parte, inalterada ao longo dos séculos. Foi também a falcoaria que contribuiu para a fixação da família real durante longos períodos no concelho de Salvaterra.
Promover este património é o principal objetivo da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. O edifício da falcoaria está aberto ao público, podendo quem ali se desloca apreciar um conjunto de cerca de 20 aves de rapina, em exibição no pátio interior do edifício. Para além disso há ainda demonstrações de voo, vários workshops dedicados a este tipo de universo, encontros entre falcoeiros, e outras atividades que acontecem no recuperado edifício da falcoaria, já com 250 anos de história.
A Unesco deverá debruçar-se para uma decisão final em novembro das intenções de Portugal e de Salvaterra quanto ao dossier em causa, que foi elaborado pela autarquia em conjunto com a Universidade de Évora, e a associação nacional de falcoeiros, “e que procura explicar a razão pela qual devemos integrar essa lista, numa valorização da nossa história, tendo em conta também que temos um palácio único na Península Ibérica, bem como todas as atividades por nós dinamizadas”, explica Hélder Esménio, presidente da Câmara de Salvaterra. “Este património juntar-se-á com certeza à lista de países que já viram consagrada a sua falcoaria. A decisão será em novembro em Adis Abeba”, informa José Barbieri da Cooperativa Cultural Memoria Media que também participou neste projeto. A candidatura da falcoaria de Salvaterra ganhou fôlego “com a recuperação do palácio e com a dinamização de uma série de atividades inerentes à arte falcoeira”, junta o presidente para reforçar as possibilidades desta candidatura.
No que respeita a esta arte, a da falcoaria, a mesma tem mantido a sua forma tradicional ao longo dos anos, alterando-se contudo o contexto social e alguns materiais dos instrumentos utilizados. A comunidade de falcoeiros não considera a prática em risco ou ameaçada, mas são importantes ações de salvaguarda para manter e para transmitir este saber. Os conhecimentos e práticas encontram-se atualmente asseguradas por cerca de 50 falcoeiros que estão no ativo e pela Associação Portuguesa de Falcoaria (com 150 associados). No resto do planeta, “esta é uma arte viva em diferentes pontos, e na Europa assiste-se ao fenómeno de ser uma atividade praticada pelas classes mais altas da sociedade. Quando pensamos em tradições, por vezes lembra-nos apenas dos grupos mais humildes, mas a falcoaria é fantástica nisso porque junta todos”, concretiza José Barbieri.
O reconhecimento que a Unesco pode dar a este património contribuirá para a sua valorização, “ e com isso fomentar o número de visitas que já foi de três mil por ano, estando agora nas sete mil”, e “promover outros produtos do concelho como o rio, os passeios, a observação de aves, e a gastronomia”, salienta Esménio. A autarquia espera ainda contar com “o apoio promocional e turístico que a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo” possa vir a conferir a este projeto, embora não o tenha acompanhado na sua primeira fase.
Depois da requalificação do edifício em 2009, Salvaterra passou a contar com um novo espaço de lazer e de cultura, e no entender de Hélder Esménio, a autarquia “teve a coragem política necessária para prescindir do restaurante” que funcionou durante algum tempo no local, mas que estava fechado “quando chegámos à Câmara” em 2013. “Arriscámos em mudar o paradigma, encerrando o restaurante, porque não se justificava a concessão de mais um espaço destes”. Optou-se antes por uma galeria de exposições, “onde há sempre novidades”.
Entre os projetos para o futuro da Câmara de Salvaterra no que toca à falcoaria e ao universo a ela associado, pensa-se para já “em melhorar a exposição permanente e ampliar o acervo com mais informação acerca das aves” mas também “dar um tom mais século XVIII ao palácio, de forma a percebermos a origem do edifício”. Para conseguir essa faceta de entrada na máquina do tempo, angariar espólio decorativo seria essencial. A Câmara espera concretizar tal logo que a GNR abandone parte das instalações do palácio, quando as obras do novo posto forem uma realidade. A intenção passa por criar um centro documental associado à falcoaria, e ao espólio de Natália Correia Guedes que “era do seu pai, e para o qual precisamos de uma nova sala”.
Comentários
Ainda não há novidades ...