Falta de professores preocupa agrupamento de escolas de Azambuja
Entrevista com Madalena Tavares, diretora do agrupamento de escolas de Azambuja sobre os principais desafios no início de mais um ano escolar
|09 Nov 2021 08:56
Miguel António Rodrigues O agrupamento de Escolas de Azambuja luta atualmente com a falta de docentes. A situação é transversal a outros municípios, mas conforme referiu a diretora do agrupamento à Rádio Valor Local, Madalena Tavares, “com o mal dos outros estamos nós bem”.
A professora que está atualmente no seu segundo mandato, tem vindo a lutar para que o agrupamento de escolas de Azambuja ganhe cada vez mais estatuto entre os seus pares, algo difícil, sobretudo por causa do período pandémico que o mundo atravessa. A responsável, que assume a educação como uma bandeira, salienta que nos dias que correm há uma diversidade de fatores que levam a que não existam condições para se fixarem professores em Azambuja. Ressalvando, contudo, algumas exceções de docentes que vieram para Azambuja enquanto substitutos, e entretanto passaram a contratados. Madalena Tavares fala de uma realidade desajustada aos tempos que correm, porque a grande maioria dos docentes está no norte do país, mas as vagas concentram-se no centro e sul. A diretora salienta a realidade já sobejamente conhecida de todos, que se relaciona com a falta de condições. Os preços das habitações são caros, e os arrendamentos também não ajudam à fixação dos professores, algo que se está a passar também com os médicos. “Desde setembro que estou dia e noite a refazer horários. Já estou na fase de contatar as escolas todas aqui à volta a perguntar se têm professores para algumas das disciplinas que nós não temos, nem que fosse para darem umas horinhas”, desabafa Madalena Tavares que já questionou também outros professores para o caso de conhecerem colegas que possam fazer “uma perninha” em Azambuja. A diretora diz que já era expectável este quadro, mas não tão depressa. O limite temporal estimado seria de dois anos “mas a situação agravou-se com a Informática e com o Inglês”. Madalena Tavares refere a existência de dificuldades para substituir professores quando algum docente entra em baixa “sendo que as disciplinas mais afetadas são o Português, a Informática, a Físico-Química”, frisando que a questão da falta de professores é um problema antigo que em nada está relacionado com a pandemia, mas em parte também foi afetado. OUÇA O ÁUDIO
Ainda no que toca à pandemia, este foi um desfio que foi sendo ultrapassado. A escola continuou a levar refeições aos alunos mais carenciados, mas em alguns casos não conseguiu que continuassem a frequentar as aulas, neste caso à distância. Madalena Tavares refere que embora a autarquia tenha ajudado com a distribuição de computadores, existiram problemas difíceis de resolver, como a iliteracia digital dos encarregados de educação em alguns casos, e noutros a falta por exemplo de rede de internet.
Ainda assim, e com novos hábitos, os alunos adaptaram-se e o próximo ano letivo, embora diferente, poderá vir a beneficiar muito dos ensinamentos de 2020 e 2021. |
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