Falta pouco para os grandes dias da Feira de Maio
De 28 de maio a 1 de junho, está aí a altura do ano pela qual os azambujenses mais anseiam. Para além das novidades deste ano, e de uma conversa com o presidente da nova associação das tertúlias, falámos com alguns azambujenses que dão a conhecer memórias de outras feiras.
A Feira de Maio está de regresso a Azambuja. O certame centenário há muito que é aguardado pelos munícipes e pelos visitantes, que contam os dias sobretudo a pensar nas largadas de toiros.
Ao Valor Local, Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, destacou que a Feira de Maio “já é conhecida internacionalmente”, vincado que o grande chamariz do certame são exatamente as largadas de toiros e a tradição a elas associada.
A Feira que decorre de 28 de maio a 1 de junho, é composta mais uma vez por largadas de toiros, gastronomia, representada na Praça das Freguesias pelas respetivas freguesias e pelos aspetos ligados não só à tauromaquia, como ligados também ao mundo equestre.
Este ano a Feira tem uma nova componente. É a primeira vez que as tertúlias se juntam para dar uma nova cor à festa. Durante o último ano, foi criada a União de Tertúlias de Azambuja (UTA), que é composta pelas tertúlias que participam no certame, e que também levam a cabo algumas iniciativas laterais. Em anos anteriores, as tertúlias juntaram-se e levaram a efeito algumas iniciativas, nomeadamente, torneios de futebol disputados entre as mesmas, mas este ano, já organizadas em associação, vão promover pela primeira vez uma largada de “touro à corda” algo mais tradicional nos Açores, mas que chega, pela primeira vez a Azambuja.
Sobre esta iniciativa, Luís de Sousa, destaca a sua importância no enriquecimento da feira. Para o autarca, esta iniciativa acaba por ser mais um chamariz para o certame de Azambuja, destacando que o público ao qual se dirige, tem “bastante apetência para este tipo de divertimentos”.
Aliás, Luís de Sousa que destaca a afición dos azambujenses, vinca igualmente que praticamente durante todo o ano, “tudo em Azambuja gira à volta da feira. A partir do momento em que se começam a colocar as tronqueiras, no início de maio, “aparecem os primeiros assadores à porta das tertúlias, e começa aí um ambiente espetacular que só se vive em Azambuja”.
Esta é de resto uma edição onde as restrições financeiras vão continuar. Apesar do município ter melhorado as suas contas, o que é certo, é que a autarquia ainda não voltou a investir no certame como no início dos anos 2000, na altura em que Luís de Sousa era apenas vice-presidente e Joaquim Ramos, presidente. Luís de Sousa vinca contudo que o orçamento subiu em relação ao ano passado, o que “por si só já é positivo”.
Porém a Feira de Maio não se resume só aos toiros. O certame conta mais uma vez com a participação da Associação Comércio e Industria de Azambuja (ACISMA), que é responsável pelo pavilhão das atividades económicas montado todos os anos no Campo da Feira de Azambuja. Como habitualmente o pavilhão vai ter um misto de atividades económicas, com a representação de empresas e também de alguns artesãos que demonstram ao vivo a sua arte.
Mesmo ao lado, a Praça das Freguesias é a montra das freguesias do concelho de Azambuja. Cada dia é dedicado a uma localidade, com demonstração de folclore, bandas de música e ginástica, numa autêntica romaria das gentes das demais freguesias à sede de concelho.
Em paralelo, vão ser realizados concursos equestres, e os habituais concursos de montras, fachadas, largos e ruas com motivos alusivos à Feira de Maio.
Luís de Sousa, espera este ano que o tempo volte a ajudar e que voltem a ser milhares os forasteiros que visitam a vila nestes dias de festa, com o destaque para a “Noite da Sardinha Assada” que se realiza na sexta-feira, com a distribuição gratuita de sardinhas, pão e vinho. Este ano, os valores mantêm-se, sendo que só as sardinhas, resultam em quatro toneladas de distribuição gratuita.

Preciosidades do mundo taurino no espólio de Salema
António Salema é sem dúvida uma figura de destaque na vila de Azambuja, pelo seu percurso ligado à tauromaquia. É uma personagem que muitos consideram ter incrementado as tradições taurinas na vila. O Valor Local decidiu ir conversar com ele, nesta altura do ano. Fomos até à sua Casa Museu onde nos recebeu de braços abertos e nos descreveu todo o seu espólio: “Tudo o que tenho nesta casa vem desde o meu tempo de juventude. Comecei por colecionar programas, fotografias e a contatar pessoas do meio taurino, e com isso fui ganhando bastante conhecimento ao longo de todos estes anos.”
Para além de todos os elementos materiais, António Salema também possui outro património – uma vasta memória de tudo o que seus olhos viram: “Em Portugal vi 77 corridas, em Espanha 200 corridas.”
Em Azambuja, ainda não existe um museu da tauromaquia, mas segundo António Salema, a terra merece sem dúvida um espaço daquela natureza pois está mesmo situada no coração do Ribatejo. Mas para tal seria “preciso um pouco mais de união por parte das pessoas da tauromaquia”, não hesita em confessar.
Memórias da feira são muitas, e António Salema recorda-se da feira de antigamente quando “os touros eram enjaulados, e ninguém calcula o que era ver as ruas cheias de pessoas para verem os toiros a serem enjaulados”. “Era algo impressionante”, recorda-se.
Pedimos ainda a António Salema, uma visita guiada à sua casa museu, para nos mostrar um pouco mais do seu mundo. Em primeiro lugar, deu-nos a conhecer algumas fotos de Alexandre Vieira, o primeiro toureiro azambujense, e de seguida de Ana Maria d’Azambuja a primeira mulher toureira em Portugal. Mas neste mundo muito próprio deste azambujense há também retratos de Carlos Pimentel, Etelvino Laureano, Maria Cristina Correia – pintora de toureios, Manuel Tavares, Manuel Jorge de Oliveira e José Tavares, sempre protegidos pela imagem da Virgem de Macarena que é a padroeira dos toureiros. Outra das fotos significativas do seu espólio trata-se de uma de Penha “Curro Romero” em Espanha. Ou uma foto da cavaleira peruana Conchita Cintrón, a toureira feminina mais conhecida da história da tauromaquia. Guarda ainda uma foto da antiga tertúlia tauromáquica azambujense e em destaque uma foto de Ortigão Costa, que dá nome à praça de touros de Azambuja.
Mas as relíquias de Salema não se ficam por aqui. Exposto também um programa da corrida de touros nas arenas de Valencia, na Venezuela, onde Etelvino Laureano toureou com Cesar Giron, um dos toureiros mais conhecidos da Venezuela.
Deu-nos a conhecer alguns dos livros que editou para toureiros como Ana Maria d’Azambuja, Etelvino Laureano e Manuel Jorge D’Oliveira. Em 2001, foi realizada em sua homenagem uma corrida de toiros, e também guarda essa recordação

União Tertúlias Azambuja quer revitalizar a festa
Nos últimos anos a Feira de Maio de Azambuja tem ficado marcada pelo número de tertúlias que tem vindo a crescer. Com esse crescimento, surgiu a necessidade de mais organização, já que muitas apenas registavam alguma atividade durante a Feira. Foi tendo em conta esta realidade que foi constituída a União Tertúlias Azambuja (UTA) presidida por João Alves.
Embora o balanço no que toca à adesão à associação seja positivo, João Alberto Alves refere que a representatividade a nível de associados ainda não é muito expressiva. Mas quando falamos nos eventos realizados pela UTA, “a adesão é significativa”, “mesmo por parte de quem ainda não se associou.” A título de exemplo destaca a “Festa Campera” organizada no dia 29 de março, que contou com a presença de 200 pessoas, “mesmo com a realização nesse dia da Procissão do Senhor dos Passos em Azambuja”.
Com a Feira de Maio à porta, João Alves diz-se expectante quanto à possibilidade de mais tertulianos se juntarem à associação. “Pois certamente que para além das vantagens que terão em se associar, também nos dão mais força para a realização de eventos”.
Quanto aos objetivos, o presidente desta associação, com meia dúzia de meses, destaca que o principal objetivo passa pela promoção do convívio entre os associados. Para além disso, a UTA aposta na dinamização da Feira de Maio de Azambuja e na promoção das tertúlias azambujenses desde que se “enquadrem no verdadeiro espírito do significado de ‘tertúlia’ ou seja: organizar, promover e apoiar todo o tipo de eventos relacionados com a festa brava bem como as tradições que se lhe encontram intimamente ligadas, procurando ao máximo honrar e distinguir o nome da nossa vila”.
Tendo em conta o número de aficionados da festa brava existente em Azambuja, o presidente da UTA destaca que a associação tem como objetivo também contribuir para o fomento da afición. Assim, vinca: “Sabemos do que o povo gosta, conhecemos o caminho que temos de seguir”. “ Progressivamente, as pessoas e as coletividades vão-nos conhecendo e sabendo que podem contar connosco para colaborar e organizar eventos relacionados com a festa brava”.
Todavia a UTA está também aberta à restante comunidade, como a escolar. João Alberto Alves adianta ao Valor Local, que está em curso uma parceria com as escolas de Azambuja “com o lançamento de um concurso para que os alunos desenhem a nossa bandeira”. “Recebemos mais de 100 participações, trabalhos fantásticos que vão estar expostos no pavilhão das freguesias durante o período da feira”.
Outra das novidades da Feira de Maio deste ano é a realização do “Toiro à Corda”. Tal é uma tradição dos Açores, mas a UTA quer apostar na diversidade, e por isso mesmo leva a cabo pela primeira vez este evento na rua principal da vila, no próximo dia 23 às 21h.
A ideia de trazer este evento para a Feira de Maio nasceu no ano passado, mas vinca que tal iniciativa não tem como objetivo alterar as tradições de Azambuja, ou implementar as tradições de outros “mas sim mostrar diferentes culturas”. “Somos gente jovem com ideias novas e válidas, queremos a divulgação da nossa terra, e apoiar o comércio local, no fundo agitar as águas para que a festa também saia da rotina”, elucida, acrescentando: “Não queremos ir contra ninguém, nem sequer ferir quem quer que seja, mas não nos podem criticar a ambição de fazer mais e melhor, e se o conseguirmos, quem ganha é Azambuja”.
Nos últimos anos a Feira de Maio de Azambuja tem ficado marcada pelo número de tertúlias que tem vindo a crescer. Com esse crescimento, surgiu a necessidade de mais organização, já que muitas apenas registavam alguma atividade durante a Feira. Foi tendo em conta esta realidade que foi constituída a União Tertúlias Azambuja (UTA) presidida por João Alves.
Embora o balanço no que toca à adesão à associação seja positivo, João Alberto Alves refere que a representatividade a nível de associados ainda não é muito expressiva. Mas quando falamos nos eventos realizados pela UTA, “a adesão é significativa”, “mesmo por parte de quem ainda não se associou.” A título de exemplo destaca a “Festa Campera” organizada no dia 29 de março, que contou com a presença de 200 pessoas, “mesmo com a realização nesse dia da Procissão do Senhor dos Passos em Azambuja”.
Com a Feira de Maio à porta, João Alves diz-se expectante quanto à possibilidade de mais tertulianos se juntarem à associação. “Pois certamente que para além das vantagens que terão em se associar, também nos dão mais força para a realização de eventos”.
Quanto aos objetivos, o presidente desta associação, com meia dúzia de meses, destaca que o principal objetivo passa pela promoção do convívio entre os associados. Para além disso, a UTA aposta na dinamização da Feira de Maio de Azambuja e na promoção das tertúlias azambujenses desde que se “enquadrem no verdadeiro espírito do significado de ‘tertúlia’ ou seja: organizar, promover e apoiar todo o tipo de eventos relacionados com a festa brava bem como as tradições que se lhe encontram intimamente ligadas, procurando ao máximo honrar e distinguir o nome da nossa vila”.
Tendo em conta o número de aficionados da festa brava existente em Azambuja, o presidente da UTA destaca que a associação tem como objetivo também contribuir para o fomento da afición. Assim, vinca: “Sabemos do que o povo gosta, conhecemos o caminho que temos de seguir”. “ Progressivamente, as pessoas e as coletividades vão-nos conhecendo e sabendo que podem contar connosco para colaborar e organizar eventos relacionados com a festa brava”.
Todavia a UTA está também aberta à restante comunidade, como a escolar. João Alberto Alves adianta ao Valor Local, que está em curso uma parceria com as escolas de Azambuja “com o lançamento de um concurso para que os alunos desenhem a nossa bandeira”. “Recebemos mais de 100 participações, trabalhos fantásticos que vão estar expostos no pavilhão das freguesias durante o período da feira”.
Outra das novidades da Feira de Maio deste ano é a realização do “Toiro à Corda”. Tal é uma tradição dos Açores, mas a UTA quer apostar na diversidade, e por isso mesmo leva a cabo pela primeira vez este evento na rua principal da vila, no próximo dia 23 às 21h.
A ideia de trazer este evento para a Feira de Maio nasceu no ano passado, mas vinca que tal iniciativa não tem como objetivo alterar as tradições de Azambuja, ou implementar as tradições de outros “mas sim mostrar diferentes culturas”. “Somos gente jovem com ideias novas e válidas, queremos a divulgação da nossa terra, e apoiar o comércio local, no fundo agitar as águas para que a festa também saia da rotina”, elucida, acrescentando: “Não queremos ir contra ninguém, nem sequer ferir quem quer que seja, mas não nos podem criticar a ambição de fazer mais e melhor, e se o conseguirmos, quem ganha é Azambuja”.
Memórias da Feira de Maio

João Luís Simão, 75 anos
“Há uns anos atrás, quando iniciei a minha profissão, a feira era diferente, sobretudo no trabalho que era mais abundante naquele tempo. Trabalhávamos muito para as empresas de cavalaria e agora isto está muito fraco. Até chegámos a vender artesanato na Feira. Lembro-me que numa ocasião, estava na rua a brincar com os toiros, queria fugir, e tive praticamente de ‘voar’ para o touro não me apanhar”

Inês Louro, presidente da Junta de Freguesia de Azambuja
“Da parte da Junta de Freguesia de Azambuja nós esperamos que seja mais uma edição de muito sucesso que atraia muitas pessoas a Azambuja como é hábito. Que venham visitar a nossa vila e ver as nossas tradições porque são merecedoras disso, que os próprios azambujenses saibam viver a festa com alegria e harmonia e que não haja registos de acidentes graves. Quanto a uma boa recordação da Feira de Maio, lembro-me que de uma de infância que costumo partilhar frequentemente: Houve um ano em que os carrosséis ficaram na Água Férrea, exatamente em frente à casa da minha mãe, e foi terrível para ela, pois eu queria estar lá constantemente. Mas as memórias da Feira de Maio são sempre idênticas: Receber os nossos amigos e familiares, sendo a feira uma ocasião para criar e fortalecer laços de amizade.”
“Da parte da Junta de Freguesia de Azambuja nós esperamos que seja mais uma edição de muito sucesso que atraia muitas pessoas a Azambuja como é hábito. Que venham visitar a nossa vila e ver as nossas tradições porque são merecedoras disso, que os próprios azambujenses saibam viver a festa com alegria e harmonia e que não haja registos de acidentes graves. Quanto a uma boa recordação da Feira de Maio, lembro-me que de uma de infância que costumo partilhar frequentemente: Houve um ano em que os carrosséis ficaram na Água Férrea, exatamente em frente à casa da minha mãe, e foi terrível para ela, pois eu queria estar lá constantemente. Mas as memórias da Feira de Maio são sempre idênticas: Receber os nossos amigos e familiares, sendo a feira uma ocasião para criar e fortalecer laços de amizade.”

Joaquim Ramos, antigo presidente da Câmara Municipal de azambuja
“A Feira de Maio na minha opinião é realmente ‘a mais castiça do Ribatejo’, se compararmos com outras feiras verificamos que esta é de fato um ponto de encontro de afetos, onde a cultura ribatejana explora todas as suas diversas vertentes, e onde já vêm pessoas de todo o país inclusive do estrangeiro. E esta frase não é apenas um slogan. Lembro-me de muitas histórias associadas a esta festa, algumas tristes, outras mais felizes. Gostava de partilhar o empenho das pessoas relativamente à Feira de Maio, a união das freguesias era algo notável na praça das freguesias. Enquanto antigo Presidente da Câmara, estas são as melhores memórias que tenho. Outra agradável memória foram os bons momentos passados na tertúlia que frequentava.
“A Feira de Maio na minha opinião é realmente ‘a mais castiça do Ribatejo’, se compararmos com outras feiras verificamos que esta é de fato um ponto de encontro de afetos, onde a cultura ribatejana explora todas as suas diversas vertentes, e onde já vêm pessoas de todo o país inclusive do estrangeiro. E esta frase não é apenas um slogan. Lembro-me de muitas histórias associadas a esta festa, algumas tristes, outras mais felizes. Gostava de partilhar o empenho das pessoas relativamente à Feira de Maio, a união das freguesias era algo notável na praça das freguesias. Enquanto antigo Presidente da Câmara, estas são as melhores memórias que tenho. Outra agradável memória foram os bons momentos passados na tertúlia que frequentava.

João Benavente, antigo presidente da Câmara de Azambuja
"Houve uma situação, nas largadas, em que fiquei pendurado num antigo portão que se situava, onde é hoje a atual caixa agrícola, e ao fugir do toiro que me surpreendeu, saltei e agarrei-me a esse portão que tinha uns bicos cortantes, e cortei as mãos. No entanto não foi nada de grave. Lembro-me também de quando o meu falecido cunhado teve ir parar às urgências por causa de um touro.
Também houve uma situação, há mais de 20 anos, quando eu fiz uma visita à Tertúlia dos Forcados, na última largada de toiros, isto é na segunda-feira. Quando o último touro ia ser recolhido, o João Alves veio à porta chamar o touro, e este apanhou-o e partiu-lhe a perna. Tinha uma fratura exposta na perna, e nós amigos dele ficámos com as lágrimas nos olhos, no entanto, ele gritava: 'Não chorem, viva a Feira de Maio!' Foi um dos momentos mais marcantes para mim enquanto azambujense, relativamente a esta festa.”
"Houve uma situação, nas largadas, em que fiquei pendurado num antigo portão que se situava, onde é hoje a atual caixa agrícola, e ao fugir do toiro que me surpreendeu, saltei e agarrei-me a esse portão que tinha uns bicos cortantes, e cortei as mãos. No entanto não foi nada de grave. Lembro-me também de quando o meu falecido cunhado teve ir parar às urgências por causa de um touro.
Também houve uma situação, há mais de 20 anos, quando eu fiz uma visita à Tertúlia dos Forcados, na última largada de toiros, isto é na segunda-feira. Quando o último touro ia ser recolhido, o João Alves veio à porta chamar o touro, e este apanhou-o e partiu-lhe a perna. Tinha uma fratura exposta na perna, e nós amigos dele ficámos com as lágrimas nos olhos, no entanto, ele gritava: 'Não chorem, viva a Feira de Maio!' Foi um dos momentos mais marcantes para mim enquanto azambujense, relativamente a esta festa.”

João Alves, natural de Azambuja, 71 anos
“Tenho muitas expectativas para a Feira de Maio deste ano, tenho expectativas muito suscetíveis, e viva a feira de maio. Tenho um episódio que posso contar: Naquela altura, há anos atrás, as tronqueiras ainda eram feitas de varolas de eucalipto e o largo da Câmara estava fechado, a Câmara só tinha um piso. Fui brincar com o toiro, escondo-me na porta da Câmara e o touro vem atrás de mim para dentro do edifício, o presidente da Câmara da altura até me quis mandar prender!”
“Tenho muitas expectativas para a Feira de Maio deste ano, tenho expectativas muito suscetíveis, e viva a feira de maio. Tenho um episódio que posso contar: Naquela altura, há anos atrás, as tronqueiras ainda eram feitas de varolas de eucalipto e o largo da Câmara estava fechado, a Câmara só tinha um piso. Fui brincar com o toiro, escondo-me na porta da Câmara e o touro vem atrás de mim para dentro do edifício, o presidente da Câmara da altura até me quis mandar prender!”

Mário Fernando Pinto, 64 anos
“Estive 23 anos ligado ao mundo tauromáquico, nomeadamente, aos Forcados de Azambuja, e tive várias lesões mas nunca me tinha acontecido ser colhido por um touro. Há dois anos quando já não estava tão envolvido na festa brava, numa das largadas fui colhido, levei 50 pontos numa perna. Quando era forcado, recordo-me que numa ocasião fomos pegar a Alter do Chão e depois da corrida fomos jantar. Quando terminámos a refeição, o nosso cabo dos Forcados, que na altura era o José António Carlos, foi falar com o empresário da praça e quando saíu do restaurante, a conta já estava paga. Deixámos o cabo em Alter do Chão, que teve de vir no dia seguinte de comboio.”
“Estive 23 anos ligado ao mundo tauromáquico, nomeadamente, aos Forcados de Azambuja, e tive várias lesões mas nunca me tinha acontecido ser colhido por um touro. Há dois anos quando já não estava tão envolvido na festa brava, numa das largadas fui colhido, levei 50 pontos numa perna. Quando era forcado, recordo-me que numa ocasião fomos pegar a Alter do Chão e depois da corrida fomos jantar. Quando terminámos a refeição, o nosso cabo dos Forcados, que na altura era o José António Carlos, foi falar com o empresário da praça e quando saíu do restaurante, a conta já estava paga. Deixámos o cabo em Alter do Chão, que teve de vir no dia seguinte de comboio.”

Manuel Rosa, 63 anos
“Recordo-me bem de uma feira, embora não saiba precisar o ano, quando os touros andavam juntos ao contrário do que acontece hoje. Um vinha do Rossio e o outro vinha da zona dos Bombeiros, quando se aproximaram da atual biblioteca, chocaram, e um deles caiu para o chão e morreu nesse mesmo instante. No ano passado, lembro-me de um toiro bastante maroto que deu uma pancada ali na tronqueira junto ao meu estabelecimento e a portinhola foi ao ar. Eu fiquei a olhar para o bicho muito calmo e sereno, mas apanhei um susto. Sabia que ele não entrava no meu estabelecimento, no entanto assustei-me.”
“Recordo-me bem de uma feira, embora não saiba precisar o ano, quando os touros andavam juntos ao contrário do que acontece hoje. Um vinha do Rossio e o outro vinha da zona dos Bombeiros, quando se aproximaram da atual biblioteca, chocaram, e um deles caiu para o chão e morreu nesse mesmo instante. No ano passado, lembro-me de um toiro bastante maroto que deu uma pancada ali na tronqueira junto ao meu estabelecimento e a portinhola foi ao ar. Eu fiquei a olhar para o bicho muito calmo e sereno, mas apanhei um susto. Sabia que ele não entrava no meu estabelecimento, no entanto assustei-me.”

Vítor Teixeira, 79 anos,
“Por hábito tenho uma tertúlia junto da biblioteca onde passamos os cinco dias da feira, a comer, a beber, e a dar as boas vindas aos forasteiros que vêm até a esta vila. Lembro-me que houve uma Feira de Maio logo após o 25 de abril, na qual fui o tesoureiro, e nessa altura conseguíamos fazer o certame com apenas 70 contos ou menos que isso.”
“Por hábito tenho uma tertúlia junto da biblioteca onde passamos os cinco dias da feira, a comer, a beber, e a dar as boas vindas aos forasteiros que vêm até a esta vila. Lembro-me que houve uma Feira de Maio logo após o 25 de abril, na qual fui o tesoureiro, e nessa altura conseguíamos fazer o certame com apenas 70 contos ou menos que isso.”

Centro Hípico Lebreiro cativa os jovens de Azambuja
O Centro Hípico Lebreiro de Azambuja continua a dar cartas no setor. Rui Santos, da direção da associação, explicou ao Valor Local, que um dos objetivos é o fomento do gosto pelos deportos equestres, e que isso tem-se notado, não só, através do número de alunos que estão no centro, como também através dos prémios arrecadados pelos seus pupilos.
Numa destas manhãs de sábado, a reportagem do Valor Local testemunhou isso mesmo em loco. Algumas dezenas de crianças praticavam atividades equestres nas instalações do centro, com preços que rondam os 40 euros mensais, “que, contudo, mal dão para as despesas correntes”, refere o dirigente.
Esta é de resto uma realidade comum a muitas assocializações. “Manter esta casa não é fácil, sabemos que a situação económica e social do país não é das melhores, mas infelizmente não podemos dar aulas de forma gratuita. Também temos as despesas com o treinador, os tratadores, os cavalos e sabemos que os alunos também têm dificuldades, mas ainda assim, levamos a casa para a frente”, refere Rui Lopes, que confessa não assistir a um grande entusiasmo por parte do mecenato local.
“Não fora o empenho dos diretores, treinadores, e alunos, a tarefa seria bastante mais difícil”. Contudo, os responsáveis salientam os resultados que “enchem” de orgulho aqueles que diariamente vestem a camisola do “picadeiro”, como de resto é conhecida a associação.
Rui Santos vinca o trabalho feito junto das crianças que todas as semanas estão presentes nos treinos, mas destaca igualmente que o centro também tem adultos na sua escola. “Temos cerca de 45 a 50 alunos inscritos neste momento. As aulas de equitação são três vezes por semana e os resultados estão à vista”.
O responsável anunciou que, nesta altura, o Centro Hípico tem alguns participantes no Circuito Ensino do Ribatejo: “Temos tido belíssimos resultados nas várias modalidades desse campeonato, com destaque para os alcançados no dia nove de maio, na Escola Superior Agraria de Santarém, onde conseguimos os primeiros três lugares na prova de preliminar 1, o que na nossa opinião é bastante bom, tendo em conta o valor da concorrência”.
Rui Santos salienta que um dos objetivos é a promoção dos desportos equestres, e nesse capítulo, considera que os resultados estão a ser cumpridos. O responsável vinca que a associação tem conseguido “tirar os nossos jovens da rua e ligá-los às nossas culturas, ao cavalo e ao touro”. Sendo que no aspeto do touro, “há outras associações com mais apetência para essa vertente que está bastante bem entregue aqui na nossa vila”.
Rui Santos salienta entretanto que a grande aposta do centro é que cada aluno tenha o seu próprio cavalo, embora acentue que a associação disponibiliza também os animais.
Miguel António Rodrigues com Nuno Vicente e Laura Costa
23-05-2015
O Centro Hípico Lebreiro de Azambuja continua a dar cartas no setor. Rui Santos, da direção da associação, explicou ao Valor Local, que um dos objetivos é o fomento do gosto pelos deportos equestres, e que isso tem-se notado, não só, através do número de alunos que estão no centro, como também através dos prémios arrecadados pelos seus pupilos.
Numa destas manhãs de sábado, a reportagem do Valor Local testemunhou isso mesmo em loco. Algumas dezenas de crianças praticavam atividades equestres nas instalações do centro, com preços que rondam os 40 euros mensais, “que, contudo, mal dão para as despesas correntes”, refere o dirigente.
Esta é de resto uma realidade comum a muitas assocializações. “Manter esta casa não é fácil, sabemos que a situação económica e social do país não é das melhores, mas infelizmente não podemos dar aulas de forma gratuita. Também temos as despesas com o treinador, os tratadores, os cavalos e sabemos que os alunos também têm dificuldades, mas ainda assim, levamos a casa para a frente”, refere Rui Lopes, que confessa não assistir a um grande entusiasmo por parte do mecenato local.
“Não fora o empenho dos diretores, treinadores, e alunos, a tarefa seria bastante mais difícil”. Contudo, os responsáveis salientam os resultados que “enchem” de orgulho aqueles que diariamente vestem a camisola do “picadeiro”, como de resto é conhecida a associação.
Rui Santos vinca o trabalho feito junto das crianças que todas as semanas estão presentes nos treinos, mas destaca igualmente que o centro também tem adultos na sua escola. “Temos cerca de 45 a 50 alunos inscritos neste momento. As aulas de equitação são três vezes por semana e os resultados estão à vista”.
O responsável anunciou que, nesta altura, o Centro Hípico tem alguns participantes no Circuito Ensino do Ribatejo: “Temos tido belíssimos resultados nas várias modalidades desse campeonato, com destaque para os alcançados no dia nove de maio, na Escola Superior Agraria de Santarém, onde conseguimos os primeiros três lugares na prova de preliminar 1, o que na nossa opinião é bastante bom, tendo em conta o valor da concorrência”.
Rui Santos salienta que um dos objetivos é a promoção dos desportos equestres, e nesse capítulo, considera que os resultados estão a ser cumpridos. O responsável vinca que a associação tem conseguido “tirar os nossos jovens da rua e ligá-los às nossas culturas, ao cavalo e ao touro”. Sendo que no aspeto do touro, “há outras associações com mais apetência para essa vertente que está bastante bem entregue aqui na nossa vila”.
Rui Santos salienta entretanto que a grande aposta do centro é que cada aluno tenha o seu próprio cavalo, embora acentue que a associação disponibiliza também os animais.
Miguel António Rodrigues com Nuno Vicente e Laura Costa
23-05-2015
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