Festas de Samora com dois feridos graves e mais de 50 mil visitantes
Mais de 50 mil pessoas viveram as emoções das Festas em Honra de Nossa Senhora da Oliveira e Nossa Senhora de Guadalupe que decorreram em Samora Correia de 18 a 22 de agosto.
25-08-2016 às 12:24
As entradas de touros conduzidos por campinos e cavaleiros e as duas passagens de touros bravos na Estrada Nacional sem proteções fizeram subir a adrenalina dos amantes da Festa Brava na cidade de Samora Correia.
As iniciativas com touros bravos atraíram milhares de aficionados que saíram satisfeitos com a bravura dos exemplares apresentados pela Ganadaria José Dias. Os bombeiros socorreram nove vítimas no seu posto avançado de emergência, sendo dois feridos graves. Um homem de 22 anos foi colhido logo na primeira largada e sofreu uma perfuração profunda de uma nádega e várias lesões causadas por um touro em pontas com cerca de 500 kg. O jovem, residente em Alhandra, foi surpreendido pelo touro na rua do Amparo e valeram os populares que o conseguiram colocar no interior duma casa, retirando da fúria do animal. Os bombeiros recorreram a um trator com reboque para chegar ao local onde o touro permaneceu, investindo até contra um dos pneus do trator. “Tal não era a bravura do animal”, diz um dos populares que assistiu à colhida. O outro ferido grave foi vítima duma queda na noite da sardinha assada onde foram oferecidos 2000 quilos de sardinha, milhares de pedaços de pão e mais de 1000 litros de vinho. O homem caiu do cimo da tronqueira e sofreu lesões graves com fratura e traumatismo cranianos. Permanece internado com diagnóstico reservado. Segundo o comando dos bombeiros de Samora, os restantes feridos foram vítimas de colhidas e de indisposições causadas pelo consumo de álcool. No lado bom da festa, o Campino foi convidado de honra com dezenas de homens do colete encarnado e barrete verde a darem colorido e sentido à cidade nos cortejos, procissão e nas provas de condução de gado, perícia e picaria à vara larga. Este ano a componente religiosa foi ainda mais intensa com maior participação nas iniciativas religiosas na Igreja e fora dela. O destaque para a procissão em honra das padroeiras que reuniu no domingo mais de três mil devotos acompanhando 16 andores ao som da banda de música e da fanfarra da terra. Foi um momento de enorme devoção. “Estou na Alemanha há 33 anos, já não vinha a esta Festa há três anos, mas adorei. Estou muito emocionada com esta procissão e com a beleza da nossa Igreja”, refere Etelvina Cruz, 62 anos, natural de Samora Correia. A Igreja Matriz foi reabilitada e é o ex-libris da cidade a par do Palácio do Infantado que durante a festa esteve de portas abertas com várias exposições que tocaram milhares de visitantes. Uma das mostras recorda a destruição do Palácio que albergou o Rei D. Miguel. O Monumento foi consumido por um violento incêndio há 40 anos e após a sua reabilitação foi transformado em casa da cultura de Samora Correia. Uma segunda exposição homenageia Sérgio Perilhão, um dos mais queridos filhos da terra. Homem dedicado à Igreja e às festas e tradições ribatejanas. As mostras vão continuar disponíveis no Palácio que agora é do povo. A GNR montou um dispositivo de segurança que permitiu evitar situações complicadas. Todas as escaramuças e perturbações da ordem pública foram sanadas no momento pelos militares colocados estrategicamente nos pontos mais sensíveis sob a coordenação do comandante do posto local, Sargento Eurico Jesus. As festas de Samora têm a particularidade de ser organizadas por um grupo de dezenas de voluntários o que permite reduzir os custos suportados pela Câmara Municipal de Benavente, Junta de Freguesia, Comércio e população locais. Nos últimos anos o saldo tem sido negativo, mas este ano a comissão tem a expectativa de conseguir equilibrar as contas.
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