Freguesia em Destaque: Azambuja

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Desta vez na freguesia de Azambuja, o Valor Local ouviu os fregueses da sede de concelho a falarem da já afamada falta de limpeza das ruas. Fomos saber junto de Inês Louro, presidente da junta, e de Silvino Lúcio, vereador com este pelouro, o que está a falhar neste aspeto. O estado das valetas, a falta de sombras no jardim urbano, entre outros temas foram também despertados pela população nesta reportagem. Fomos também saber das necessidades de uma das coletividades da freguesia: O Grupo Desportivo de Azambuja.

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Conceição Mota, Azambuja

Há falta de sombras no jardim urbano. As árvores estão longe dos bancos. Tenho muita pena que seja assim. É complicado virmos para aqui no Verão, principalmente com crianças. Lamento bastante que tenham retirado daqui o parque infantil. Apesar de tudo saúdo a existência deste jardim, caso contrário não teríamos onde passear e conviver.


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Manuel Ferreira, Azambuja

Demoram demasiado tempo a fazer a recolha de lixos na Quinta dos Gatos, onde resido. Penso, por outro lado, que a rega dos espaços verdes é excessiva, com o sistema a funcionar durante uma hora inteira.


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Maria Luzia, Vale Espingardeiro

É muito perigoso circular na zona onde habito, com as bermas por limpar, com muitas canas no chão. A visibilidade é prejudicada. De há um ano para cá, que este cenário piorou. Perto da minha casa, sempre que chove ocorrem inundações devido à falta de escoamento. Tenho de andar constantemente de galochas a acudir a esta situação, com inundações constantes na minha propriedade. 


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João Pimentel, Azambuja

A limpeza das ruas encontra-se em mau estado. Nunca chegámos a este ponto antes. Há que olhar de outra forma também para as nossas árvores, como estas aqui ao pé da praça de touros, completamente tortas. Resido na Quinta dos Gatos, e os vizinhos queixam-se bastante do facto de a lei do ruído não ser cumprida pela Poisada do Campino. Fizeram recentemente uma festa no local e deixaram porcaria nas ruas.


As preocupações de Casais de Baixo 

Na localidade de Casais de Baixo, as queixas dos fregueses não são poucas. Fomos encontrar Daniel Cruz e João Coutinho que relataram as suas preocupações relacionadas sobretudo com a limpeza urbana, entre outras. Ambos reclamam de um problema que não é novo e que começa a assumir contornos preocupantes nesta altura do ano, como a limpeza de valetas. Os lixos acumulados entopem o normal escoamento das águas, que inundam estradas e terrenos criando dificuldades à população.

“Na Rua João Redinha dos Santos não há esgotos nem alcatrão mas o senhor vereador da Câmara sabe disso”, lança Vítor Lopes.

Nesta localidade da freguesia, não é novo também “o facto de a vegetação tapar os espelhos convexos no cruzamento da Rua dos Casaleiros com a Rua de Vale dos Apóstolos.”

A limpeza das ruas é outro dos motivos de queixas da população, com a acumulação de lixos durante vários dias, apesar de os habitantes também não procederem à desejável separação de resíduos.

“Quero aproveitar para me queixar da falta de iluminação pública. Desde a Rua Sommer de Andrade ao Dr das Lages, não há luz. Cortaram a iluminação, poste sim poste não. Junto às casas não há eletricidade. Queixei-me na junta mas disseram para ligar para a EDP. Esta noite ouvi barulhos na rua, tive de me levantar imediatamente com medo”, refere José Carreira.

Foi também mostrada ao Valor Local pelos fregueses uma valeta onde foram iniciadas obras de recuperação com a colocação de pedras, mas que não foi acabada. As pedras para a sua recuperação permanecem no leito da ribeira, (conforme se pode ver na foto abaixo).

ImagemPresidente da junta tem tentado reverter o problema da higiene urbana
A presidente da Junta de Freguesia de Azambuja, Inês Louro, conta que tem tentado “identificar” aos vários casos de valetas a necessitar de intervenção, reconhecendo que este é um problema “estrutural” que se arrasta desde há vários anos, sendo mais premente na altura das primeiras chuvas. “Estamos a tentar uma solução em conjunto com a Câmara que vai fazer a recuperação, a junta apoiará logisticamente as intervenções em Casais de Baixo e de Britos”.

No que se refere à vegetação que encobre os espelhos convexos situados nas ruas de Casais de Baixo (dos Casaleiros e Vale dos Apóstolos), causando graves problemas de visibilidade aos condutores que passam no local, a autarca refere que não pode fazer nada pois não é da sua jurisdição, “pois trata-se de terreno particular”. “Mas Câmara já sabe desse caso”, demonstra. A presidente da junta desconhecia ainda o caso da valeta não concluída com a permanência de pedras no local, mas prometeu fazer um ofício, entretanto, ao município.

Inês Louro refere que no que concerne às reclamações relativas aos problemas com a iluminação pública têm sido remetidas para o município e à EDP, “infelizmente sem a melhor resposta possível por parte de quem de direito. É necessário que a EDP venha reavaliar esses casos, penso que já houve melhorias em alguns locais, como em Mata Burros”.

A falta de sombras no jardim urbano que também surge entre as críticas dos fregueses não pode ser alvo de intervenção da junta, que apenas conseguiu para já a mudança de nome para “Jardim Urbano Dr. Joaquim Ramos”, em homenagem ao antigo presidente do município.

A falta de limpeza das ruas da freguesia é transversal às várias localidades que a compõem, Inês Louro dá conta que a junta neste momento apenas dispõe de um trabalhador fixo cedido pela Câmara para essa tarefa. Seriam precisos cerca de 15, mas a junta somente pode recorrer a mão-de-obra enviada através do Instituto de Emprego através dos denominados Programas Ocupacionais de Emprego (POC’S), sendo que arregimentar trabalhadores não se tem traduzido numa tarefa fácil. A função tem primado por um excesso de volatilidade com muita gente a entrar e a sair num curto espaço de tempo, a isto somam-se as burocracias inerentes ao processo de recrutamento que nem sempre decorre da forma mais célere possível. A junta no espaço de um mês tão depressa tem tido nove pessoas para limpar as ruas como apenas duas ou três.

“É preciso também notar que para algumas pessoas o desígnio de vir varrer as ruas de Azambuja é algo difícil de lidar, porque não é o projeto de vida das pessoas, mas temos casos de quem acabou por gostar da função, porque todos nos tratamos pelos nomes, temos um bom ambiente. Tive aqui uma dessas pessoas dos POC’s que de início chorou ao saber que lhe tinha calhado vir varrer as ruas na rifa, mas hoje ao abandonar as funções chorou com pena de ser ir embora e com saudades dos colegas”. Inês louro reforça: “Infelizmente não podemos contratar ninguém por força da lei”.

A solução dos POC’s que se tem revelado como uma espécie de pensos rápidos para um problema grave na freguesia, leva a que a junta tenha de pensar numa outra hipótese. Para já, estão prometidos mais dois trabalhadores da Câmara, o que também não é suficiente. Quanto a uma varredoura mecânica, existe um aparelho daquele tipo no estaleiro, mas a precisar de uma reparação que sairia muito cara, mesmo tendo em linha de conta que os gastos poderiam ser a meias com a Câmara. Um novo aparelho seria também impensável. A isto tudo somam-se os gastos em combustível, igualmente, dispendioso.  

Na transferência de competências da Câmara para a junta de Azambuja para além de mais dois trabalhadores, está contemplada também a transferência do mercado municipal. É intenção da junta proceder à reabertura da mercearia que funcionou durante a Feira de Maio, no Largo da Câmara, agora nas instalações do mercado, num protocolo a firmar com a ACISMA. O edifício poderá servir ainda para ações de formação.

Por outro lado, a junta vai também ver reforçadas as suas competências em matéria de apoio às escolas para já em reparações, com uma verba de 500 euros por mês para todos os estabelecimentos. Esta é aliás uma área na qual Inês Louro gostaria de dar ainda mais atenção, com atividades entre a junta e os estabelecimentos.

Quase a completar um ano de mandato, a autarca refere que a experiência tem sido desafiante, e elenca entre as várias atividades promovidas, a edição da revista “Terra Velhinha”; as caminhadas noturnas, a festa do torricado.

O executivo da junta de freguesia com apenas um ano já conheceu duas baixas, mas Inês Louro refere que a saída de José Luís Salema se deveu a motivos de saúde, “com muita pena nossa, pois deu um excelente contributo enquanto cá esteve”. Ana Marcelino Cruz, a número dois, saiu recentemente “por compromissos profissionais, algo que também lamentamos por se tratar de uma pessoa muito criativa e trabalhadora”.

O clima de tensão e por vezes de crispação entre o executivo da junta e a oposição tem sido notório. “Duas ou três pessoas massacram a junta no facebook com publicações menos simpáticas, mas decerto que da minha parte não vê nada nessas redes sociais”. Em algumas ocasiões, os eleitos na junta da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra apresentam moções que não são aprovadas pela maioria para posterior publicação nos jornais locais. “Vê-se que querem publicidade porque ninguém espera realmente que o que escreve na moção vá para a frente quando no fim remata para que esse conteúdo seja publicado nos jornais”. “Quem vem por bem nessa matéria não apresenta essa cartada à última da hora, mas fá-lo com antecedência para que as propostas sejam normalmente discutidas. Não tem objetivos promocionais”. Questionada se esta não será uma forma de resposta ao facto de a junta de freguesia pagar mensalmente uma página de divulgação numa publicação de Azambuja. “Quisemos arranjar uma forma mais económica de concretizar uma das nossas promessas eleitorais de criar uma newsletter informativa, e analisando as vantagens e desvantagens, decidimos fazer um contrato-programa com a empresa que gere a publicação em causa”.

Intervenções a cargo da Câmara Municipal

Silvino Lúcio, vereador com o pelouro das obras, refere que quando relatados casos de problemas com valetas tem-se procurado intervir. Em Casais de Baixo vão ser resolvidos problemas com manilhas junto à coletividade. O vereador garante que o estado de coisas relativo a estes problemas podem em breve ser mais agilizados pois a Câmara vai dar, em breve, uma entrada para aquisição de uma retroescavadora. Recorde-se que o município estava há um ano sem aquele equipamento, devido a roubo, mas o seguro vai entretanto ressarcir a Câmara do valor em causa, que servirá para a compra de uma nova máquina em leasing a cinco anos. Por outro lado, a niveladora precisa de um arranjo, mas a autarquia pretende adquirir um porta-máquinas para não desgastar ainda mais aquele equipamento.

No que se refere aos casos de inundações em Vale Espingardeiro, o vereador refere o seu desconhecimento mas incentiva a munícipe a vir à Câmara apresentar a sua queixa.

Silvino Lúcio está consciente dos excessos na rega automática e atribui essa circunstância também a “atos de vandalismo” e diz que já teve de ir manualmente fechar as torneiras. “A Câmara gasta 15 a 20 mil euros por ano neste campo devido a essa destruição levada a cabo por alguns”.

Quanto às queixas relacionadas com o excesso de ruído na zona da Poisada do Campino, diz estar consciente daquele problema que foi “excessivo”, mas salienta que não se pode proibir por completo que se façam “algumas festas” porque o comércio local também beneficia com isso, e dá como exemplo as raves, que depois de ter sido anunciado o seu fim pela Câmara, em entrevista ao nosso local, poderão estar de volta.

“Acabámos por mudar de ideias, porque as queixas não eram assim tantas como isso, nomeadamente, um cidadão de Casais de Baixo. Posso dizer que várias entidades  de Azambuja beneficiam com as raves, só no caso dos bombeiros estes ganham 1000 euros para fazer a segurança da mesma. É uma forma de os financiar, até a própria Câmara poderia beneficiar criando a taxa de ruído que não tem. Podiam pagar dois mil euros de taxa, e tenho a certeza que pagariam. Os organizadores mostraram-nos faturas de compras em Azambuja, o que atesta que os comerciantes também lucram com isso”.

Quanto à limpeza urbana, Silvino Lúcio é definitivo quanto a esta circunstância: “A junta tem que apostar seriamente no colmatar desta lacuna, porque a Câmara dá 11 mil euros por mês à junta, fora o dinheiro do Estado, para eles terem 12 pessoas a trabalhar diariamente na limpeza diária, fora as outras obrigações daquela autarquia”.

Descalabro nas palmeiras do palácio

Os caminhos rurais têm sido alvo de intervenção e em breve as equipas da Câmara vão limpar a área do palácio. Neste aspeto, as notícias não são as mais positivas no que às palmeiras diz respeito. Há mais árvores afetadas pela praga do escaravelho. Até há alguns meses atrás contavam-se seis, mas o caso piorou. “Não há uma solução definitiva no nosso país, e podemos estar perante um descalabro nas palmeiras”. “Os métodos que existem são apenas eficazes nas palmeiras de leque, devido às alterações climatéricas o escaravelho que se infiltra no interior da árvore chegou ao nosso país e, neste momento, não há nada que se possa dizer totalmente eficaz para dar conta da praga”.


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Grupo Desportivo de Azambuja: Autocarro precisa-se

O Grupo Desportivo de Azambuja (GDA) que tem crescido nas várias secções, começa agora a debater-se com a falta de transporte. Alexandre Grazina, presidente do clube, salienta que tem sido difícil mobilizar alguns pais para acompanhar os filhos com os carros particulares a algumas das provas, e por isso, considera urgente uma solução que permita alguma autonomia ao clube.

No caso da secção de ginástica, têm sido frequentes as deslocações a Anadia, local onde as atletas disfrutam das melhores condições para a prática deste tipo de provas, mas até à data as deslocações têm sido patrocinadas pelos pais e dirigentes do clube, até porque o GDA só possui uma carrinha de nove lugares “O ideal era que a coletividade conseguisse um autocarro, algo que está fora de hipótese devido a restrições orçamentais.”

Alexandre Grazina lança por isso o apelo: “ A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia local podem e devem ser mais interventivas nesse domínio”. O assunto já foi abordado, não com este executivo municipal, mas com o anterior, em que foi solicitada a assinatura de um protocolo com as coletividades da freguesia para disponibilizar um autocarro. “Tudo ficou parado, parece que o autocarro dá para algumas deslocações mas para outras não". "Não é por não o quererem fazer mas sim, pelo seu ano de aquisição o que e de acordo com a legislação só permite transportar cidadãos maiores de idade (não é possível colocar cadeiras)",acrescenta o dirigente do GDA. 

O dirigente esclarece que as coletividades estão disponíveis para ficarem responsáveis pelo pagamento do seguro da manutenção e dos combustíveis, bem como a requisição de um motorista no centro de emprego. Todavia, esta situação está ainda dependente de uma reunião com a câmara que ainda não aconteceu.

O GDA movimenta perto de meio milhar de atletas. É talvez das coletividades com maior atividade no concelho. Nesse campo, Alexandre Grazina diz que tarda a colocação em prática do regulamento que atribui os subsídios municipais às coletividades.

O dirigente diz que concorda com a maioria das regras, e vinca mesmo que o regulamento, se seguido à risca, conforme planeado, é justo. O dirigente vinca que é urgente “que se acabem com os clubes fantasma, que normalmente não passam de clubes de vão de escada”, aludindo a alguns s que apareceram nos últimos anos e que têm como sede as casas dos responsáveis e não uma sede própria como o GDA.

Alexandre Grazina refere que o GDA tem uma sede aberta, e por isso considera importante que todos os clubes sejam “transparentes” e que sejam locais onde os sócios se possam dirigir.

Sílvia Agostinho/Miguel António Rodrigues
27-09-2014


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Comentários

Acho muito bem que vão junto das populações recolher opiniões mas é pena que vão sempre aos mesmos sitios em detrimento de outros. Neste caso encontra-se os Casais do Regedor que é sempre esquecido e Mais Grave é que nestes casais os Moradores são tratados de forma diferente consoante a zona que vivem.

Jornal Valor Local @ 2013


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