Fátima Gregório, presidente da Junta de Freguesia de Marinhais: "Novas infraestruturas contribuíram para alicerçar qualidade de vida"
Miguel A.Rodrigues 29-11-2016 às 11:36
A acabar mais um mandato, Fátima Gregório (PS) faz um balanço positivo destes últimos três anos. Em entrevista ao Valor Local, a presidente da Junta de Freguesia de Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos, salienta “o bom relacionamento com a Câmara Municipal e a maneira como o presidente Hélder Esménio vê o concelho como fundamental para que na nossa freguesia tivesse acontecido muita coisa”.
Entre as obras realizadas neste mandato, a autarca aponta como uma das principais “O Mercado da Cultura” que já “há muito tempo era esperado pela população e autarcas”. Outra das obras importantes consistiu na recuperação da Fonte do Ramalhais a que se juntaram outros projetos; destacando-se as obras relacionadas com “aquedutos novos, colocação de manilhas, remodelação de jardins e a manutenção do cemitério” onde se criaram 28 ossários e 21 gavetões novos.
Fátima Gregório enfatiza ainda a aquisição de equipamentos, nomeadamente, uma roçadoura para o trator, e também uma carrinha nova para a recolha de monos e verdes tendo sido ainda legalizado o recinto das festas.
A autarca vinca como importante no desenvolvimento da freguesia o bom relacionamento com a Câmara Municipal. Algo que não aconteceu no seu primeiro mandato, quando Ana Cristina Ribeiro (BE) era presidente: “Marinhais perdeu muito com isso”, afirma.
A presidente da junta enaltece o trabalho da sua equipa que tem sido vital para muitas das obras levadas a cabo pelo executivo. Contudo “só isso não chega”, e por isso Fátima Gregório refere que é com alguma frustração que assiste à falta de civismo por parte de alguns fregueses na questão do devido acondicionamento dos lixos produzidos. “Gostaríamos que as pessoas não se descartassem das responsabilidades”, e acrescenta que “a junta tem um serviço que ajuda nisso, mas muitas vezes é mais fácil despejar junto a um contentor e depois quem quiser que limpe”, desabafa.
No capítulo das obras lamenta ainda que não tenha conseguido fazer as necessárias reparações no edifício da junta de freguesia “embora esteja concretizado um projeto para a remodelação do edifício”.
Ainda assim, Marinhais é uma vila conhecida como um bom local para se viver. A autarca confirma a “boa qualidade de vida” da freguesia, e aponta mais uma vez a construção do “Mercado da Cultura” que congrega o espaço do cidadão e uma biblioteca, como uma obra de referência. O novo auditório e os investimentos da empresa “Águas do Ribatejo, que também investiu na nossa freguesia, construindo novas redes de saneamento em muitas ruas de Marinhais também ajudou à melhoria da qualidade de vida da população.”
Contudo a autarca, adverte que é preciso continuar com o alargamento da rede de saneamento e com a requalificação da rede viária. “Sendo nosso desejo continuar a melhorar os nossos espaços verdes e se possível introduzir máquinas de manutenção para adultos”.
Todavia a contrastar com o reconhecimento da qualidade de vida, estão alguns problemas ambientais ainda a debelar. Algumas lixeiras foram erradicadas mas isso, segundo a autarca, não é apenas “uma realidade na nossa freguesia. É também no nosso país. Muitas pessoas exigem das juntas aquilo que é da sua responsabilidade. Se eu faço lixo tenho de ser responsável por ele, reciclando ou colocando nos locais apropriados”, refere Fátima Gregório que lamenta que “muita gente não saiba reciclar ou não queira, preferindo desresponsabilizar-se das suas obrigações”. E salienta que a junta de freguesia tem uma equipa “a trabalhar de forma incansável” na recolha de monos, por exemplo, e que tem feito pedidos junto da Câmara para que sejam colocados novos contentores do lixo e também mais ecopontos.
Com um forte movimento associativo, a Junta de Freguesia de Marinhais vinca que tem tentado dar “sempre o seu apoio”, nomeadamente com “a cedência de espaços para servirem de sedes às associações da freguesia”.
As salas do edifício da escola "nova” foram cedidas a várias associações; Grupo de Danças “Os Lusitanos de Marinhais”, Motantíqua, Carnaval, Núcleo Cicloturismo “Os Cansados”, Associação de Pais, Setas do Ribatejo, Artesãos, Moto clube e Vira-latas.
Já a escola “velha” foi cedida aos escuteiros que fizeram um trabalho de recuperação do edifício “espetacular”. O antigo Jardim-de-infância de Marinhais foi cedido a “O Batuque”. "Esta última “tem estado a trabalhar muito bem com o número de alunos a subir em quantidade e sobretudo em qualidade”.
Dentro do possível, a autarquia apoia ainda financeira e logisticamente “quando é solicitada por qualquer associação”; cedendo também o pavilhão gimnodesportivo ao Recreativo (karaté), Dreamdancing (Zumba) e GDM (futsal) “a custo zero”. Por outro lado há ainda a cedência de uma sala no recinto das festas “ao Vira-Lata para armazenar rações, e o pavilhão ao rancho no recinto do mercado mensal”.
A vila de Marinhais é atravessada pela estrada nacional 118. Tal acaba por ser palco de muitos acidentes, dado a movimentação naquela via, sendo este um dos maiores problemas da freguesia. A presidente da junta refere, no entanto, que “felizmente após muitos pedidos e alguns anos de espera a Câmara colocou iluminação pública na Rua do Cartaxeiro junto ao Cruzamento com a E.N. 118, e isso tem facilitado em muito os automobilistas".
Já perto da Rua do Furo, Fátima Gregório diz saber da intenção em se construir uma rotunda por parte da Estradas de Portugal, sendo que a Câmara continua “a pressionar nesse sentido”. No que toca à Nacional 367 que “atravessa a nossa freguesia gostaríamos de ver colocada mais sinalização luminosa com velocidade controlada”.
Em jeito de balanço, Fátima Gregório que esteve sete anos na junta de freguesia refere que apesar dos primeiros quatro anos de mandato terem sido difíceis, “cuidámos do dia-a-dia das pessoas pois não era possível fazer muito mais”. “Nos últimos sete anos apetrechámos a junta com novos equipamentos, trator, cisterna, roçadoura para trator, carrinhas, corta relvas, e tantas ferramentas necessárias ao dia a dia”, refere a autarca que acrescenta que foram construídas várias travessias para águas pluviais, foi melhorada a recolha de monos e verdes, vincando ainda a construção em curso “de uma nova zona verde na vila junto ao centro escolar”. Por outro lado, vinca que a junta tem fomentado cursos de formação, “cedendo aqui nas instalações da nossa autarquia uma sala para que os formandos não tenham de se deslocar para fora”, ao mesmo tempo que mantém a ajuda aos “idosos e reformados com baixos rendimentos no preenchimento do IRS”.
Grupo Desportivo Marinhais salienta boa situação financeira e desportiva
Fundado em 1928, o Grupo Desportivo de Marinhais (GDM) encontra-se nesta altura a passar por “uma boa fase”, segundo os seus dirigentes: “tanto a nível desportivo, como no campo financeiro.” Tiago Antunes, presidente da direção, refere ter orgulho na situação financeira do clube que se encontra agora regularizada. “Já liquidámos todas as dívidas que havia ao Estado por forma a nos podermos candidatar a apoios estatais e municipais”, refere. Com olhos postos no futuro acrescenta que, nesta altura, o clube está a “regularizar algumas dívidas a entidades particulares que também tinham sido contraídas por direções anteriores”. Com cerca de 1200 sócios a dificuldade é mesmo receber as quotas.
Tiago Antunes refere que é, particularmente, complicado fazer essa cobrança tendo em conta os sócios mais antigos dos quais a coletividade não possui os contactos, “porque à época da sua inscrição não havia telemóveis nem emails como hoje em dia, e muitos deles já não residem sequer nas moradas constantes na altura em que se inscreveram”. Daí as dificuldades acrescidas na localização dos associados. Ainda assim acrescenta que o clube “vai passando a palavra; e esses sócios progressivamente têm vindo a regularizar a sua situação com a atualização dos dados e das quotas ainda que a um ritmo lento”.
À semelhança de tantos outros clubes do país, o Grupo Desportivo de Marinhais também tem dificuldades logísticas. Neste caso, o presidente vinca a necessidade de trocar a velha carrinha do clube tendo em conta as muitas deslocações fora de casa. Sendo que o atual veiculo já apresenta “algum cansaço”. Por outro lado, há ainda a necessidade de reabilitar a sede do clube.
Já em termos desportivos, o Grupo Desportivo de Marinhais está em crescimento. Tiago Antunes esclarece que “desde que esta direção assumiu funções que de ano para ano o número de atletas e de escalões em competição tem vindo a aumentar” e a isto juntam-se os resultados desportivos “cada vez mais positivos”. Apostando no futebol e futsal, o GDM compete em vários escalões.
No Futebol , alinha com equipas nos sub7, sub11 nos infantis, iniciados e seniores. Já no futsal, compete com os juvenis. Atualmente o clube que apresenta uma vida desportiva muito movimentada, compete nos encontros da Associação de Futebol de Santarém; nos campeonatos de traquinas e petizes, mas também no distrital sub10, sub11, infantis, segunda divisão através dos iniciados e seniores; e ainda no campeonato distrital futsal em juvenis.
Com cerca de 150 atletas inscritos e a competir e com uma média de idades entre os 5 e os 34 anos, o GDM espera ir ainda mais longe. Tiago Antunes diz que o clube pretende “conseguir a curto prazo todos os escalões de formação em atividade, de forma a que de ano para ano se automatizem e se vão revezando, para que assim não exista a necessidade de se estar a passar atletas mais novos para os escalões acima”, explicando que tal “a nível evolutivo não é benéfico para os atletas, principalmente nos escalões mais jovens”.Com este passo, o GDM, conseguirá focar-se na melhoria “contínua das condições que podemos oferecer a todos os atletas”.
Já no que toca à equipa sénior “pretendemos ter ano após ano um plantel mais competitivo sempre com a esperança de que o GDM volte um dia aos palcos mais altos do futebol distrital e quem sabe aos nacionais, se houver condições desportivas e apoios económicos para tal”.
Tiago Antunes, vinca mesmo que o aparecimento de novas modalidades não está fora de questão no futuro. A ideia é “desenvolver em prol de uma maior versatilidade a oferta desportiva em Marinhais
“O Batuque” promove a cultura e a expressão artística na freguesia
Fundada em 2012, a Academia de Artes “O Batuque” com cerca de 270 sócios surgiui com o objetivo de dinamizar as atividades culturais na freguesia, o que veio a acontecer em colaboração com David de Sousa, professor.
Nos dois primeiros anos de vida, a associação “dinamizou essencialmente a atividade da música através de métodos inovadores para as diferentes faixas etárias” e para isto “muito contribuíram as parcerias com as diferentes instituições”. O objetivo conta Eduardo Oliveira, presidente de “O Batuque”, “era pautarmo-nos pela qualidade orientada para o crescimento intelectual, emocional, social e criativo do indivíduo”.
Com o objetivo de ser um projeto comunitário, a associação teve sempre presente a necessidade de encontrar formas no sentido de “que todos pudessem ter as mesmas oportunidades”. O crescimento do projeto e a procura demonstrada pela comunidade foi notória, obrigando a direção a encontrar novas forma de corresponder a esses apelos da população.
A música continuava a ser importante, mas outras perspetivas abriam-se e daí até à necessidade de se incluírem outras formas de arte “foi um pulo”. Eduardo Oliveira vinca que de imediato “O Batuque” olhou também para áreas como “a dança, a pintura, a escultura, a literatura, o teatro e o cinema”, ao mesmo tempo que se “preservava a identidade cultural do concelho de Salvaterra de Magos”.
Sendo Marinhais, uma freguesia com um significativo movimento associativo, “O Batuque” não teve muita dificuldade em encontrar novos elementos, quer fossem diretores ou alunos. Eduardo Oliveira salienta que “nas atividades relacionadas com a música não tem havido dificuldade em cativar novos sócios, com grande naturalidade e rotatividade”. Devendo-se esta adesão “às atividades que a associação tem promovido, ao talento natural dos associados e ao gosto pela música e pelos métodos de ensino utilizados”. Já no que toca a outras áreas, refere o presidente, a resposta não tem sido tão imediata.
O “Batuque” tem cerca de 110 alunos que também são sócios, estando divididos pelas áreas da música, técnica vocal, teatro, pantomima, pintura, escultura, literatura e dança.
Com muitas atividades a decorrer, uma das mais importantes, até tendo em conta a época natalícia, que se aproxima é “O Batuque Solidário”. Esta é uma iniciativa que se vai desenrolar a 17 de dezembro. Trata-se de um evento organizado em parceria com a Junta de Freguesia de Marinhais, tratando-se “de um momento cultural, aberto à população em geral, que visa angariar alimentos para apoiar a obra social de apoio às famílias mais carenciadas da freguesia”. Todavia esta iniciativa conta também com a participação de outras associações do concelho de Salvaterra de Magos.
Comentários
Tudo muito interessante mas ainda incontro stradas nao alcatroadas e sem esgotos e ja la vao 30 anos que conheco Marinhais! Avara alguma razao por este tipo de escolha? Ponho em primeiro lugar as infraestruturas primarias e depois tudo o resto. Obrigada
Ana Cardoso Itália 13/12/2016 18:50
Estou a viver à quase 13 anos na travessa do abade e estou farta de reclamar por terem Valdo a vala de escoamento da rua João Caetano Lopes quando alcatroaram a estrada e a única coisa que fizeram foi colocar uma manilha em cima da existente para escoar a água que fica retida nesta travessa mas eu nunca vi água a subir quando uma estrada está mais baixa, será pedir muito andar na nossa rua em dias de chuva? Ou limpar a porcaria da vala que taparam?
Vera Ribeiro Marinhais 29/11/2016 19:33
Boa tarde Moro na Urbanização das Acácias lote 25 e estou muito arrependida em ter comprado lá casa. Depois de vários contactos com a Junta de Freguesia de Marinhas à cerca de uma grelha mesmo à minha porta e que fazia um barulho insuportável, a Srª Presidente da Junta mandou tirar a grelha (para onde ía o escoamento das águas) na promessa que iriam, mais tarde colocar nova grelha, taparam todo o buraco com areia. Resumindo, nem colocam grelha nova e a areia está toda espalhada pela estrada, quando chove quase que entro de galochas em casa, faz uma poça onde supostamente deveria estar uma grelha a escoar as águas. Outro assunto que me preocupou foi a falta de limpeza do terreno mesmo junto à minha moradia, onde se encontra o depósito do gás. E não, não por ficar bonito, é que tinha uma altura de 2 metros de ervas secas entre a minha casa e o depósito do gás. Também me foi prometido pela Junta que assim que finalizassem as festas de verão iriam limpar a urbanização. E foram por 2 vezes, mas não nesse terreno junto do depósito do gás e que pertence à Junta. Em 2016 um trator foi ao terreno em questão e limpou tudo, e no inicio do verão. A preocupação é muita... de verão as ervas secas por causa dos incêndios e agora as chuvas da época. Apelo a quem de direito, o favor de tentarem resolver de uma vez a questão da grelha, que neste momento é a mais preocupante.
Carla Martins Marinhais 29/11/2016 15:43
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